• capitulo 1 •

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 JULIE

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JULIE

_ Ah, quase que eu ia me esquecendo, pai! - dou uma risada nasal - Amanhã eu começo minhas aulas na faculdade - dou um sorriso ladino e me levanto do gramado, limpando minha calça - Pois é, eu consegui, pai! Tudo por você e pela mamãe - deixo uma lágrima solitária escorrer pela minha bochecha - Eu já preciso ir, tchau pai! Te amo ao infinito.

Me despeço, e então deixo aquela lápide esbranquiçada com seu nome escrito nele, para trás.

Vou passando rapidamente entre os túmulos. Não gosto da energia do cemitério, obviamente muito pesado, então quanto mais rápido pisar fora daqui, melhor.

Há um ano eu frequento esse lugar sombrio, e mesmo assim nunca me acostumo com o lugar. Chega dar calafrios.

Meu pai, há um ano faleceu por conta de um tumor cerebral, ele lutou por muito tempo, mas acabou não resistindo.

Foi um ano bem difícil, mas soube lidar bem com a situação, hoje nem sofro tanto pela minha perda. Prefiro apenas guardar as boas memórias que tenho com meu pai.

Estava começando o  último ano do ensino médio em uma escola nova já que mudamos de cidade, por aqui ter mais acesso aos tratamentos que ele precisava.

Não diferente, sofri com algumas "brincadeira", se assim posso chamar, das pessoas da sala, tudo por conta da cor do meu cabelo. Isso é patético!

Morava com minha mãe, mas esse ano quis me mudar para um apartamento próprio, que é até mais perto do meu trabalho  e por coincidência também da minha faculdade, a qual estou muito ansiosa para começar.

Já perto do portão de saída do fundo do cemitério, vejo de longe uma pessoa sentada em frente a uma lápide prateada, que mesmo de longe, percebo ter alguns adesivos coloridos colados nele.

A pessoa está totalmente vestida de preto e com o capuz de seu moletom cobrindo sua cabeça.

Perco noção do tempo observando aquela pessoa, não sei porque, mas a cena me chamou atenção e atiçou minha curiosidade.

A pessoa então finalmente levanta, deixa algumas flores cor-de-rosa ao lado do túmulo, e sai andando com suas mãos no bolso do moletom.

Por fim, finalmente consigo identificar ser um menino, aparentemente muito depressivo, com sua cabeça baixa.

Deixo aquilo para trás, acordo do transe e saio de uma vez daquele lugar.

Vou andando lentamente até o ponto de ônibus mais próximo, e me sento em um dos bancos vazios, esperando o meu ônibus.

Com as minhas situações atuais, não tive como comprar um carro pra mim, preferi guardar meu dinheiro para a pagar a minha faculdade.

Comecei também a trabalhar para ajudar minha mãe, ela se ofereceu a pagar minha faculdade, mas claro que não deixei ela pagar tudo sozinha, então a ajudo com a mensalidade.

Chego em casa, já vou me desfazendo das minhas roupas e coloco no cesto de roupas, ficando apenas de lingerie.

Me direciono ao meu quarto, separo o pijama em cima da cama e vou ao banheiro para tomar um banho, e descansar, já que amanhã começarei as aulas na faculdade.

Já estou morrendo de ansiedade para amanhã, já que vai começar tudo novo na minha vida.

Pois é Julie, uma nova fase está começando.

Pois é Julie, uma nova fase está começando

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• enfim, espero que gostem :)

Os Misteriosos Olhos AzuisWhere stories live. Discover now