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— Vocês dois? Isso é sério?
— Marcel, sem escândalo, por favor. — Noah deu um passo na direção do meu ex-namorado, espalmando suas mãos num pedido para que se acalmasse.
— Sem escândalo? Acabei de flagrar o meu amigo beijando a minha ex-namorada! Espera que eu faça o que? Fique de braços cruzados?
— Você escutou o que disse, certo? — os dois me olharam. — Ex-namorada. Não sou sua. Na verdade, nunca fui sua. Posso fazer o que eu tiver vontade.
— Prefere ignorar tudo o que vivemos? Ótimo. Mas, pelo menos, tenha respeito. Acha mesmo que pegar o meu amigo é uma boa atitude? Tenho certeza que odiaria me ver beijando sua amiga moreninha.
— Você se engana, Marcel. Eu não sentiria porra nenhuma. O que faz ou deixa de fazer não é problema meu. — dei de ombros. — E isso é uma situação que não me preocupa. Sabina nunca te beijaria. Ela sabe escolher bem.
Sua expressão desmanchou ao ouvir meu tom debochado. Pude notar a covinha tímida surgindo na bochecha de Noah, enquanto ele me olhava. Marcel passeou ambas as mãos pelo cabelo, bagunçando os fios. Rodeou o olhar pelo cômodo, preparando-se para dizer algo. Mas ao focar num ponto específico, comprimiu os lábios agressivamente.
— Vocês transaram? — meu sorriso impassível também se desfez.
Segui seu campo de visão, engolindo em seco ao ver minha jaqueta jogada no chão.Noah coçou a nuca outra vez – provavelmente, se tratava de uma mania. Algo que fazia quando estava nervoso.
— Que porra é essa? — Marcel agarrou a jaqueta, encarando-a como se fosse um monstro em sua frente. Pisei firmemente até ele, puxando a peça de roupa de suas mãos.
— Isso não é da sua conta.
— Sério mesmo? Você comeu a minha ex-namorada? — me ignorou, olhando diretamente para Noah. O de olhos verdes endireitou a postura, dando dois passos em nossa direção.
— Ok. Primeiro: lave sua boca antes de falar assim.
— Claro! Me desculpe se soei mal-educado! — soltou uma risada nasal. — Prefere que eu diga "fizeram amor"? Não gaste seu tempo. Uma vadia como ela não sabe o que é isso.
Cega de ódio, sem medir consequências ou pensar corretamente, usei a mão livre para depositar um tapa em sua bochecha. Com o atrito, o rosto de Marcel virou-se para o lado. Ele permaneceu imóvel. Travei a mandíbula, impedindo que lágrimas saíssem de meus olhos lacrimejados.
— Não sei mesmo. Não sei o que é fazer amor porque o idiota do meu ex-namorado não me proporcionou tal sensação. — cuspi assim que seu olhar encontrou o meu. — E para que fique sabendo, Noah é muito melhor. Ele me faz gozar tão bem, Marcel. Como você nunca conseguiu...
O loiro agarrou meu braço, puxando-me para perto. Imediatamente, Noah empurrou-o pelo peito, permitindo-me recuar de seu toque. Marcel paralisou, encarando fixamente o de olhos verdes bem em sua frente. Ele relaxou os braços, mas seus punhos permaneceram cerrados.
