Ponto de paz

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Eu me sentia enfadado

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Eu me sentia enfadado.

Todos os dias em que eu acordava sentia como se o mundo inteiro pesasse em meus ombros.

A minha vida, a rotina que eu considerava produtiva, bem sucedida, satisfatória estava se deteriorando a cada dia. Eu que pensava ter o controle de tudo sobre minhas mãos estava começando a me sentir perdido, as coisas que antes eram importantes pareciam fúteis e sem sentido.

Eu não conseguia mais encontrar razões que me motivassem como antes, tudo era vazio demais e eu me sentia angustiado. O desgaste emocional, o cansaço, o aborrecimento sempre estiveram ali eu que demorei tempo demais para perceber.

Meus pais me criaram para ser um bom homem, alguém bem sucedido e um dia um bom pai e marido. Desde adolescente eu me esforcei para dar orgulho a eles, mas as coisas mudaram quando contei a eles que seria pai e por ter apenas dezessete anos eles não lidaram bem com a idéia, esse acontecimento e muito outros criaram um enorme peso sobre mim, eu tinha que me tornar um alguém, tinha que dar um bom futuro a minha filha, esse se tornou o objetivo da minha vida, tudo pela minha princesinha. Boa faculdade, dono de uma empresa multinacional, uma ótima casa, carros modernos e luxuosos, conquistei tudo isso achando que quanto melhor eu fosse e quanto mais eu tivesse assim seria um bom pai. Sabrina cresceu e foi para a faculdade, para longe de mim viver sua própria vida, é claro que sinto orgulho de quem ela se tornou e fico feliz por suas conquistas, mas quanto a mim o que restou? Muito dinheiro acumulado, vários carros na garagem, mas uma casa vazia e silenciosa, um vida solitária e triste.

Esse tipo de reflexão nunca havia me tocado de maneira tão profunda, eu precisei que uma certa pessoa aparecesse no meu caminho para que eu percebesse certas coisas.

Maria, a minha menina como gosto de chamá-la em meus pensamentos. Ela de forma despretensiosa despertou algo em mim que eu ainda não tinha sentido. Era difícil de explicar e entender, mas parecia que eu estava preso em uma caixa escura e vazia e ela abriu a porta permitindo que eu encontrasse a luz e tudo o que o mundo tem a me oferecer. Minha mente demorou muito para admitir, mas meu coração já sabia que era ela, ele se rendeu completamente ao seu sorriso, ao seu olhar, ao seu jeito de ser, e não tinha como voltar atrás, eu estava convicto que me apaixonar por alguém era algo que nunca aconteceria mas Maria foi uma excessão.

Infelizmente eu não tenho coragem o suficiente para deixar que meu coração guie minhas atitudes, a razão permanece sendo minha fiel aliada e quando assumi para mim mesmo que estava apaixonado por ela eu tentei apagar esse sentimento até que ele desaparecesse por completo sem deixar nenhum vestígio. Me afundar no trabalho foi a primeira coisa que fiz, eu me empenhei o máximo que pude e quando isso não foi o suficiente eu recorri a alguém que nunca me negaria, Cristina ficou mais do que satisfeita quando eu comecei a chamá-la pra sair com mais frequência, ela adorava me ter por perto e eu aproveitava isso da melhor forma que podia, eu só queria esquecer o que eu sentia, só queria me desligar de tudo.

Quem poderia ImaginarWhere stories live. Discover now