Mas nada, nada me fazia tão bem quanto o meu ponto de paz.

Eu finalmente tinha encontrado algo que eu nem sabia que estava procurando, algo que me preenchia, que me fazia bem e tudo o que eu mais desejava era segurar ela em meus braços e não soltar nunca mais, eu queria tê-la para mim.

O meu lado racional era o motivo pelo qual eu não tentava me aproximar, o motivo pelo qual eu massacrava aquele sentimento dentro de mim. Um homem de trinta e seis anos apaixonado por uma menina mulher de dezoito anos, o que nossos familiares pensariam? Quem iria apoiar esse relacionamento? Era uma loucura arriscar tudo por uma paixão sem futuro. Eu já eram um homem maduro e experiente, Maria estava aprendendo a viver, descobrindo quem ela era e por Deus, minha menina é tão frágil, tão inocente eu nunca me perdoaria se a machucasse, se eu ferisse seu coração com qualquer atitude ou palavras eu enlouqueceria.

Hoje havia sido um dos meus piores dias, tudo estava dando errado desde o momento em que acordei, tudo o que eu queria era gritar e fugir para bem longe, ir embora mais cedo do trabalho foi uma decisão fácil de se tomar, eu sabia que sentiria melhor em casa. Ao entrar no apartamento vazio estranhei um pouco por não encontrar Maria no sofá ou na cozinha preparando algo para comer, vários pensamentos ruins começaram a passar pela minha mente mas eu decidi esperar mais um pouco até que ela chegasse do trabalho. Quando a campainha tocou fui imediatamente até a porta ver quem era já que não havia sido informado sobre nenhuma visita. Eu fiquei atônito quando encontrei Cristina parada em minha frente com um sorriso e uma garrafa de vinho nas mãos.

-Cristina o que faz em minha casa? Quem deixou você subir?- Comecei a perguntar, eu não gosto de receber visitas surpresas ainda mais quando essa visita é Cristina.

-Eu vim te fazer uma surpresinha, te liguei o dia todo e você não atendeu.- Deve ser porque eu não queria falar com você.

-Não devia ter vindo.- Afirmei irritado, Maria poderia chegar a qualquer momento.

-Por que não? Por acaso está me escondendo alguma coisa?- Questionou arqueando as sobrancelhas.

Ela entrou dentro do apartamento sem ser convidada, seus saltos batiam contra o piso de madeira conforme ela andava e isso me tirava do sério.

-Eu não gosto quando invadem minha privacidade.- Falei andando atrás dela que estava na cozinha já abrindo a garrafa de vinho.

-Não começa Pietro! Eu vim aqui pra gente se divertir, você sabe que podemos fazer algo melhor do que brigar.- Falou de modo sedutor, confesso que me senti levemente afetado.

-É melhor você ir...-Eu não queria que Maria chegasse e encontrasse Cristina ali, isso causaria uma confusão e conhecendo o jeito ciumento e controlador de Cristina essa casa se tornaria um inferno.

Ignorando completamente o que eu disse Cristina caminhou até mim com duas taças de cristal nas mãos, as duas estavam cheias com vinho e era um dos meus favoritos. Confesso que a bebida também se tornou meu refúgio, se tornou uma forma de eu me desligar de tudo.

-Apenas relaxe, vamos beber um pouco não tem nada demais nisso.-Falou me entregando a taça que eu não recusei.

O meu dia foi um porre.

Eu precisava mesmo relaxar e Maria não estava aqui para me acolher com seu sorriso, eu precisava de algo forte para me fazer esquecer de todos os meus problemas.

Virei a taça na boca e em apenas um gole acabei com todo o vinho, o sabor era esplêndido e eu precisava de mais, porém fui pego de surpresa quando Cristina me beijou agarrando meus braços e me puxando tentando desesperadamente colar seu corpo no meu.

Quem poderia ImaginarWhere stories live. Discover now