Capítulo 160: A guerra: Soldados da Infantaria

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I count the corpses on my left,

I find I'm not so tidy.

So I'd better get away, better make it today

I've cut twenty-three down since friday.

But I can't control it.

My face is drawn, my instinct still emotes it.

'Running Gun Blues', David Bowie.



A onda quente de poder no corpo de Remus não se dissipou tão rapidamente quanto antes - talvez simplesmente porque sempre esteve lá - só que agora ele sabia como se sintoniza-lá. Ou talvez fosse um mecanismo de defesa devido ao que o instinto lhe dizia que estava por vir.

Todos na cripta podiam sentir também. Alguns deles se levantaram, ansiosos. Livia fechou os olhos e suspirou de prazer.

Passos pesados ​​e rápidos ecoaram da igreja acima. A adrenalina inundou o corpo de Remus quando a laje de concreto que cobria a entrada da cripta foi empurrada para o lado.

Greyback desceu. Ele parecia diferente de antes. Não estava na defensiva agora. Estava sorrindo, sua postura e cheiro acolhedores. Amigável.

O coração de Remus deu um salto.

Greyback sorriu, seus olhos escuros e secretos como a floresta.

"Remus Lupin," ele disse. "Acho que é hora de conversarmos."

Remus concordou com um aceno de cabeça, pasmo.

Greyback também acenou, ainda sorrindo, depois se virou e começou a subir as escadas novamente. Remus o seguiu sem nem olhar para trás. Finalmente, finalmente, esta era sua chance. Para fazer o quê, ele ainda não sabia. Tudo o que Remus sabia naquele momento era que seu pai tinha vindo até ele, e ele estava exultante.

O ar ficou mais fresco e mais limpo enquanto eles emergiam da igreja em ruínas, e Remus respirou fundo, fechando os olhos. Era quase noite; estava fresco e silencioso. Sob as nuvens mal iluminadas, a floresta ao redor deles estava se transformando do dia para a noite, as criaturas noturnas bocejando, se espreguiçando e saindo de seus buracos e túneis.

Greyback conduziu Remus pelo corredor da igreja, até a saída em arco, e eles caminharam - não por muito tempo - através das árvores jovens de faia, passando por robustos carvalhos ingleses, por um estreito caminho escondido que levava a uma espécie de caverna na base de uma colina. Uma toca.

Sem olhar para trás, Greyback entrou, abaixando-se ligeiramente na entrada antes de se endireitar quando a entrada se abriu mais e mais alto do que Remus poderia ter previsto de fora. Ele o seguiu, porque não havia mais nada a fazer.

Lá dentro cheirava a casa. Terra, floresta, carne e lobo.

Embora não houvesse nenhuma fonte de luz natural, assim que Greyback entrou, uma série de tochas ao longo das paredes da toca se acenderam, criando um espaço aconchegante e acolhedor. Havia até uma fogueira com um caldeirão de estanho pendurado, transbordando com algo que cheirava espesso e saboroso. Uma mesa de madeira ao lado da lareira estava cheia de alimentos de todos os tipos - caça recém-morta e esfolada, tigelas de nozes e frutas vermelhas, cogumelos, urtigas e pão.

As paredes da caverna haviam sido esculpidas em prateleiras e buracos cheios de livros e pergaminhos. Haviam alguns banquinhos de madeira espalhados e Greyback gesticulou para que Remus se sentasse.

Remus se sentou, olhando ao redor. Mais para trás, escondido nas sombras, ele podia sentir o cheiro de uma cama - ou pelo menos do lugar onde Greyback dormia.

All  the Young Dudes [Livro 3]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora