13. A Visita.

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Dois dias depois de eu ter me humilhado perante o Jesse, eu decidi deixar o assunto para trás e fazer algo noutra parte da casa que não cheguei de fazer no outro dia porque o Patrick interrompeu-me.

Falei com o Isaiah que acompanhou-me ao estábulo onde fui re-visitar o cavalo preto que gostei muito de ver, soube então que o nome dele é Berlim. Antes de eu ir até lá, eu já havia pedido ao Isaiah no dia anterior para comprar maçãs para que eu pudesse oferecer aos cavalos e assim ele fez, por isso antes de ir, passei pela cozinha para levar numa sacola as maçãs que o Isaiah havia comprado.

Espero que seja bom dar maçãs a cavalos como fazem parecer na TV.

No estábulo estava lá o rapaz do outro dia, estava a escova-lhe os dentes enormes, por isso Isaiah disse que eu poderia ver os outros enquanto espero pelo cavalo com quem eu havia simpatizado. Perguntei para o moço que cuidava deles se eu poderia passear com o Berlim depois e ele disse que sim, desde que eu não me esquecesse que em momento nenhum posso ficar por detrás dele.

Assim que ele ficou pronto, o moço vestiu o cavalo com os equipamentos adequados e ajudou-me a subir para cima dele, enquanto o Isaiah assistia o processo todo, com a expressão neutra.

Isaiah entregou-me um bando de protetores: para o joelho, para os cotovelos, para cintura(...)e foi então que eu disse para ele que eu não ia usar mais nada para além do capacete.

- Mas Senhora Madelyn...- ele tentou insistir
- Não Isaiah. - voltei a negar enquanto colocavam-me o capacete - Vai correr tudo bem. - assegurei-lhe com um sorriso. - Posso dar-lhe uma maçã como nos filmes? - perguntei ao moço que riu-se do meu entusiasmo e disse que sim.

O moço deixou o Isaiah a guiar-me com o cavalo para onde nós deveríamos ir porque ele tinha que continuar a arrumar o estábulo. Isaiah para além de estar a guiar o cavalo, ele segurava a minha sacola que tinham as maçãs.

Enquanto passeávamos pela mansão, Isaiah e eu conversávamos sobre o que tem acontecido no mundo a nossa volta e sobre nós como indivíduos fora desta mansão.

- Tu então não vês a tua família? - perguntei-lhe enquanto ele ajudava-me a descer
- Vejo.
- Mas como? Estás sempre comigo.
- Tenho os meus dias de folga.
- Oh. Ótimo. A quanto tempo estás aqui mesmo?

Isaiah disse que ele trabalha com o Jesse a quase oito anos,como ele havia dito antes, ele trabalhava para a Munich e depois dela ter morrido, Jesse deixou-o com o resto do grupo de "soldados".

- Onde é que aprendeste a ser um guarda-costa ?
- Aqui.
- Então o Jesse pegou em todos vocês e fez a mesma lavagem cerebral? Ninguém ri, ninguém diz mais de três palavras, todos sabem usar armas...

Isaiah deu uma pequena risada.

- Se usássemos as nossas emoções nenhum de nós estaria aqui. Incluindo o Senhor King e o Senhor Hall. Este trabalho não implica sentimentos, para ninguém, por isso é necessário que tenhamos um lar para onde voltar, uma casa onde estão todos que amamos para podemos lembrar o que é sentir. Por isso muitas vezes, o Jesse, como a senhora chama, e o resto da máfia passam mais tempo aqui para lembrarem que eles são humanos antes de qualquer outra coisa. Sem contar que fomos todos treinados pelo mesmos chefes, eles dão as regras nós obedecemos. Quem não aguenta, saí.
- Eu fico feliz que tenhas aguentado.

Isaiah encolheu os ombros.

- O salário é muito bom. - ele sorriu.

Meio hesitada, perguntei ao Isaiah se ele sabia alguma coisa sobre o Wesley e ele disse que só ouviu que alguns colegas receberam ordens para não deixá-lo entrar porque ele tem vindo desde que veio visitar-me.

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