capítulo quarenta e um.

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Eu ajudei minha avó e minha mãe com as malas, enquanto como sempre, Júlia só pensou nela e arrumou apenas a sua, sem nem fazer questão de mexer um dedo para arrumar a de seu irmão, o que fez com que isso sobrasse pra mim

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Eu ajudei minha avó e minha mãe com as malas, enquanto como sempre, Júlia só pensou nela e arrumou apenas a sua, sem nem fazer questão de mexer um dedo para arrumar a de seu irmão, o que fez com que isso sobrasse pra mim.

Agora eram exatamente cinco da manhã e eles estavam se preparando pra ir, enquanto eu ainda não tinha nem dormido;

Minha vó queria garantir que eles fossem o mais cedo possível, já que a mesma não via a hora de ir pra casa.

— Aninha? — a porta do meu quarto é aberta e eu olho pra baixo, vendo Lorenzo dar um sorriso. — Posso entrar, né? — assinto e ele se senta do meu lado, sem ao menos fechar a porta.

— 'Tá ansioso 'pra ir 'pra casa? — ele nega com a cabeça. — Por que não? — arqueio as sobrancelhas.

— Aqui com você era bem mais legal. — dou um sorriso sem mostrar os dentes, abraçando ele de lado. — Você brincava comigo, me fazia carinho antes de dormir, me ajudava sempre que eu precisava. — abaixa a cabeça.

— Mas vê pelo lado bom, pelo menos 'cê vai ver sua mãe, o Paulo, e..

— Eles não fazem nada disso comigo, Aninha. — me interrompe. — E a Juju não gosta de ser minha irmã. — olha pra mim e eu noto que seus olhos estão cheios de lágrimas.

Eu me sentia igual ele quando tinha sua idade.

— Lorenzo. — dou uma pausa. — Eu me sentia exatamente como você. Todas as minhas coleguinhas da escola tinham um pai que vinha em todas apresentações e que sempre estava com elas, faziam questão de jogar isso na minha cara.

— O tio Heitor também não era assim? — nego com a cabeça. — Poxa, eu pensava que ele fosse aqueles 'paizão, sabe? Queria ter ele como pai. — rio fraco.

— E ele é. — confirmou. — Mas, por muito tempo, eu quis muito, muito mesmo, ser aquelas meninas. Porque independente do que me falassem, nada nunca preenchia o vazio que eu sentia quando meu pai estava longe. — ele abre a boca e eu enxugo algumas lágrimas suas. — Porém, eu ainda tinha a minha mãe, e você sempre vai ter um alguém.

— Como assim? — arqueia as sobrancelhas.

— Eu 'tô dizendo que eu prometo ser esse alguém. — beijo sua testa. — O alguém que você pode contar, 'pra tudo. Desde brincar de carrinhos até o resto da sua vida. — ele dá um sorriso.

— Ana você 'ta legal agora, né? — assinto. — Se você 'tiver chorando de novo, pode ligar 'pra a vovó, 'tá? Aí ela passa 'pra mim e eu canto uma canção de ninar, sempre me deixa mais calminho quando 'tô triste. — acaricio seu rosto.

Mina do condomínio | Loud Thurzin. Onde histórias criam vida. Descubra agora