capítulo oito.

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— Você 'tá bem? — pergunto

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— Você 'tá bem? — pergunto. Alice estava muito calada, parecia que ela queria falar alguma coisa.

— Eu fui muito emocionada, eu sei, eu não quis nem escutar você. — Alice diz e eu respiro fundo. — Me desculpa pelo que eu falei do seu pai eu..

— Tudo bem, Alice, eu te perdoo. Tudo que você falou, mesmo que às vezes doa, é só a verdade. — interrompo ela, por mais que soubesse que isso se repetiria.

— Não, Ana, não é a verdade! — ela diz rapidamente, provavelmente nervosa. — Eu..

— Da próxima vez.. — interrompo ela.

— Não vai ter próxima vez. — me interrompe e ri fraco, me abraçando. — Eu pensei bem e vi que eu tava sendo muito idiota com você, eu não tenho nada com o Arthur, se ele quiser você, tudo bem. — se solta do abraço.

— Ele nunca me quis, Alice. — suspiro. — Eu sei que você não vai desistir dele.

— É, isso eu não vou mesmo. — dá um sorriso sem mostrar os dentes e eu mordo os lábios, olhando pro chão, por que isso me incomoda tanto?

— Eu só te peço uma coisa, se você começar a sentir algo por ele, me diz, por favor. — ela assente, por mais que eu soubesse que caso ela conseguisse o que queria, Arthur só seria mais um, ela nunca teria nada sério com ele, ou com qualquer um dos meninos que ela já quis pegar. — Então, boa sorte. — forço um sorriso. 

— Eu sei que ele é muito especial 'pra você, obrigado por fazer ele feliz também.

— Ele é só um colega de classe, Alice. — digo e ela dá um sorriso sem mostrar os dentes. — Mas se for usar ele, nem se aproxima, ele não merece se machucar por isso.

                               [...]

Todas as aulas foram tranquilas, apesar do jeito que Arthur me olhava. Desde minha conversa com a Alice nós não trocamos nenhuma palavra.

Eu não podia gostar dele, não podia, a Alice quer ele e eu e ele somos só bons amigos, na verdade acho que nem isso. Era o que eu repetia mentalmente.

O sinal já havia tocado, indicando que já podíamos ir embora, mas eu, Laís e Alice estávamos conversando com a professora da última aula, Conceição, que era super amigável, totalmente o contrário da professora de Biologia, o que notei em sua aula.

— Sejam bem-vindas, Alice Andrade e Ana Hernandez. — a professora de física aponta para nós duas, com um sorriso no rosto. — Espero que gostem da escola.

— Obrigada. — dou um sorriso sem mostrar os dentes. 

— Eu ‘tô amando, tia. — Alice diz. 

— Laís, você pode passar a matéria ‘pra elas? — a mais velha questiona e Laís olha pra nós duas. Laís era a representante de turma, porque as pessoas consideravam ela como uma pessoa responsável, então esse tipo de ajuda sempre sobrava pra ela.

— Tipo, ‘pra as duas? — Laís pergunta, com certeza ela ainda guardava rancor de Alice, eu havia contado sobre nossa briga e ela tinha ficado indignada.

— Sim, Laís, ‘pra as duas. — diz como se fosse óbvio.

— Eu..posso. — murmura e Alice permanece calada.

— Eu me resolvi com ela. — sussuro no ouvido de Laís. — Depois te explico tudo.

— Obrigado, Laís. — a professora diz. — Bom, meninas, vou indo, tenho que corrigir algumas atividades ainda, beijo! — deixa um beijo no ar e saí. 

— O que vocês acharam da escola? — Laís questiona, enquanto andávamos em direção a porta da sala de aula. — Assim que eu chegar em casa, coloco vocês no grupo da escola.

— Pelo pouco que eu vi, aqui só parece ter riquinhos mimados. — Alice bufa, passando pela porta e nós acompanhamos ela. 

— E você não é uma? — Laís diz,  cruzando os braços, e eu dou uma cotovelada em sua barriga. — ‘Tô mentindo? 

— Chatona, hein, Laís. — Alice bufa, descendo as escadas, e fazendo barulho com seu tênis enquanto pisava nos degraus. Eu e Laís rimos. 

— Minha filha, fiquei sabendo que tu e o Thur tavam andando grudadinhos pela escola hoje mais cedo. — arregalo os olhos por causa da presença de Alice, que se vira para nós duas, com certeza Laís disse isso propositalmente. 

— É mesmo, Ana? — Alice para em nossa frente, cruzando os braços e impedindo que a gente passasse. — Cara, a gente se resolveu hoje!

— Ele só foi me apresentar a escola. — respondo, como se fosse óbvio, afinal, a verdade foi essa. Eu tinha mesmo que explicar cada detalhe pra a minha "melhor amiga" poder confiar em mim?

— Aí, já ouvi demais por hoje, vou ‘pra casa, e Laís, me manda foto da matéria, é melhor. — passa pelo portão de saída e entra no carro de seu pai. A Alice nunca foi assim, ela vem piorando desde a fundação da empresa de seu pai, e eu nunca entendi o porquê.

— Perdemos a carona, lamentável, de verdade. — diz e eu rio, enquanto dão partida ao carro do pai de Alice, nos deixando do lado de fora. Já que a princesinha que se dói por tudo foi embora, agora teríamos que ir andando até o condomínio. — Mas pelo menos, melhor assim, não sei como tu aguenta essa menina, sério. — passa pelo portão de saída e eu acompanho ela.

— Tenho que suportar, né. — tantos anos com ela, acho que aprendi a lidar.

— 'Vamo parar de falar dela. — diz e eu assinto, rindo. — Agora me conta tudo sobre você e o Thur! — meu sorriso se desfaz.

— Aí, meu Deus, o que tem eu e ele, Laís? — pergunto e ela revira os olhos.

— São namoradinhos que não namoram, ué. — ela diz e dá de ombros.

— Colegas de classe, Laís, colegas de classe. — digo, pausadamente e ela me encara. — Sou bem mais você e ele. — cutuco ela, com a intenção de irritá-la.

— Deus me livre. — se tinha uma coisa que Laís odiava era fato de ser shippada com Arthur, de acordo com ela, eles já tiveram problema demais por isso. — Não sou eu quem ele chama de linda em live. — reviro os olhos.

— Esquece isso! — digo, passando as mãos pelo rosto.

— Daqui uns dias acham seu Instagram, te digo nada. — olha pra suas unhas e assopra. — Aí depois vem os fã clubes, edits.. — tiro as mãos do meu rosto e encaro ela.

— Laís, cala a boca vai. — dou uma cotovelada nela e rimos juntas.

E assim foi a nossa conversa até o condomínio, Laís de fato é uma pessoa incrível, e também a que põe a mão no fogo pelas paranóias que ela tem sobre mim e Arthur, mas eu realmente sinto que posso confiar nela.

Completamente o oposto de Alice, onde nossa amizade sempre foi forçada por causa da dos nossos pais, acabamos dando o braço a torcer e sendo quem somos hoje. 

Mina do condomínio | Loud Thurzin. Donde viven las historias. Descúbrelo ahora