Ele não se importaria de dividir a cama com o papai Tata, ou deixar que ele brinque com o Sr. Tumnus, ou até mesmo dividir os abraços do papai Goo, estes que são os melhores do mundo e tem cheirinho de casa. Soso quer ser, quer estar, quer pertencer, tanto quanto Taehyung e Jeongguk querem. Os três corações abrigam por fim o mesmo desejo, criar laços que não poderão ser desfeitos.

Jeongguk, por sua vez, anseia pelo passeio vindouro. Em sua mente, lembranças de antigos encontros regados de risos e carinhos rodam como filmes antigos, tornando o ômega um espectador de suas próprias memórias. Ele recorda de como era segurar a mão do alfa e caminhar por entre as ruas da cidade, parando para olhar vitrines decoradas, de lojas que nunca haviam entrado, recorda também das madrugadas insones, em que ambos saíam noite afora, apenas para que o Jeon pudesse saciar sua vontade de comer algo da barraquinha da Sra. Choi, a velha senhorinha que lhe ensinara que cozinhar era um ato de amor, e que tanto lhe doera o conhecimento de seu falecimento, cerca de 3 anos antes.

Jeongguk traz na memória os momentos passados ao lado do seu alfa, dos beijinhos trocados debaixo da macieira do campus da universidade, do caramanchão onde o Kim gostava de lhe tocar “Tristesse” uma de suas peças favoritas de Chopin... O ômega traz vivo na mente o gosto dos beijos com sabor de morango, dos piqueniques no final dos dias, das manhãs geladas debaixo do cobertor, das orelhas aquecidas pela respiração do alfa adormecido a lhe abraçar por trás... E com tudo isso, não pode se enganar e dizer que não quer tudo isso novamente, pois quer! Quer mais momentos junto, passeios no parque aos domingos, andar de mãos dadas com seus amores pelas ruas, quer ensinar o filho o que o alfa tantas vezes lhe ensinou: Que não precisamos nos moldar ao que os outros querem de nós, para sermos amados e apreciados, que aquela pessoa, aquela que é certa, irá nos reconhecer a aceitar com todas as nossas falhas e acertos.

Jeongguk quer tudo e ao mesmo tempo teme tudo, teme confiar e não ser recíproco, teme se doar e não receber de volta, ele teme o futuro, colorir sua alma e novamente a ver desbotar em tons de cinza, porém, seu maior medo é por seu filho. Que Minsoo se magoe por suas escolhas, e Jeon sabe que isso pode acontecer, agora ou no futuro, no entanto, a rapidez com que tal mágoa pode acontecer, depende unicamente de sua decisão: Deixar Taehyung se aproximar e correr o risco de sofrer no futuro, ou afastá-lo agora, na tentativa de sofrerem no futuro, causando assim magoa instantânea em si mesmo e em seu filho...

Difícil decisão! Ou não.
Taehyung não conseguia acreditar em como a semana se passou, tão rapidamente que quando menos se pensou, ele se viu diante do espelho enorme de seu quarto, arrumando seu casaco, e ajeitando os fios de seu cabelo, para então sair. Seu destino? A residência do seu ômega. O motivo?
Iriam ao cinema.

Jeongguk, por sua vez, sentia-se nervoso, trocara de roupa mais vezes do que consideraria normal em outra pessoa, afinal que motivo havia para alguém jogar todas as roupas de seu closet no chão, simplesmente para achar algo que caísse bem? Era o que o ômega sempre pensava quando via tal cena em um filme, ou via Nári, Jin ou Jimin fazerem isso, e agora ele mesmo se via assim, experimentando vários looks, arrumando seus fios escuros, torcendo os dedos e sem saber que sapato escolher. Nem de longe se parecia com Jeon Jeongguk, o chef que havia recebido três estrelas Michelin, recentemente.

Minsoo, por sua vez, estava sentadinho na cama do papai, rindo vez ou outra com Yieji, enquanto Jimin balançava a cabeça olhando a bagunça que era Jeongguk. O ômega mais baixo estava a ponto de bater a cabeça do outro na parede, para ver se assim, Jeongguk se acalmava. E ao mesmo tempo isso lhe trazia um gosto agridoce aos lábios, ao se recordar que o Jeon havia ficado desse mesmo modo anos antes, quando iria ao seu primeiro encontro com o Kim. Realmente... certas coisas jamais iriam mudar.

— Como eu estou?  – O Jeon perguntou.

— Tá lindo papai, tão lindo que o papai Tata vai querer te dar beijinhos – Soso ria tapando a boquinha rosada.

— Lindão tio Goo, mais lindo do que todas as princesas da Disney – Yieji disse feliz, o que em sua cabecinha fazia total sentido, já que achava as princesas lindas, somente não mais lindas que seu papai Chim e agora seu titio Goo.

Antes que o ômega pudesse responder os filhotes travessos, a voz do outro Park soou na sala:

— Príncipe Jeon, sua carruagem chegou, e olha, não é por nada não, mas o cocheiro tá um arraso.

Sorrindo, o ômega deu um beijo no filho e na sobrinha, recebeu um tapinha do Park e desceu as escadas, recebendo de Yoongi um assovio e saiu para fora.
Nada os havia preparado para a visão um do outro... Ou para o que estava por vir em uma simples ida ao cinema, porém é como dizem: O Destino tem um senso de humor diferenciado e o Tempo mancomuna com ele...

E assim eu me despeço de vocês, caros leitores, espectadores do que lhes conto, e espero vê-los em breve, e que possam se lembrar que por mais que tenhamos medo, não podemos nos impedir de viver a vida que se apresenta diante de nós. Corações podem se partir todos os dias, pessoas irão nos dar adeus diariamente, e por mais que isso seja doloroso, a vida não pode ser deixada de lado. Quem sabe não seja na próxima curva que o Destino vai nos surpreender de um jeito bom?

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Olha quem apareceu pra postar algo... Obrigada a meu amorzinho mayakthjjk pela revisão e betagem, além de todo amor.

Ao meu outro amor ciganadissimulada que as estrelas  te cuidem, eu te amo eternamente, obrigada por ter iluminado os meua dias e surtado comigo por unforgivable, até algum dia 💔

Unforgivable Love - TaekookWhere stories live. Discover now