23.

4.5K 299 308
                                    

Não fui uma adolescente rebelde

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

Não fui uma adolescente rebelde. No colégio, me comportava perfeitamente bem. Fazia todas as lições, respeitava as ordens dos professores, não bagunçava durante as aulas.

Nunca passou pela minha cabeça que anos mais tarde, com mais de vinte anos nas costas, a sensação de indisciplina fosse parecer tão gostosa.

Tínhamos quebrado uma das regras. E eu nem sequer me sentia culpada – pelo contrário, estava em êxtase. Beijar Noah é muito bom. Beijar Noah enquanto ele me fode é ainda melhor.

Regra número três: Proibido beijar durante o sexo.

Podemos riscar essa da lista, certo ?

No trajeto de volta para o prédio, Noah e eu viemos conversando. Ele abriu a porta de vidro, cumprimentando o porteiro depois de entrarmos. Fomos de elevador. Apertei os botões do terceiro piso e da cobertura. Assim que as portas se abriram no andar onde desceria, me virei para ele.

— Obrigada pela ajuda na cafeteria.

— Se você me recompensar daquela forma, pode sempre pedir minha ajuda. — sorri, sentindo as bochechas arderem.

Olhei para os lados, sem saber o que dizer. Noah parecia tão apreensivo quanto eu. Nervosa, apenas dei de ombros.

— Então, boa noite.

Andei até a porta do meu apartamento. Abri a bolsa para pegar o molho de chaves, e pela visão periférica, percebi o elevador ainda aberto – uma mão lotada de anéis impedia que as portas fechassem.

Antes que abrisse a passagem de casa, Noah veio ao meu encontro, fazendo-me paralisar diante a entrada. Hesitante, abriu e fechou a boca diversas vezes. Então, cuspiu.

— Ainda não jantou, certo? — neguei com a cabeça. — O que acha de entrarmos e pedirmos alguma baboseira para comer?

Franzi as sobrancelhas, confusa. O silêncio sobrevoou o ambiente por alguns segundos. Logo, minha risada baixinha quebrou o clima tenso.

— Está dizendo para jantarmos juntos?

— Você vê algum problema nisso? — em qualquer outra situação, não veria. Mas o fato é: somos companheiros de sexo. O quão estranho é esse cenário? — Olha, esquece, ok? Foi uma ideia idiota que passou pela minha cabeça, mas é melhor deixarmos para outro momento.

— Noah... — tentei interrompê-lo, mas seu tom de voz sobressaia o meu.

— Você provavelmente está exausta para caralho e quer descansar...

— Noah! — finalmente, consegui calá-lo. — Conheço uma ótima pizzaria. — levantei os cantos dos lábios, mostrando-o que era uma ideia que me agradava.

Respirando profundamente, ele também sorriu, me acompanhando. Tranquei a porta do apartamento depois de entrarmos, tirando o par de tênis e pendurando a bolsa no mancebo.

HANDS TO MYSELF - Noart Where stories live. Discover now