25.

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Fui despertada pelo barulho irritante do despertador

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Fui despertada pelo barulho irritante do despertador. Aos bocejos, estiquei-me para desligar o aparelho. Finalmente com os olhos abertos, a primeira imagem que tive acesso foi a de um Noah acordado, ao meu lado. Ainda com as pálpebras pesadas, ele virou a cabeça, sorrindo fracamente ao me ver. 

— Bom dia, gatinha. — conectei nossos lábios num selinho rápido. 

— Desculpe ter que te acordar. Mas se eu não me levantar, vou me atrasar para o trabalho. 

Me levantei vagarosamente, usando o cobertor para disfarçar minha nudez. Caminhei até o armário, abrindo uma das portas para decidir qual roupa vestir. Logo atrás de mim, meu vizinho resgatava suas roupas – jogadas pelo quarto. Depois de colocar a camisa, sentou-se na beirada da cama para calçar os tênis. 

Por cima da calcinha e do sutiã, uma calça jeans rasgada e a camisa colorida me cobriam. Verificando pelo reflexo do espelho, penteei os fios de cabelo e os amarrei num rabo de cavalo alto. Sorri com a imagem do garoto de olhos verdes se aproximando, me agraciando com suas covinhas. 

— Tem noção do quão inconsequentes somos? — meus pelinhos arrepiaram com sua voz sonolenta, mais rouca do que usual. Me virei de frente para ele, franzindo o cenho em confusão. — Quebramos mais uma regra, Sina. 

Puta merda.

Tinha me esquecido completamente! Uma das mais importantes. Regra número dois: Proibido dormir na mesma cama.

Olhei ao redor, sem saber o que lhe responder. De repente, senti sua mão envolver meu rosto, forçando-me a encará-lo. 

— Nunca tinha feito isso. Dormir com quem acabei de transar. Mas posso fazer outras vezes. A sensação é boa. — minhas bochechas queimaram violentamente. — Agora, é melhor que eu vá. Não quero te atrapalhar. — após depositar um beijo carinhoso em minha testa, Noah se afastou, pegando seu celular na cabeceira da cama. Caminhou até a porta, a abrindo, mas antes de sair, me olhou mais uma vez. — Hoje à noite ainda está de pé, certo? 

Impossível me esquecer. O show ao vivo que teria no Girls N' Roses. 

— Estarei lá. 

Com uma piscadela, ele desapareceu. Ouvi algumas vozes vindas da sala – imaginei que Sabina e Noah estariam conversando. Logo, silêncio pairou sobre a casa. Meu olhar rodeou o cômodo. Não pude evitar um sorriso ao reparar nos lençóis bagunçados sobre o colchão.  Peguei a enorme caixa da poltrona, tampando-a adequadamente antes de guardá-la nos fundos do armário – lugar que, antigamente, era ocupado pela caixa com a lingerie vermelha que comprei para Marcel, mas fora rasgada por Noah.

Com os tênis nos pés e bolsa em mãos, me dirigi até a cozinha. A frente do balcão, encontrei minha amiga de braços cruzados, uma covinha a brincar em sua bochecha. 

— É isso mesmo que estou vendo? — revirei os olhos, já imaginando o que viria a seguir. — Vocês dormiram juntos? 

As bochechas ardendo e o sorriso tímido foram as confirmações que Sabina precisava. Seu grito histérico soou por todo o apartamento. Sentada em sua frente, numa das banquetas, contei a ela sobre a surpresa de Noah com os brinquedos eróticos. A morena não parava de sorrir, entretida com toda a história.

HANDS TO MYSELF - Noart Where stories live. Discover now