66 - Estou pronta.

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— Quando injetar o sedativo, você vai dormir em segundos. Entendeu?

Ela assentiu e viu Brenda se afastar até um balcão. O continuava a segurando na cama, agora, aplicando força total contra seus pulsos, enquanto a mulher apontava o Lança Granadas em sua direção.

— Precisa mesmo disso? Sério, eu não consigo nem sentir meus dedos desse jeito.

— Se você ficar quieta logo vou poder parar de te segurar.

Ela revirou os olhos. Brenda voltou com uma seringa na mão esquerda, a agulha apontada para cima e o polegar no embolo. Um liquido amarelado a aguardava.

— Vamos acabar com isso bem depressa. Está pronta?

— Certo. Espero mesmo que isso tenha efeito instantâneo. Estou mesmo precisando tirar um cochilo. Vamos lá. Estou pronta.

— Bom. É melhor que esteja mesmo.

Ela piscou de novo. Dessa vez, Scarllet teve certeza de que Brenda planejava fazer algo. Se Thomas estiver certo, ela não está cem porcento do lado do CRUEL. Ainda assim, não podem confiar que ela esteja cem porcento do lado deles. Brenda ainda precisaria fazer muita coisa para reconquistar a confiança de todos que traiu.

Ela se moveu em sua direção, mas tropeçou em alguma coisa e cambaleou para frente. Agarrou-se à cama com a mão direita e caiu de tal maneira que a agulha da seringa enfiou no antebraço do guarda que segurava Scarllet. Instantaneamente, Brenda empurrou o embolo com o polegar, liberando um sibilo rápido e agudo, antes de ele se afastar para trás.

— Que diabos... – gritou o homem antes de cair, completamente sedado.

Scarllet não pensou duas vezes quando sentiu seus pulsos serem soltos e a circulação de seu sangue voltar ao normal. Os balançou ao lado do corpo, estavam dormentes, mas ainda eram úteis. Ela se levantou com um pulo e lançou o braço direito a frente, atingindo o Lança Granadas do outro guarda, uma mulher, que ainda se recuperava da surpresa. No segundo seguinte, lançou a perna para frente e atingiu sua barriga com força o suficiente para que ela caísse no chão. A mulher soltou um grito, que foi logo seguido do ruído de uma cabeça batendo contra o chão.

Ela pensou em virar-se para Brenda, mas mal teve tempo de fazer outro movimento quando um som agudo percorreu o ar. Brenda disparou o Lança Granadas. O som aumentando mais antes da arma ser disparada e dar o coice, lançando Brenda para trás. Uma das granadas brilhantes foi disparada, bateu no peito da mulher e explodiu, enviando centelhas luminosas por seu corpo. Ela passou a convulsionar de modo incontrolável.

Scarllet virou-se rapidamente para ela. Brenda a encarou também, dando um sorriso delicado. Scarllet pegou a arma da guarda que jogara no chão e a ergueu no ar, abrindo um sorriso divertido.

— Isso foi incrível! Eu preciso testar essa coisa o quanto antes!

— Há muito tempo vinha querendo fazer algo assim. Ainda bem que convenci Janson a me indicar para fazer o procedimento com vocês. – ela pegou o cartão chave do guarda inconsciente e o colocou no bolso – Esse cartão permite entrar em qualquer lugar. Vamos, ainda temos de resgatar os garotos.

Correram pelo corredor sinuoso, com Brenda à frente. Alcançaram uma das portas, e Brenda pegou o cartão chave para abri-la. Um breve sibilo soou, e em seguida a porta de metal estava aberta. Scarllet entrou precipitadamente, com Brenda em seu encalço. O Homem Rato estava sentado em uma cadeira, mas ficou de pé em um salto, a expressão logo evidenciando um genuíno horror.

— Que diabos está fazendo aqui?

Brenda já havia disparado duas granadas nos guardas. Um homem e uma mulher caíram no chão, convulsionando em uma nuvem de fumaça e minúsculas faíscas luminosas. Enquanto isso, Newt e Minho haviam dominado o terceiro guarda. E Nick e Thomas se certificaram de que teriam alguém de vigia para a porta de entrada, apontando os Lança Granadas que pegaram dos guardas no chão. Scarllet apontou o Lança Granadas para Janson e colocou o dedo no gatilho.

— Passe o cartão chave para mim, depois deite no chão com as mãos na cabeça.

— Vocês perderam totalmente a razão. – Scarllet se aproximou dele, tocando a arma em seu peito.

— Cara, estou doida para atirar em alguém com isso. E estou mais doida ainda para que esse alguém seja você. Então faça o que eu estou mandando e assim, quem sabe, eu não faça nada do que estou planejando.

Sua voz era fria e calma. Ela disse a verdade, estava pensando em mil formas diferentes de utilizar aquela arma contra alguém e queria – com todas as forças – que a primeira pessoa fossem Janson. Ele estendeu o cartão para Scarllet.

— Não tem nenhuma chance de sair deste complexo. Mais guardas já estão a caminho.

Scarllet riu, lançando um olhar feliz para a porta.

— Espero mesmo que eles venham. Quero ver quanto tempo essa coisa dura. – ela balançou a arma, fazendo com que o Homem Rato recuasse levemente. Ela gargalhou. – Relaxa ai, cara.

— Scarllet, temos que ir.

Chamou Brenda. O som agudo soou por seus ouvidos, um atrás do outro. Os guardas haviam chegado e iniciado um conflito com Thomas e Nick na porta de entrada.

— Vocês ainda podem desistir. É a última chance que lhes dou.

— Sua voz é irritante, já te disseram isso? – ela revirou os olhos – Escute, mais uma palavra e vou ter que submetê-lo a um Experimento. Como foi mesmo que você o chamou? Os cinco minutos mais desconfortáveis de toda sua vida? Ai, Brenda! – ela virou-se para ela, que estava na sua retaguarda. – Se eu atirar com isso no peito dele, vou fritar o coração dele como o guarda disse que faria com meu cérebro?

— Não sei como isso funciona. Só atire. Vamos descobrir em cinco minutos, eu acho.

Scarllet assentiu e voltou-se para Janson.

— Como conseguiram...

Scarllet puxou o gatilho. Um som agudo invadiu o quarto, seguido do lançamento de uma granada. Ela atingiu em cheio o peito do homem e explodiu em um brilhante festival de eletricidade. Ele gritou enquanto caia ao chão, tremendo, uma nuvem de fumaça emanando do cabelo e das roupas. O quarto foi tomado por um odor horrível que fez Scarllet recordar do Deserto, quando Minho fora atingido por um raio.

Scarllet respirou fundo. A sensação de alivio invadindo os pulmões.

— Isso não está me cheirando bem. – comentou Thomas, entregando uma arma para Newt que provavelmente conseguira dos guardas do lado de fora.

— Pelo jeito, isso vai mata-lo.

— Que perda lastimável! – replicou Minho. – Ora, o mundo ficaria bem melhor sem ele.

— Vamos embora, agora. – disse Thomas.

— Concordo em gênero, número e grau. - disse Newt.

— Era exatamente o que eu estava pensando. – acrescentou Minho.

— Eu vou na frente!

Scarllet passou por eles, ignorando o chamado dos garotos para que os esperasse.

— Espera, Scar!

— Precisamos de um plano!

— Eu já tenho um! Vamos logo!

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A Primeira - Maze RunnerWhere stories live. Discover now