Lótus Yunmeng

Dez

Aviso: Esse capítulo contém NSFW com cenas gráficas de sexo. Se você se sente desconfortável com esse tipo de leitura, tudo bem, estará devidamente sinalizado com o emoji:⚠️⚠️. Boa leitura.

Quando Lan XiChen desceu os mais de quinhentos degraus, praticamente rebocando Jiang Cheng com ele, havia uma sensação no ar que ele não podia descrever. Sim, ele era líder da seita número um de cultivação e sim, ele estava apaixonado em doses ainda desconhecidas, mas ele também se sentia livre. Ele não devia nenhum respeito para aquelas pessoas que não o respeitaram. E havia aquele pensamento, aquela voz lhe dizendo que Jiang Cheng simplesmente se deixou ser beijado, tão manso e suavemente.

— Jiang Wanyan, eu não estive com aquela mulher porque eu gosto de você, não estava dizendo aquilo para fazer uma afronta. — Sua voz tremeu, ele estava preso entre uma felicidade genuína por ter sido beijado no lugar de ser chutado e desespero para ser acreditado. — Não toquei naquela mulher, eu...

Jiang Cheng riu. Ele tinha visto tudo, ele tinha duvidado de si mesmo e tinha duvidado de Zewu-Jun por alguns segundos, mas então... Bem, agora eles estavam parados, no final dos degraus que levavam ao salão, com Jiang Cheng amarrado e Lan XiChen corando até a raiz do cabelo, cheio de vergonha.

— Eu sei. — E, erguendo os pulsos para colocar bem embaixo do nariz de Lan XiChen, ele deixou uma parte da sua máscara cair porque estava cheio até a borda, estava transbordando de felicidade. — Me desamarre, sim?

Assim que a fita foi retirada, a mão de Lan XiChen pairou no ar, ele não queria vesti-la e se sentir forçado a voltar ao seu controle. Ele queria que ela voltasse para Jiang Cheng, que os dois pudessem sentar e conversar, que Jiang Cheng pudesse aceitar seus sentimentos e que, por todos os deuses, Lan XiChen pudesse consumar seu casamento.

Ele sentia que estava queimando. Era o mesmo cheiro, aquele cheiro atraente e instigante, mas agora ele sentia que estava olhando para a pessoa certa porque não havia nenhuma sensação de enjôo. Só estava desejando, queimando por toda parte, com um incêndio e alguma selvageria, Lan XiChen queria derrubar seu marido ali mesmo, rasgar a carne e costurar-se inteiro com aquela pessoa, para que ela fosse reconhecida como sua.

Mas, e isso era a parte que mais importava, Jiang Cheng provavelmente não o queria. Ao menos, não do mesmo jeito que ele queria.

Lan XiChen voltou para a terra quando duas mãos quentes seguraram seu rosto, lábios roçando contra os seus, uma respiração úmida perto demais, seus joelhos poderiam ceder e ele sentiu que sua ereção estava completa, apenas por ser tocado por Jiang Cheng.

— Lan Huan, você sabe o quão bom parecia gritando com aquela gente? – E então, ainda mais surpreendente, Lan XiChen foi beijado.

Beijar alguém e ser beijado eram duas sensações completamente diferentes. A primeira trazia uma espécie de ansiedade e euforia crescentes, ele se encontrava perguntando se seria aceito. Ser beijado fazia sua ideia de mundo distorcer, ele se sentia quente, se sentia aceito, ele sentia que essa pessoa estava compartilhando os mesmos sentimentos que ele.

Sua ideia de mundo, que foi distorcida por um beijo, acabou destruída completamente nas próximas palavras de Jiang Cheng.

— Zewu-Jun, se você está tão disposto a ficar comigo, então eu também quero estar com você. — E ele foi beijado outra vez, até que seus sentidos pareciam ter sido invertidos e trocados de lugar.

Lan XiChen segurou-o firme, ele queria agarrar esse momento, nunca deixar ir. Ele queria se infiltrar sob a pele de Jiang Cheng, fazer seu próprio caminho para o coração daquela pessoa através das artérias e então ele estaria confortável, estaria preso num estupor de felicidade por toda a eternidade.