KALEIDOSCOPE • Jikook [abo]

[56] the beginning

Jungkook era uma exceção, quando salvou ele no clã Fine, algo além dos seus poderes fez aquilo. Foi algo vindo da sua alma.

Jin demorou alguns dias após o ataque para conseguir falar com Namjoon, e quando soube da morte do senhor Shin ficou tão devastado que não conseguiu conversar sobre mais nada durante todas aquelas semanas. Mal viu o alfa, e mal conseguiu dizer a ele o quanto estava aliviado, o quanto estava feliz por vê-lo bem, sem um arranhão.

Passou semanas de cama, muito doente pela tristeza, mal conseguia respirar de tanto que chorava.

Namjoon o encontrou depois daquelas duas semanas que se passaram, entrou em seu novo quarto no castelo, e observou-o encolhido na cama. Aquele Jin que via agora era muito diferente do beta que conheceu e se apaixonou, mas de algum modo, conseguiu amá-lo ainda mais depois de tudo o que descobriu sobre ele, depois de saber o quanto ele era forte por ter aguentado tudo.

Durante aquelas semanas, mal dormiu, mas quando conseguia cochilar por alguns minutos, imaginava reviver o desgraçado só para poder matá-lo de novo. Olhar para Jin agora, deitado na cama, com os olhos inchados, e o rosto todo vermelho de tanto chorar, e se lembrar de tudo o que ele sofrido nas mãos daquele covarde, fazia um

senso de proteção avassalador dominar seu peito.

Não estava acostumado com aquela pessoa fragilizada, estava habituado a uma pessoa que não abaixava a cabeça e lutava por aquilo que acreditava. Doía saber que alguém havia tirado aquele brilho, doía saber que alguém havia trazido tanta dor para os seus lindos olhos.

Já haviam falado sobre o senhor Shin, sobre ele ser um membro da família Min, uma mulher escondida no clã. Jin sabia, ele sempre soube.

"As mulheres nunca estiveram extintas, só estão escondidas fingindo que não existem." Foi o que ele disse.

Mas todos ali sabiam que as coisas iriam mudar daqui alguns anos.

Namjoon tocou a mão dele, entrelaçando os dedos, vendo finalmente os olhos castanhos se voltando para si. Tristes, desolados, devastadores.

Estava cansado. Cansado de fingir. Cansado de mentir para todos e para Jin, a verdade era que...

—Eu te amo. —Namjoon disse, olhando nos olhos brilhantes dele. —Desde a primeira vez que eu te vi.

Jin apertou os dedos nos dele, sentindo as lágrimas embaçando sua visão.

—Você foi muito inocente, muito bobo de achar que eu te amaria menos ao saber por tudo o que você passou e ao saber de onde você veio. —Ele sorriu para o ômega, levando suas mãos à boca. —Isso só fez com que eu te amasse mais, com que eu quisesse ter você ainda mais, para provar que você ainda pode ser feliz.

Quando um sorriso pequeno, genuíno e adorável surgiu tanto nos seus lábios quanto nos seus olhos, Namjoon se sentiu tão feliz e completo.

—Eu também amo você. —Jin disse baixinho.

Os olhos do alfa ficaram mais intensos.

—Se case comigo.

A boca do ômega abriu, e seu coração bateu mais forte.

Lembrou-se da primeira vez que se casou, do alfa que um dia amou, e do sofrimento que veio depois quando os perdeu.

Lembrou que seu avô sempre lhe dizia, todos os dias quando estavam cozinhando algum bolo juntos: Quando é verdadeiro todos sabem, seu lobo sabe, no fundo você sempre vai saber.

E era verdade, porque ele realmente sabia. Só não achava que um dia teria a chance.

—Pare de usar esses inibidores. —Namjoon disse, beijando os nós dos seus dedos, os olhos fixos nos seus. —Seja meu ômega, tenha filhotes meus, se mude para o castelo Kim comigo, deixe-me marcá-lo, deixe-me possuí-lo... fique comigo para sempre, por favor.