capítulo vinte e cinco.

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Minha mãe ficou brava pra caramba desde que eu pedi pra ir embora, porque ela havia pedido pra que eu me programasse

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Minha mãe ficou brava pra caramba desde que eu pedi pra ir embora, porque ela havia pedido pra que eu me programasse.

Eu tinha me programado, mas as questões foram outras.

— Arthur, eu quero explicações. — minha mãe se senta ao meu lado no sofá e eu guardo o celular no bolso. — Poxa, eu tinha dito 'pra você se organizar. Era uma oportunidade de passar a tarde com a menina que você gosta, com seus amigos, e qual foi a última vez que você fez isso, Arthur? — engulo seco. Eu não lembro.

— Mãe, eu vou precisar ir 'pra São Paulo. — vou direto ao assunto. — Lembra que eu tinha comentado com a senhora há um tempinho atrás sobre o anúncio do Lucca? — ela assente.

— Ah, então você vai passar um fim de semana lá 'pra gravar? — mordo os lábios, brincando com meus dedos. Não era só isso. — Tudo bem, eu autorizo, só vou esperar o PH..

— Não, mãe. — interrompo sua fala e ela arqueia as sobrancelhas, confusa. — Eu vou e só volto no fim das férias. — respira fundo.

— Arthur. — ela estala a língua. — Filho. — me abraça de lado.

— É o meu trabalho. — murmuro.

— Eu quero que você viva também. — suspira. — Vamos fazer assim, você vai agora, mas volta antes do fim das férias 'pra passar um tempinho aqui com a gente.

— Não dá, tem aquel..

— Depois você volta. — acaricia meu braço e eu assinto.

— Vou conversar com os meninos sobre isso. — me levanto. — E com o PH.

εïз

— PH, eu já conversei com os meninos e tal, tal. — faço uma pausa. — Eu sei que tinha um planejamento de gravações nesse tempo que eu iria 'pra aí.

— Foi só uma ideia, Thur, relaxa.

— É que a minha mãe me disse uma coisa que eu fiquei meio assim. — passo a mão no cabelo. — Eu queria saber se não dá 'pra mudar um pouco. Tipo, eu passo um tempo por aí, mas antes do dia que a gente marcou, eu volto 'pra cá. — ele apenas  olha pro lado.

— Thur, eu tenho que ver como a gente vai se organizar em relação a isso. Foi até bom você falar sobre, porque eu ainda não tinha deixado nada realmente marcado.

— É só 'pra eu poder ficar um tempo com minha família, meus amigos. — umideço os lábios. — E com a Ana. — PH começa a rir, provavelmente ele já sabia sobre.

— Eu ia até conversar contigo sobre isso, cuidado com o que 'cê solta em live. — passa a mão no rosto, ainda rindo. — Mas e aí, 'tá rolando ou não? Os meninos me disseram, mas foi por muito por cima, entendi nada.

— 'Tá não, mas por mim estaria.

— Thur. — ele diz, entrelaçando seus dedos e olhando pro lado. — Eu ia te falar 'pra você vir falar comigo na hora de anunciar 'pra a mídia, mas antes disso 'cê vaza algo em live. — ri e eu cruzo os braços.

— Nossa, valeu aí pela força, PH.

— Enfim. — dá uma pausa. — A gente precisa resolver sobre essas datas aí, porque ainda tem o presencial.

— Sim, por isso eu voltaria 'pra aí antes dele. — justifico. — Eu conversei com os meninos e eles disseram que não tinha problema, não. Fora que eu 'tô treinando muito, então não vai atrapalhar no desempenho.

— Relaxa, cara, eu entendo, eu creio também que não vá influenciar em muita coisa não. — passa a mão pelo rosto, pensando. — 'Cê precisa ter tempo 'pra curtir amigos e família também.

— É. — solto uma respiração. — Então, eu posso?

— Eu só preciso ver com a galera e falo contigo. — assinto. — Era só isso?

— Sim.

— Então 'tá certo, Thur, vou ter que desligar aqui. — dá um tchau pra a Webcam.

εïз

— Ué, 'cês já voltaram? — meu irmão pergunta, entrando dentro de casa.

— Você não ia 'pra casa da tua namorada? — cruzo os braços e minha mãe semicerra os olhos.

— Vim buscar um presente que eu comprei 'pra ela, meu filho.

— Presente? Que chique. — minha mãe ri. — Arthur, a Cecília 'tá dizendo aqui que a Ana ficou toda tristinha depois que você foi embora. — olho pro chão.

— Nem 'pra fazer companhia a menina, né, bobão? — dá um tapa em minha nuca e eu devolvo com um em seu braço.

— Tive uns imprevistos, cara. — estalo a língua.

— É sempre assim mesmo. — dá de ombros, subindo as escadas. De alguma forma isso foi como um tiro, desde quando eu deixei de viver pra simplesmente passar a comer o jogo?

— Conversou com o PH? — minha mãe pergunta depois de um tempo calada.

— Conversei. — ela ergue as sobrancelhas, olhando pra mim. — Ele disse que ia ver. — desbloqueio meu celular.

— Filho. — olho pra ela. — Antes de ir 'pra São Paulo, você deveria ir passar um tempinho com a Ana, 'pra recompensar, sabe?

— Ela tem muitos amigos, minha companhia nem é tão importante assim. — ela cruza os braços.

— Mas você é diferente. — arqueio as sobrancelhas. — Você faz ela se sentir diferente.

— É mais complicado que isso. — suspiro. — Tipo..

— 'Tá bom, Arthur, eu já entendi que tem muita coisa em jogo. — me interrompe e eu dou de ombros. — Mas é só um tempinho, como amigos mesmo. Quando você vai 'pra São Paulo?

— Eu 'tava vendo um voo 'pra sexta, mas tem que ver de novo, porque a data da volta mudou, né?  — explico e ela ri fraco.

— Mãe, 'tô indo, viu? — meu irmão aparece na sala. — Beijo, até amanhã. — beija a testa da minha mãe.

— Vai lá, filho. — deixa um beijo no ar.

— E você, se orienta. — aponta pra mim e eu cruzo os braços.

— Vai logo, João Pedro. — minha mãe manda e ele põe a mão no peito, fingindo estar ofendido e indo em direção a porta.

— Vou pro quarto, 'tá bom? — digo e ela assente, ligando a TV.

Logo subo as escadas, indo em direção ao meu quarto e logo me jogando na cama, coisa que eu queria ter feito há um bom tempo.

Eu espero que eu realmente consiga aproveitar essas férias, até mesmo se for lá em São Paulo.

Minha rotina é jogar, pra se divertir, pra fugir dos problemas, pra me distrair, pra cumprir horários e isso já tá exaustivo.

Queria um abraço da Ana agora.

Mina do condomínio | Loud Thurzin. Where stories live. Discover now