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"E ainda que eu o veja partir, que eu o perca vezes e mais vezes sem fim, ainda assim seguirei feliz por sua existência. Sabê-lo bem, torna a minha própria com propósito. Mesmo que eu nunca possa realmente viver o amor, tê-lo dentro de mim, me torna viva."

- Ragni

Seul, Dezembro de 1796.

Sentado à mesa, durante o café da manhã, Jeongguk ouvia dispersamente a conversa dos demais e ao seu lado estava sua esposa, Kim Hannah. Sentados à sua frente estavam seus pais, Jeon Mierin e Jeon Dakho.

O Jeon mais novo não suportava a presença dos três, nem mesmo da pessoa que supostamente deveria amar, porém, não amava. Hannah havia sido prometida ao jovem ômega ainda na infância. Mesmo a alfa sendo educada, gentil, carinhosa e sua melhor amiga, no entanto, o Jeon nunca havia a amado, não como deveria. Seu coração pertencia unicamente ao irmão mais velho de Hannah, o também ômega, Kim Taehyung.

O ômega mais velho, dono do mais belo sorriso de todos, de um abraço que remetia a lar, e que fazia o coração do Jeon acelerar apenas ao dizer seu nome.

O Kim era verdadeiramente o amor de todas as suas existências. O que havia chocado seus pais e feito com que o Kim mais velho fosse mandado para longe, para não sujar o nome da família Kim. Tudo por serem dois ômegas apaixonados. E o Jeon? Foi obrigado a ver seu amor partir, e levar consigo toda a alegria de viver que o mais novo tinha.

Agora, ele via-se casado, e sua loba interior, - o que sempre havia sido motivo de raiva da parte de seu progenitor, o fazendo inclusive, surrar constantemente o ômega, - estava quieta e inerte. Ragni sofria tanto quanto o ômega, ela choramingou até perder as forças, e agora permanecia quieta, com sua presença quase totalmente inexpressiva.

Quando estavam terminando o café, uma das empregadas entrou apressada e entregou a Hannah um telegrama. A alfa pediu licença aos sogros e levantou-se, seu grito sendo ouvido pouco depois.

- O que houve, querida? - A senhora Jeon perguntou a nora.

Com os olhos brilhantes e lágrimas descendo pelo rosto subitamente pálido, a outra olhou diretamente para o marido, antes de dizer.

- Taehyung foi achado no lago, sem vida.

Jeongguk soltou um grito e caiu de joelhos, seus sentidos falhando miseravelmente, mas não sem antes ouvir a voz do próprio pai dizer:

- Menos um pecador no mundo. Levante-se Jeongguk, deixe de ser ridículo. É dia de comemorar!

O ômega nada disse, apenas subiu para o próprio quarto e lá permaneceu, ignorando os chamados da mãe e da esposa. Até ter o quarto invadido dias depois, porém, já era tarde. O corpo do Jeon jazia sem vida em sua cama, Ragni não aguentou a perda de seu Höör, lobo de Taehyung, sua alma gêmea.

Mesmo sem serem marcados, almas gêmeas tinham a duração de vida de seus pares, e quando a vida de um deles tinha fim, a do outro logo seguiria o mesmo caminho.

O que ninguém soube, no entanto, é que o lado humano do Jeon, também havia desistido de viver, de viver sem o seu coração.

[•••]

Jeongguk acordou suando frio, o sonho que havia tido era bastante real, e o fazia ter arrepios. O ômega se levantou da cama, e olhando para o relógio acima da mesinha de cabeceira, notou que eram quase 3 horas da manhã.

Popularmente conhecida como a hora do além, já que alguns acreditavam que quando o relógio soava às 3 da madrugada, os portais para o além eram abertos, e por isso, acordar subitamente em tal hora, era sinal de mau-agouro. Bobagem, na opinião do ômega.

Unforgivable Love - TaekookOnde as histórias ganham vida. Descobre agora