Capítulo 13

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A partir do momento que Petruchio uniu seus lábios aos dela, ela desejou mais. Não o empurrou, não o chutou no meio das pernas, nem desviou seu rosto para que o beijo não fosse aprofundado. Pelo contrário, segurou o rosto dele com suas duas mãos e aprofundou o beijo. Precisava e queria sentir todas as sensações que um beijo dele, quinze anos adormecido, poderia lhe proporcionar.

Era um beijo carregado de sentimentos. Toda a ansiedade e expectativa de ambos transparecendo no momento, mesclando desespero e calma, mas seus lábios se completavam sem estranhamento ou receio algum. Era como se aqueles quinze anos não tivessem passado, como se aqueles quinze anos fossem horas. Por isso ela cravava suas unhas no cabelo dele e pedia por mais, e ele correspondia segurando o rosto de Catarina com uma das mãos enquanto a outra se ocupava em segurar sua cintura tentando quebrar um espaço que não existia. E ela estava com seus pés esticados para o alcançar e o sentir por inteiro. O retrato perfeito de um romance que só poderia ser vivido por Catarina e Petruchio.

Diferente do que pensaram algum dia, um beijo entre os dois depois de tanto tempo não era nada estranho. Não mesmo. Eram duas almas separadas pelo tempo e espaço que se encontravam novamente no mesmo tempo e espaço. Beijar Petruchio era como jogar fora tudo o que havia vivido nos últimos anos. Toda sua vida na Europa, sua preocupação em criar sua filha longe dele, seus choros escondidos por causa do filho deixado para trás, suas mentiras sufocadas dentro de si. Ao mesmo tempo, beijar Petruchio era libertador. Era como se mostrar livre para si mesma, deixar transparecer seus desejos mais escondidos, não precisar mais viver atrás de máscaras e enfim pensar que um dia poderia voltar a ser feliz.

Beijar Catarina era como concretizar que seu sentimento por ela não havia morrido, que o seu sentimento ia sim, além do amor que havia sentido por ela quinze anos atrás quando havia se apaixonado por cada parte de sua fera na convivência na fazenda. Beijar Catarina era confirmar que todos os momentos que ainda não haviam partilhado, que todos os momentos que haviam perdido em não estar juntos com o filho precisavam ser vividos, que aquele sentimento de coração preenchido e a felicidade percorrendo suas veias precisava ser experimentado e não mais ignorado. Por isso ele preencheu seu rosto de pequenos beijos quando precisaram de ar e ela sorriu aproveitando o gesto dele de olhos fechados enquanto acariciava seu pescoço e o abraçava, ele pode então sentir o cheiro do perfume dela se misturando em seu pescoço e sabia que era o melhor cheiro do mundo. Desejou poder engarrafar e guardar para sempre. Seu cheiro preferido novamente ao seu alcance.

Catarina esticou seu pescoço e o olhou nos olhos, seus olhos castanhos brilhantes e felizes. Não se conteve e iniciou outro beijo com ele. Mais calmo desta vez, precisavam aproveitar todas as sensações: os corações acelerados e os suspiros que davam entre um selar de lábios e outro. Ela o abraçou apertado fechando seus olhos o acariciando no pescoço ao que ele retribuiu prontamente a abraçando de volta, não conseguia parar de sorrir.

Era como ter sua Catarina toda romântica e carinhosa com ele de volta, uma Catarina tão rara que ele até estranhou.

— O que pensa que está fazendo?! - Ela de repente acordou de seu momento calmo por demais e o empurrou para longe de si o mais forte que conseguiu.

— Eu? - Petruchio perguntou sorrindo, não conseguia parar de sorrir. - Eu tô te beijando, e ocê tá retribuindo, mais do que isso, ocê tá toda carinhosa comigo.

Ele voltou para perto dela tentando alcançar sua cintura novamente. Catarina era como um vício e uma vez que havia experimentado esse vício novamente, não conseguia ficar longe por muito tempo.

— Pois eu não te entendo! - ela estava com os olhos fechados tentando se manter firme, mesmo que a presença física dele a tocando a fizesse ter as pernas moles e não conseguir mais ter controle de seus atos. - Hoje a tarde brigamos, se esqueceu?

Segunda chance Where stories live. Discover now