Tapa sexo de Davi

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— Calma Stiles... Calma — eu falava para tentar diminuir o nervosismo, quando avisto o camaro preto de Derek encostando perto de mim.

“O que eu faço?... O que eu falo?...” — minha mente entrava em conflito.

— Boa noite Stiles... — eu nem tinha percebido que ele já tinha saído do carro. Ele estava estonteante com uma blusa social cinza, que marcava bem seu corpo e calça jeans apertada.

— Derek — minha voz tremulou e eu desviei o olhar para o chão.

— Vamos? — ele falou abrindo a porta — eu estou pensando em um jantar e cinema.

— Não, obrigado, eu estou quebrado. — falei rápido, pois estava quase entrando em abolição de vergonha — Só o cinema para mim está ótimo. 

— Eu não sei como eram os caras com quem você saia antes, mas nos meus encontros quem paga sou eu – disse Derek levantando as sobrancelhas para mim.

— O único cara com que eu saí antes, é o Scott. E não eram encontros nesse sentido. A gente só andava junto. 

— Desculpe — ele corou ou foi minha impressão? — Algum lugar em especial que você queira ir?

— Qualquer lugar que você quiser. Você que está pagando mesmo... – dei de ombros.

— Ótimo. Então vamos a um italiano. Que tal no Guido, na Avenida Harrison? Eles têm um linguini maravilhoso pelo que me recordo.

“Bom, isso vai ser no mínimo, interessante” – eu pensei. Eu estava a alguns passos de ter o meu primeiro encontro oficial com o cara dos meus sonhos. Eu poderia não saber muita coisa de encontros, mas eu sabia que eles normalmente terminavam com um beijo de boa noite, e de repente, eu me peguei desejando que a noite já houvesse acabado, só para ter este momento.

                                                                                     ~*~*~

Derek estaciona no Guido’s, um restaurante não muito caro, que era especializado em comida italiana. A fachada do restaurante não era grande coisa, era apenas um longo toldo verde e arbustos. Tinha uma pequena fonte branca e um holofote azul iluminando a entrada.

O interior era escuro, as mesas iluminadas apenas por velas dentro de garrafas de vinho, na parede ao fundo havia um mural do que eu achava ser o Monte Vesúvio e a Torre de Pisa, o teto era pintado para parecer a Capela Sistina, todas as outras paredes eram cobertas com fotografias da Itália, querubins, capa de discos do Frank Sinatra e uvas de plástico. Estátuas de plástico de tamanho real guardavam as entradas do banheiro.

— Parece a Itália, não é? – disse Derek num sussurro, enquanto a gente esperava nossa vez para sentar. Eu podia escutar o sarcasmo em sua voz e tive que engolir meu sorriso.

— Parece mais que eu estou em uma loja de souvenir brega. Eles tinham mesmo que colocar um sutiã na Vênus de Milo?

— Eu estou mais impressionado com o tapa sexo de Davi.

— Se houvesse um pouco de brilho no tapa-sexo, ele poderia arranjar um emprego de striper – eu comentei, não resistindo à vontade de rir. Tentei não rir muito, já que eu tinha visto o Maitre olhando para nós algumas vezes.

Nossos lugares foram mostrados pouco tempo depois por Maria, nossa garçonete. Ela nos entregou os menus e uma cesta de pães. Ela era uma garota bonita, que usava seus longos cabelos loiros soltos e um avental com pizzas, espaguetes e almôndegas estampadas na parte da saia.

— Vocês querem alguma coisa para beber antes de pedir? Eu preciso ver a identidade antes – perguntou olhando para mim como se eu fosse pedir o bar inteiro com gelo.

— Eu quero uma Coca – disse Derek lançando um sorriso perfeito e ela pegou mais leve com a gente instantaneamente, aliás, com a gente não, com Derek.

Eu tinha, de repente, me tornado um camaleão, me misturando perfeitamente com a toalha de mesa brega e não era mais notável. Os olhos dela não saíram do rosto de Derek, mesmo durante o tempo que falou comigo.

— Quero o mesmo – disse eu secamente.

Ah fala sério! A única coisa que restava era ela dar aquela jogada de cabelo e o flerte estaria completo.

E ela o fez. Ela balançou a cabeça igual a um maldito cavalo, balançando a crina oxigenada. Só faltou relinchar.

— Já volto com as bebidas – disse ela à Derek.

— Isso acontece com frequência? – eu perguntei assim que ela estava fora de alcance.

— Isso o que?

— Você ser paquerado. Ela praticamente pulou no seu colo.

— Você está louco. Ela só estava sendo legal, é só isso – disse Derek pegando um pãozinho da cesta e mordendo a metade dele.

Ele, de repente, pareceu muito sério, abaixou o outro pedaço de pão e começou a tamborilar os dedos nele.

— Ok – continuou ele – Ela flertou comigo. Mas eu estou aqui com você Stiles, não com ela.

Ele achou mesmo que eu estava falando sério? Eu não estava... bom eu estava, um pouco.

— Desculpe, eu não estou acostumado com isso. Eu estou esperando você ir ao banheiro e não voltar nunca mais.

— Por que eu faria isso? Eu tenho o cara mais bonito da escola aqui comigo.

Eu sorri e fiquei feliz pela escuridão esconder minhas bochechas avermelhadas.

— Ok, desculpe. Você vai comer esse pão ou vai transformar ele em farinha? – disse eu indicando com a cabeça o pedaço de pão.

Derek sorriu e levou o pão em minha direção. Sem pensar eu abri a boca e peguei o pão de seus dedos. Eu mastiguei e engoli antes que eu pudesse perceber o que tinha feito.

Meu rosto ficou mais quente.

Maria voltou com nossas Cocas e outra cesta de pães, que ela colocou na mesa ao lado de Derek. Eu notei que o braço dela tocou as costas dele, mas eu segurei minha língua. Falar um monte para a garçonete com certeza ia chamar muita atenção.

— Vocês já se decidiram? – perguntou ela.

Engraçado, eu não lembrava que a voz dela fosse tão sensual.

— Sim, eu vou querer Penne com linguiça e salada – respondeu Derek entregando o menu para ela e olhando para mim – Stiles? O que você vai querer?

— O mesmo – disse eu fechando o menu com um estalo e entregando para Maria. Ela aceitou sem ao menos olhar na minha direção.

Existia uma lição ali: as mulheres gostavam de Derek pelos mesmos motivos que eu. Ele era bonito, alto, com ombros largos e era legal. 

Se eu fosse outra garota, Maria provavelmente não teria flertado assim, tão abertamente, mas eu não era. Eu era um cara e por tanto, não era concorrência. Até onde Maria se preocupava, era como se ele estivesse sozinho. Era temporada aberta de caça à Derek e ela tinha trazido armas grandes.

O pene e a linguiça estavam ótimos, servidos com um molho de tomate espesso e uma tonelada de queijo parmesão gratinado. Nós dois tomamos duas cocas e dividimos um tiramissu de sobremesa. Quando Derek foi pagar a conta eu já me sentia estufado.

— Espera um pouco – disse Derek colocando um braço em torno do meu ombro assim que a gente deixou o restaurante – Eu preciso achar uma lata de lixo. Eu já volto ok?

— Te encontro no carro – disse eu balançando a cabeça e agarrando as chaves que Derek havia jogado.

O carro estava numa vaga no fim do estacionamento, eu havia chegado ao camaro quando senti que alguém estava trás de mim. Achei que fosse Derek mas era Scott.

— O que... Scott o que houve com você? — falei caindo no chão por tentar me afastar de um Scott com olhos amarelos, presas e pelos em seu rosto.

— Stiles — ouvi de longe a voz de Derek como um rugido. 

Sinto Por Você ISSO É Só Por Você ...Onde histórias criam vida. Descubra agora