Não acredito. Não posso acreditar que meu ex-namorado está no mesmo lugar onde estou compartilhando momentos tão bons com Noah. No mesmo dia e horário. Isso parece como um dos planos idiotas de Marcel.
Mas não pode ser. Como ele saberia aonde iríamos? O garoto de olhos verdes nem sequer me contou – por que contaria ao cara que mais detestamos? Meu único desejo era ter uma noite divertida, em paz com meu vizinho.
Usei meu melhor perfume, gastei horas para decidir a roupa ideal. Nunca torci tanto para que algo desse certo como torci por hoje. E agora, olhando para Marcel, vestido com uma camisa social branca e uma gravata preta, posto próximo a nós, no bar do restaurante, cheguei a uma conclusão. Meu encontro estava arruinado.
Ainda perplexa, afastei a taça que segurava. Apoiei os cotovelos sobre a mesa, sem me importar com a falta de educação num restaurante tão sofisticado. Abaixei a cabeça, encaixando-a entre as mãos.
— Sina. — hesitante, encarei o garoto a minha frente. — Está se sentindo bem? — toda a comida que ingeri rodopiava no estômago. Minha garganta doía. Ver Marcel ali me sobrecarregou de formas inimagináveis.
Por que? Porque eu sabia exatamente o que aconteceria: ele faria mais uma de suas cenas exageradas.
— Não sei, Noah...
— Beba mais um pouco. Vai te fazer bem.
— Quero ir embora. — Noah arqueou as sobrancelhas, surpreso. Pigarreei, tentando consertar a merda que falei. — Podemos ir? Por favor.
— Tem certeza disso? Ele não pode te abalar dessa forma, gatinha. — o garoto agarrou minha mão sobre a mesa. Com o olhar, busquei por meu ex-namorado. Ele cochichava algo no ouvido de outro rapaz – que vestia roupas similares as suas. Depois, nos encarou e desapareceu por uma portinha. Meu instinto foi recuar ao toque de Noah, que suspirou pesadamente. — Tudo bem. Vamos.
O garoto se levantou, e imediatamente, fiz o mesmo – eu temia que o pior acontecesse, então o desespero em sair daquele lugar me dominou. Peguei meu casaco, sentindo a mão de Noah diante de meu quadril conforme saímos do restaurante. Ele agradeceu ao homem que vigiava os carros, pegando a chave do seu para irmos até o Range Rover preto.
— Ei, esperem! — minha mão paralisou sobre o puxador da porta assim que ouvi aquela maldita voz. Do outro lado, Noah me encarou, para depois olhar por cima do seu ombro. O acompanhei. — Estou surpreso por estarem aqui...
— Também nos surpreendemos por te ver. Quem imaginaria que estaria justamente nesse restaurante, certo? Se soubéssemos, nem teríamos vindo. — o de olhos verdes não hesitou antes de cuspir.
Permaneci imóvel, calada.
— Estou trabalhando aqui. Tive que me virar, depois de ser demitido.
— Meus parabéns, você conseguiu rápido. Por isso, é melhor que volte, não é? Não queremos fazer você perder esse emprego também.
— Pedi para um colega me cobrir por alguns minutinhos. Fique tranquilo, Urrea. — Noah endireitou a postura. — Parece que atrapalhei alguma coisa...
— Não comece com essa porra, Marcel. — finalmente, me opus. Os garotos me olharam, surpresos por ouvirem minha voz. — Você não tem direito nenhum de vir falar merda para nós.
— Tudo bem. Você tem razão. Me desculpe. — levantou as mãos para o alto, em rendição.
Era surpreendente ouvi-lo a se desculpar – queria ouvir outra, e outra vez. — Vim atrás de vocês porque queria avisar: estou com um contrato temporário no restaurante. Vou precisar de um tempo para juntar uma grana, mas assim que tiver suficiente, volto para a Alemanha.
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HANDS TO MYSELF - Noart
FanfictionEm um sex shop, Sina conheceu Noah Urrea, um homem sedutor e cativante, que provou de sua inocência de forma deliciosa.