O alarido dos passarinhos indicava que a chuva de verão havia cessado. O cheiro da terra molhada e refrescante inundou o ar e o Sol, irradiou pelas janelas que haviam sido abertas. Amanheceu e Yava havia dormido muito, se sentiu sonolenta e piscou as pálpebras. Olhou para o teto e não reconheceu ser a enfermaria o que a fez sentar na cama. Vestia sua roupa de dormir, uma camisola em linho que ia até os joelhos e olhando a sua volta arregalou os olhos.
Extensas cortinas de seda douradas desciam a volta da cama, combinando com as cobertas, macias e finas. Esculturas em forma de árvore envoltas por flores subiam o caule até alcançar a extremidade. A frente do enorme leito, degraus desciam para um lago límpido e azul produzindo o som cristalino de sua queda da água rodeada em pedras. Fino tapete vermelho alcançava entrada e Yava se focando nesse detalhe, julgou estar numa ala real. Respirou fundo e desceu da cama, sua perna latejou, mas tinha que saber da fato o que acontecia.
Notou que além do quarto, havia mais duas alas sendo uma delas a biblioteca, escritório a outra banheiro e área de vestir. Nesta, ela deu alguns passos e viu o manto do rei, como muitos deles o que a fez estremecer e se dar conta que era seu quarto.
Forçou a memória para lembrar quem a teria trazido e ficou pasma ao perceber que os chás a fizeram dormir profundamente facilitando para a levar até seus cômodos. Ruídos surgiram na porta e ela deu alguns passos e boquiaberta se deparou com Thranduil. Sua expressão dura como pedra e o olhar meticuloso fizeram um raio xis de sua imagem e ela não hesitou em perguntar:
-O que eu estou fazendo aqui?
Thranduil sabia bem o que esperava, mas iria usar de sua diplomacia elfica e na pior das situações a falsidade que o acompanhava. Respondeu calmamente:
-Não poderia permanecer na enfermaria para sempre.
-E porque não voltei para meu quarto?-fez ela o observando. Ele largou uns pergaminhos sobre a mesa, perto deles e retirou seu casaco real, ficando apenas de calças camisa e colete.
Yava não estava gostando nada daquilo e o encarou sem sair do lugar. Thranduil mudou o assunto dizendo:
-Não deve forçar muito sua perna. O que pretendia fazer?
Ela o mirou desconfiada e disse:
-Certamente fui me localizar para saber onde estou. Não parece estranho uma simples serva estar na enfermaria e de repente vir parar nos cômodos do Rei?
Thranduil respirou fundo e engoliu o típico hábito de ser sínico e frio por um instante. Realmente era estranho e ele precisou fazer. Como também, não devia explicação, mas teria que dizer alguma coisa por mínima que fosse. Yava voltou ao quarto e sentou na borda da cama de frente ao lago o Rei a seguiu e murmurou quase inaudível:
-Trouxe para cá para ser tratada melhor.
Um silêncio se fez entre eles.
-E...-fez ela olhando bem para ele e não gostando daquela intimidade que ele julgava ter. Muito menos sua preocupação o que indicava que havia outro interesse. Esperou uma resposta em vão. Thranduil levantou e foi em direção e sua sala de vestir. O que a deixou perplexa e foi atrás dele.
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No Coração da Floresta (Thranduil Fanfic)
FantasyImortal e soberano.Thranduil vive sua vida reclusa governando seu reino e indiferente a qualquer sentimento de amor. Em uma tarde de Primavera, sua floresta é invadida por uma mortal desconhecida, que fugindo de um galeão; se esconde nas terras do...