VOLTURI, Jasper Hale ✓

009

CAPÍTULO NOVE:
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O jogo só termina
quando acaba.

Passei um bom tempo evitando pensar nos Cullen, tentando não pensar em um em especial. Mas agora... essa acusação? Não consigo de forma alguma imaginar que Carlisle seria cúmplice de algo assim, principalmente por ele ser conhecedor das leis da nossa espécie, por ter vivido um tempo conosco e por saber do que somos capazes.

Não sei o que mais me assusta, se é saber que logo irei encontrá-lo outra vez, ou saber que sua existência corre perigo, junto com toda a de sua família.

Pelo que fiquei sabendo através de Bree, que houvira rumores pelo castelo e até mesmo nas suas missões pela guarda, os Cullen estão reunindo um exército, testemunhas ou sei lá o quê. Pelo que conheço de Carlisle ele não tem a intenção de lutar, ele sempre foi o mais pacífico de nós, e foi justamente por sua essência ser tão pura que ele não pode continuar convivendo conosco. Os Volturi são indignos da sua bondade e generosidade. Carlisle é um caso a parte em nossa espécie e tenho certeza de que seu clã deve segui-lo nesse legado.

Mas Aro não se importa com suas boas intenções, ele só quer um bom motivo para destruir o segundo maior clã do nosso mundo, o único minimamente capaz de bater de frente conosco. Tudo isso, toda essa revolta e todo esse teatro de leis sendo quebradas... tudo isso só é meio para que Aro consiga o que quer: Alice e Edward Cullen. Mais especificamente os seus dons para completar sua coleção de vampiros especiais.

A ambição de Aro ultrapassa os limites do saudável.

─ Jean?

Abaixo o livro que fingia ler e encarou Demetre em pé de frente a mesa em que me encontro na biblioteca.

─ Temos que parar de nos encontrar aqui. ─ Murmuro com um pouco de humor.

─ Imaginei que estivesse de péssimo humor hoje. ─ O mesmo comenta, me rondando com os olhos. ─ Afinal, os Cullen estão condenados.

Esboço um pequeno sorriso, provocando-o.

─ Estão? ─ Tombo a cabeça para o lado, vendo seus olhos se estreitarem. ─ O jogo só termina, quando acaba.

─ E isso deveria fazer algum sentido? ─ O vampiro questiona, ainda sem tirar seus olhos de mim.

─ Para bom entendedor. ─ Dou de ombros, fechando o livro que lia e o deixando de lado. ─ Eu teria um pouco mais de fé nos Cullen... Você me conhece, sabe que a minha intuição nunca falha.

─ Não deixe que Aro te escute falar dessa forma, Jeanna. ─ Dessa vez ele parecia realmente estar preocupado comigo.

─ Agradeço a preocupação, mas não há o que temer. ─ Recolhi o livro que lia em outrora e caminhei em velocidade humana até a prateleira de onde havia o tirado.

Eu podia senti-lo me seguindo por toda a biblioteca, mas apenas o ignorei. Estava prestes a sair do local, mas sua mão sobre meu pulso me impediu.

─ Os Cullen estão condenados. ─ Demetri murmurou, me virando para si e me olhando nos olhos. ─ Seja o que for que esteja passando pela sua cabeça, não se condene também.

─ Irei ficar bem. ─ Garanti, soltando meu pulso de sua mão. ─ Todos iremos. Não se preocupe.

Mais uma vez, antes que eu pudesse sair do cômodo, Demetri me parou, mas desta vez com uma frase:

─ Não estou disposto a perdê-la. Muito menos para um Cullen. ─ Disse ele, firme. Ele parecia ter reunido a coragem que lhe faltou durante todos esses séculos para se abrir sobre seus sentimentos por mim.

─ Você não pode perder o que nunca te pertenceu, Demetri. ─ Foi tudo o que eu disse antes que alguém finalmente nos interrompesse.

─ O Mestre Aro está requisitando sua presença no salão dos Três tronos. ─ Bree dissera assim que me viu.

─ Time perfeito. ─ Murmurei antes de sair.

─ E a sua também. ─ A ouvi dizer para Demetri. Ótimo!

×××

Fomos incumbidos de caçar um vampiro a quem os Cullen procuraram para se juntar a eles. A situação começara a ficar séria e a prova disso é que não fomos enviados sozinhos, Aro, Caius e Marcus vieram conosco.

Jane, Alec e eu estávamos na cola dele. Alec liberou seu dom. Mais a frente Félix e Demetri o interceptaram. Mesmo estando encurralado o pobre vampiro ainda tentava lutar, ele tentou atacar Félix que se desviou do seu golpe facilmente e então ele pegou Demetri pelo colarinho da sua jaqueta, que por sua vez o jogou para trás e a ajeitou novamente no corpo.

Não faria mal admitir, foi uma cena sexy. Em outros tempos... bom, devem imaginar.

Quase perdi o momento em que Demetri o acertou, jogando-o contra a parede. Então Alec finalmente o alcançou com seu poder. Ele murmurava coisas em seu idioma natal, mas não durou muito, já que o dom do meu irmão o priva totalmente de suas funções.

Logo os três Reis estavam parados ao nosso lado.

─ Alec. ─ Aro sinalizou para que ele parasse.

A fumaça negra voltou para o mesmo, enquanto Aro, Caius e Marcos se aproximavam do vampiro. Lento demais para o meu gosto.

─ Nunca ficaria contra você. ─ O vampiro disse rapidamente, amedrontado.

─ É claro que não, meu querido Toshiro. ─ Aro murmurou, lhe entendo a mão.

Ele a pegou, deixando que Aro tivesse assesso a todas as suas memórias e pensamentos.

─ Parece que Carlisle ainda está te esperando. ─ Aro diz antes de se virar e me lançar um olhar significativo.

Ele adorava ver o meu lado selvagem. Gostava de me lembrar do mostro que havia me tornado.

─ Carlisle está garantindo cada vez mais a sua destruição. ─ Ouvi Caius dizer ao passarem por mim.

─ Ah... triste. Não é? ─ A voz de Aro era carregada de ironia.

Todos sabíamos que tudo o que ele queria era um bom motivo para acabar com o clã Cullen e reunir mais dons para sua guarda.

─ Vamos ser rápidos. Quero ir pra casa. ─ Digo para Félix e Demetri que acentem antes de esquartejarmos e queimarmos o vampiro.