No Coração da Floresta (Thranduil Fanfic)

Capitulo 18 Fogo e Gelo

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Há precisamente, quinze dias, o soberano élfico, não ia a seus cômodos. O que deixou Yava confusa ao extremo. As servas, que vinham ao seu quarto, apenas diziam que ele estava as voltas em compromissos com o reino. Imaginava que ao menos pudesse ter com ela de forma rápida. Sentiu curiosidade em saber onde passava as noites. Estaria ele com outra pessoa? Compreendia que tinha muitos deveres, mas nada justificava a deixar presa e sem notícias.

Amargurada, seus pensamentos de mulher ferida, passaram a atormentar a levando crer que o rei usou seu corpo e que suas palavras bonitas, foram somente uma forma de a convencer.

Se depreciou por ter se entregado a ele. Não queria acreditar que havia mentido, mas a sombra de seu passado era evidente -ele não podia amar-, era um elfo, seu coração havia sofrido muito e não daria vazão a novos sentimentos.

Thranduil teve os mais variados compromissos, reuniões além de, visitas de mercadores de seu reino e elfos que queriam negociar dívidas com o soberano. Com todas as exigências e problemas para resolver, havia a preocupação com a mortal, pois fofocas e assuntos que não eram da alçada dos servos se tornaram frequentes. O rei sabia que haveria um instante, que não poderia esconder seu envolvimento e estava preparado para isso.

Porém, questionamentos vieram a tona, fazendo pesar sua consciência, principalmente após ter se permitido o prazer.

O rei élfico possuía esperança que a maldição fosse quebrada. Uma vez entregue seu coração, a alma de um elfo jamais seria tocada pelo amor novamente, mas os sentimentos que acometiam seu peito eram fortes e ele evitou voltar ir ter com ela, sem antes meditar sobre o assunto.

Como havia planejado, deixou seu espaço para ela e passava as noites em outra ala. O objetivo era a deixar a vontade e mesmo que fosse uma prisão, o elfo evitou ficar perto dela para não a constranger e por se sentir tentado. Seus planos tiveram sucesso, pois Yava ansiou por sua presença, tendo o efeito que desejava -sua entrega-.

Sua atitude fora um tanto leviana. A menina devia estar abatida por sua ausência. Estava apaixonada e ele havia roubado sua virgindade, plantado sonhos em seu coração e alimentado a ideia de amor.

Amor...pensou ele.

Essa palavra, nunca havia sido pronunciada ou cogitada por seu coração.

Uma vez, sentiu a força da energia mais sublime do universo, onde alcançou as estrelas e foi pleno de felicidade. Mas os anos, tiraram suas esperanças, como uma foice cortaram as chances de viver seus sonhos. E ele que jurou amor eterno, agia como um traidor.

O amor pertencia a sua rainha e teria de ser assim até o reencontro em Mandos. No entanto, não queria admitir que a mortal o fazia ceder, quebrar o cárcere de sofrimento e como fogo derreter o gelo de sua alma e coração depois de muitos séculos.

Galion serviu o vinho como de costume e o elfo na sala do trono, perdido a pensar em sua vida, nem viu o antigo servo, leal e amigo que havia reparado em seu governante. Sua vida não era mais a mesma desde a chegada da jovem mortal e ele tinha a nítida certeza que as mudanças que pouco a pouco, eram vistas no rei, tinham relação com ela.

O mordomo deu alguns passos e só então, Thranduil observou que havia uma presença que se distanciava e viu o amigo. Ele pigarreou e o elfo se voltou para ele dizendo:

—Agradeço sua cooperação. Como anda nosso vinho?

—Tudo sob controle majestade, nada está faltando. Esse Dorvinion é última safra das uvas vermelhas espero que o aprecie com gosto. Há algo mais que possa o ajudar?