6. A Dívida

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Picasso, Leonardo Da Vinci, Frida Kahlo e Vincent Van Gogh, eram os artistas disponíveis para hoje.

Patrick disse que temos connosco um bilhão e duzentos mil dólares, eu pensei que ele estivesse a brincar, mas porque ele não voltou a olhar para mim e focou-se nos desenhos enquanto brincava de enrolar uma parte do seu bigode postiço, eu deduzi logo que ele não estivesse a gozar.

Bati o braço dele como forma de chamamento e ele franziu a testa ao olhar para mim.

- Isso é mais do que o património líquido da minha empresa. - sussurrei
- Claro que é mais do que a tua casinha de fashion. Quanto é que vale aquilo? Quinhentos milhões de dólares? - ele quase riu-se. - Eu compro a cena e vendo ao dobro para LVMH.
- Mas como? - perguntei completamente perdida no assunto.
- Como o quê?
- Como é que esperas fazer dinheiro se estás a gastá-lo com arte?
- Explico-te depois. - ele sorriu.

Começaram com a pintura de óleo do Vincent Van Gogh, chamado The Harvest que foi feito em 1888, com o preço inicial de setenta e cinco milhões de dólares e sem demorar alguém gritou oitenta milhões de dólares e assim foi até que um dos homens engravatados comprar o quadro a trezentos milhões de dólares.

Depois passou-se então para o desenho de uma mulher com a espinha dorsal de ferro, coberta de pregos pelo corpo chamava-se The Broken Column que foi executado em 1944 pela Frida Kahlo, eu queria comprar mas o Patrick mandou-me conter-me e assim vi o meu desenho a ser comprado por um outro casal que propôs duzentos e setenta e cinco milhões dólares.

Patrick queria o desenho de Picasso e do Da Vinci e ele estava disposto a pagar qualquer preço por aquelas pinturas.

Picasso começou com o preço inicial de oitenta e cinco milhões dólares e o Patrick sugeriu noventa milhões dólares.

Era feita de tinta de óleo, é de 1937 e chamava-se A mulher que chora e devo dizer que não estou surpresa com o preço que o Patrick decidiu comprar o desenho: quatrocentos e cinquenta milhões de dólares.

O entusiasmo dos leiloeiros lá à frente era para além de abismal, não acho que eles estavam a espera de receber uma proposta tão grande, tendo em consideração que começou-se de oitenta e cinco milhões de dólares.

Está última arte, o leiloeiro apresentou como a Última Arte de Da Vinci, era a imagem de Jesus Cristo de Nazaré, que parecia meio zarolho mas segundo o senhor acreditava-se ser o último desenho do Leonardo Da Vinci. E tinha como o preço inicial de noventa milhões de dólares. Aparentemente um dos capos que estava junto ao telemóvel também estava interessado no desenho porque sempre que o Patrick lançava uma proposta, o senhor lançava uma superior e as pessoas estavam a amar a disputa entre os dois.

Chegamos finalmente no preço que se pagou o quadro do Picasso e Patrick disse que pagaria quinhentos milhões de dólares, o leiloeiro sugeriu quinhentos e cinquenta milhões e o senhor junto ao telemóvel não disse nada por uns segundos mas eventualmente aceitou a proposta.

Honestamente eu já estava a ficar cansada daquilo tudo, passaram-se pelo menos três horas desde que cá chegámos e a minha paciência estava completamente esgotada.

Levantei-me e falei o número mais alto que ainda não havia escutado durante o leilão e toda gente olhou para mim espantado depois de alguns deles arfarem. Patrick pegou no meu braço e eu sacudi a sua pegada.

- oitocentos milhões de dólares. - repeti. - Algum protesto? Senhor? - olhei para o homem engravatado que estava a discutir com o Patrick a bocado que não disse nada. - Oitocentos milhões de dólares. Vai uma. Vai duas...
- Minha senhora, esse trabalho é meu. - o leiloeiro disse
- Então faça um seu trabalho. - não berrei, simplesmente falei rispidamente.

Hostage (A Refém)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora