A Primeira - Maze Runner

55- Guerra.

Minho abriu a porta e mal teve tempo para pensar no que estava acontecendo. Newt foi o primeiro a jogar, molhando toda a parte da frente da roupa do garoto. Gally terminou o trabalho, jogando o balde em cima da cabeça dele e molhando toda a parte que ainda estava seca. Minho deu um grito, irritado. Antes que fizesse algo os outros dois jogaram juntos a lama, o sujando por completo. Minho abriu os braços, batendo as mãos e lançando um olhar irritado para todos.

- Eu vou matar vocês!

- Scarllet que teve a ideia! - gritou Gally, começando a correr.

- Traíra!

Ela não teve tempo de correr. Minho a abraçou, fazendo questão de deixar toda lama possível na garota. Ela tentou empurra-lo, mas o garoto era muito mais forte. A abraçou tão forte que seus pés deixaram o chão e ela teve que envolver os braços no pescoço dele, com medo de cair. Assim que ele e a soltou a garota depositou um soco em seu ombro, o xingando.

- Eu te odeio!

- Aham.

- Sujou meu cabelo todo, Minho. - ela reclamou, passando a mão no cabelo.

- Olha só pra mim! Eu não consigo nem ver minha própria roupa por causa dessa lama.

- Gally! - ela gritou quando viu o garoto gargalhando de longe. - Eu juro que você está ferrado! Seu plong mertilento! Droga, Minho. Agora vou demorar mais tempo no banho.

- Não, sem chance. Não vai encher o ralo de lama. - Alby cruzou os braços.

- Vou encher você de lama, isso sim. Fecha essa matraca.

- Não desconta em mim não, ninguém mandou você ser pega por Minho.

Com um movimento rápido, Scarllet abaixou e pegou um punhado de lama com a mão, se reerguendo e jogando em Alby. O garoto abriu a boca, pronto para xinga-la, mas Minho não deixou, jogando outra bola de lama nele. Alby deu passos para trás, franzindo as sobrancelhas. Newt havia acabado de se virar para correr da chuva de lama que havia se iniciado, mas ele também foi atingido, o fazendo voltar irritado para encher as mãos e começar a jogar nos amigos. Todo garoto que passava por perto se sujava e a cada segundo a guerra de lama chegava mais longe, onde mais garotos eram atingidos. Os minutos se passaram e logo praticamente nenhum garoto estava limpo, principalmente Minho, que tinha lama escorrendo por todo o corpo.

Scarllet procurou Gally por um bom tempo, o encontrando escondido dentro da Sede. Mesmo assim, não foi o suficiente para impedi-la de jogar a lama nele, sujando o chão e parte da parede onde ele estava encostado. O garoto abriu a boca, dando um sorriso em seguida.

- Se Alby descobrir, ele te mata.

Ele murmurou, se referindo ao chão da Sede que agora estava sujo. Scarllet deu de ombros.

- Eu sou a líder, bobão.

Ela saiu correndo, se juntando ao resto dos garotos mais uma vez. Eles haviam se dividido em dois times. Scarllet parou junto de Minho, o lado que ele estava com certeza seria o vencedor, a lama no chão indicava aquilo, eles tinham munição infinita.

A brincadeira só foi terminar no final da tarde com a volta dos Corredores que não entenderam o que estava acontecendo. Os que não entraram na guerra a assistiram de longe, gargalhando.

No fim, a Clareira havia se tornado uma grande zona de conflito. Nunca esteve tão suja como agora, com lama espalhada por todo o lugar, com exceção dos quartos, ninguém se atreveu a suja-los e ser massacrado de xingamentos e mais lama em seguida, nem mesmo Scar e Gally.

Todos tiveram que deixar os trabalhos de lado por um dia com o objetivo de arrumar toda a bagunça que fizeram antes do anoitecer. Foram divididos em grupos de cinco pessoas e cada um foi designado para limpar uma parte da Clareira. Scarllet ficou no mesmo grupo de Benny e Gally, onde teriam que limpar os montes de lamas espalhados pelo gramado e joga-los no curral dos porcos, que se divertiam rolando por ela.

Gally e Scar deram uma pequena fuga assim que lembraram da bagunça que haviam feito na Sede. Precisavam arrumar antes que Alby visse e começasse a dar o mesmo chilique que Caçarola deu quando entraram com os pés sujos no refeitório. Ao chegarem na porta ouviram as vozes de Alby e Newt, o loiro tentava acalmar Alby, que dizia que quem tivesse feito aquilo passaria uma noite no Amansador. Scarllet segurou o riso, Alby era tão rabugento que tudo conseguia irrita-lo com facilidade. Ela olhou para Gally, que gesticulava e apontava para longe, como se quisesse que os dois corressem. Scarllet balançou a cabeça negativamente.

- Fique aqui.

Ela sussurrou e entrou na Sede, deixando o garoto do lado de fora. Newt e Alby deram um pulo, assustados.

- Mais que mértila vocês fizeram aqui!? - ela cruzou os braços, fingindo estar vendo a bagunça pela primeira vez. - Não sei o que está mais imundo, vocês ou esse lugar.

Alby revirou os olhos.

- Não fizemos nada.

- Alguém fez uma guerra aqui dentro enquanto acontecia uma guerra lá fora. - explicou Newt.

- E o que vocês dois estão fazendo aqui?

- Caçarola disse que passou por aqui e estava tudo sujo. - disse Alby. Scarllet ergueu as sobrancelhas, como Minho fazia quando desconfiava de algo. - E você veio fazer o que aqui? - o garoto cruzou os braços e Scarllet teve que pensar rápido em uma resposta, mas antes de responder foi interrompida.

- Scar! - Gally entrou na Sede. - Pare de fugir da limpeza! - ele colocou as mãos na cintura, como uma mãe brigando com o filho que fez besteira. Em seguida, olhou a sua volta. - Uou, o que rolou aqui?

- Ele responde sua pergunta, Alby? - Scarllet fez a mesma pose que ele, cruzando os braços. - Limpem essa espelunca. Não quero saber se são culpados ou não. - ela se virou, passando pela porta da Sede e gritando pelo amigo. - Vamos, Gally!

Ele correu até ela como se fosse um cachorro seguindo a dona.

- Tenho medo de quem for seu inimigo.

- Tipo você?

- Não sou seu inimigo.

- Ainda não me vinguei de você. Não totalmente.

- Você me sujou de lama.

- Não tanto quanto eu me sujei.

- Tudo bem, me desculpa.

Ela parou.

- Está me devendo uma, Gally. - a garota esticou o braço, esperando um aperto de mão do garoto.

- Ok, te devo uma.

Quando a mão de Gally apertou a dela e o canto da boca dele formou-se um sorriso, Scarllet sentiu algo. Não em relação ao melhor amigo, mas tinha alguma coisa ali. Algo de estranho acontecendo, um sentimento que ela tentou ignorar a semana inteira. Por um segundo, achou que estivesse tendo um deja vu.

Eu já vivi isso?
.
.
.
.
.
.
.
.
.
.
Capítulo extra hoje em agradecimento pelas 10 mil visualizações.

Muito obrigada ❤️

Não achei que a fic ia chegar tão longe assim e fico muito feliz com todo mundo que ta chegando e com os que me acompanharam desde o início.

Vejo vocês amanhã 😊