35. A Descoberta.

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JESSE KING

Eu tenho alergias.
Aparentemente.
Descobri quando a Bianca trouxe-me um bolo de cenoura, ela colocou qualquer merda lá dentro que deu-me comichões, por isso fui obrigado a ir ao médico.

Enquanto eu estava sentado e esperava pela enfermeira para dar-me os comprimidos e anti-alérgico que me foram prescritos, recebi uma mensagem do Patrick.

Gianni F.: Onde é que estás?
Eu: Clínica.

Os três pontos apareceram na nossa conversa, mas ele nunca chegou de mandar a mensagem, porque parece que o que tinha a escrever era muito, ele ligou-me.

- Eu fico três semanas sem te ver e quando finalmente procuro por ti, tu estás num hospital. Não terias dito se eu não tivesse perguntado.
- Não.
- O que aconteceu, Bianca já começou a tentar te assassinar?

Desatei-me a rir.

- O que é que queres? - perguntei.
- Foder-te.
- Quanto é que vais pagar? Sou uma puta virgem e cara.

Gianni riu-se e disse que queria falar comigo sobre algo.

- Vais para o teu apartamento depois?
- Para o escritório esqueci meu laptop lá.
- Ótimo, vou encontrar-te lá.

A enfermeira levou mais algum tempo para trazer as coisas, mas quando finalmente as trouxe, levou mais algum tempo a explicar-me como eu devia tomar.

Lembro-me que no tempo que eu namorava com a Munich, ela era quem cuidava dos meus problemas médicos, eu não sabia nome de nada, eu não sabia nada para além de ficar doente, eu literalmente só tinha que estar lá e ela cuidava do resto. Mas depois o acidente aconteceu e eu encontrei-me a ir ao médico sozinho e a ter que prestar mais atenção no que o médico dizia ou pedia que a Zarina fizesse por mim (que era super raro as vezes que ela dizia "sim") porque eu realmente não escuto quando essa gente fala.

Conduzi até ao meu escritório e encontrei o carro do Patrick com a janela aberta enquanto saía fumo de lá.

Depois de bater no vidro, Gianni saiu do carro que fechou a janela e a porta automaticamente.

- Fofo. - ele abraçou-me enquanto fumava. - Senti saudades tuas lindo.
- Estás a invadir o meu espaço pessoal. - eu disse-lhe
- O Russell trabalha para o Accardi. - ele comentou ainda no abraço
- Trabalha...Patrick, desencosta. - gentilmente afastei-lhe e continuei a andar.
- Espera, tu já sabias?
- Eu...fui atrás dela, da Munich...ela contou-me coisas e umas das coisas foi isso.
- E não pensaste em avisar-me? - ele disse monotonamente mas estava a ficar irritado. Cocei o meu braço por cima da camisa e depois lembrei que não podia fazê-lo.
- Eu já te disse que tenho alergias?
- Porra Mason! Podes agir como se quisesses saber por um segundo?
- Achas que eu não quero saber? Não ganhas nenhum prémio por olhar por ela só porque estás com peso de consciência por teres a perdido em primeiro lugar.

Aquilo saiu de boca para fora, foi rude até para mim.

- Vai te foder.
- Desculpa. A sério, desculpa. Foi estúpido da minha parte não te contar - passei a mão pelo cabelo - Eu sou inútil. Eu não posso fazer nada. Não importa quanto mais eu saiba dela, ela não quer a porcaria da minha ajuda.
- Podes parar de agir como se não tivesses nenhum tipo de impacto na vida dela? E como se tu fosses o grande seguidor de regras?
- Não são regras, é a minha esposa.
- Mais motivos para não ouvires.
- Gianni.
- Desculpa. - ele disse saindo do elevador. - Mas não podemos fingir que ela está nos braços de alguém são. Russell é estranho pro caralho.

A minha assistente estava ali sentada, levantou-se assim que me viu para poder cumprimentar-me, mas depois focou o olhar no Patrick e eu continuei a andar para o escritório. Assim que ele veio juntar-se a mim, perguntei-lhe quando é que ele e a minha assistente ocorreram?

Hostage (A Refém)Where stories live. Discover now