• capitulo 4 •

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JULIE

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JULIE

_ Menina, ontem a festa foi tudo! - Mica e eu estamos sentadas na mesa do refeitório. Ela contou algumas coisas que aconteceram na festa, e realmente parece ter sido incrível - Porque você não foi ontem, sua vaca? - ela dá risada nasal - Na próxima você vai, nem que eu te arraste por esses cabelos vermelhos - Ela me encara de um jeito ameaçador que chega a arrepiar.

_ Tá bom! - levanto minhas mãos em rendição, rindo - Mas enfim, não fui ontem porque minha mãe teve um imprevisto, e tive que ajudá-la - dou de ombros - Na próxima, eu juro que tento que vou tentar.

_ Tentar? - Mica me encara, levantando a sobrancelha.

_ Hoje eu volto a trabalhar - digo já exausta só de pensar que o único trabalho que consegui, e que ainda rende um bom salário, foi em um bar. Trabalho no período da noite - E o bar sempre está cheio, então tenho pouco tempo para sair.

Mica termina de comer, então levantamos da mesa e vamos para o jardim da faculdade.

Lá tem diversas árvores, grande campo verde e alguns bancos brancos espalhados pela área, mas geralmente preferimos sentar ao pé de uma árvore.

Estou dando tanta risada da história que a Mica tava contando, que minha barriga doía; mas de repente me calo, e parece que tudo fica em câmera lenta quando meu olhar se encontra com aqueles olhos azuis, que mesmo de longe conseguia ver ser da mesma cor do céu.

O garoto vestido todo de preto e com o capus de seu moletom, ainda me permetindo ver seus longos fios negros formando um bonito topete, seus ombros largos, maxilar bem desenhada e totalmente sério.

Sinto Mica puxando meus braços com pressa, mas simplesmente não ligo, apenas fico ali sem quebrar o nosso contato visual, que carrega muita intensidade, até que ele me observa de cima a baixo, como se estivesse me analisando, e sinto minhas bochechas corarem por estar sendo julgada por aqueles olhos profundos.

De repente, ele levanta, na ponta de seus dedos, um baseado. O garoto leva até a boca o cigarro, traga-o enquanto continua a me encarar, solta a fumaça para cima, voltando seu olhar com um pequeno sorriso ladino, que se eu não tivesse prestado tanta atenção em seus movimentos, eu não teria nem notado.

_ Julie, acorda! - Mica sussurra em meu ouvido, finalmente conseguindo me tirar daquele momento meu e do garoto.

Internamente fico um pouco frustrada, sem ao menos saber o porquê desse sentimento repentino.

_ Não! - A menina loira fala assim que nos sentamos no pé da árvore.

_ Não o que? - pergunto genuinamente confusa.

_ Por favor, ele não. - ela indica um ponto atrás de mim, e me viro, vendo ser o garoto dos olhos azuis. Antes de poder fazer qualquer pergunta, ela me atropela - Thomas Rizzo, o tal menino misterioso da faculdade, e convenhamos, mais problemático! Ele nunca foi visto com amigos por aqui e nem ninguém ao lado dele - dá um suspiro longo - Muitos tem medo dele aqui. Já ouvi diversos boatos em que ele sempre se mete em brigas, vive bebendo e até se drogando; já cheguei até a perceber alguns machucados em seu rosto, mas nunca disse nada a ninguém, não queria confusão ao meu lado. Toda chance que tenho de conversar com ele, é sempre um grosso, sem educação. - quando ela termina de falar, sinto um arrepio pela minha espinha.

_ Mas... - dou uma pausa - Será que ele não tem algum problema, algum motivo pra viver desse jeito? - pergunto mais para mim mesma, e viro lentamente meu rosto para poder vê-lo.

Ele está queimando outro baseado.

_ Ai Julie, te conheço a pouquíssimo tempo mas já vi que você é daquelas que ama encontrar motivo pra tudo né? Ama ser otimista - ela dá risada - Thomas gosta de ser apenas um viciado. Só não chega muito perto, tenho medo de se machucar com aquele abutre disfarçado de homem.

_ Não fala assim Mica! - ainda olhando em direção dele; me viro rapidamente me viro para a loira de novo.

_ Tá bom, tá bom! Só fica longe, me ouviu? - ela passa a mão pelo seu cabelo, o ajeitando - Me promete? Ele parece quebrado demais para você tentar consertar.

Será mesmo que ele é tão ruim assim, que ninguém consiga chegar perto?

Na minha opinião, ninguém merece viver com um muro barrando de qualquer contato, e sem alguém para te dar apoio.

Ninguém pode viver tão friamente.

Ninguém pode viver tão friamente

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Os Misteriosos Olhos AzuisOnde histórias criam vida. Descubra agora