Dois

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Por entre as montanhas de Wòshi, a Torre do Céu se erguia em seu dourado e prata. Não havia cidade alguma por fora dos muros que cercavam a torre que se elevava entre as árvores. A seita Tongtian Jinzhu é quem reside ali na última década.

Tongtian Jinzhu é quase tão rica quanto uma grande seita, mas não possui aliança com nenhuma delas e por isso, se tornava a mais imparcial na hora de julgar a competição.

Quando a carruagem de Yunmeng chegou aos portões do grande muro dourado, havia um grupo de cultivadores vestidos de vermelho, o líder da seita OuYang estava se preparando para entrar. A carruagem deles está sendo levada para um estábulo e seria descarregada.

Jiang Cheng se sentiu nervoso quando viu que precisariam descer e caminhar pelas ruas da Torre do Céu. Não que caminhar fosse o problema. O problema era caminhar com Zewu-jun, pendurado ao seu lado, como um marido elegante e imponente enquanto que ele parecia uma esposa carrancuda e até mesmo feia.

Patético.

Mas, outra vez, ele faria qualquer coisa para manter Yunmeng a salvo.

- Jiang Wanyan. - Lan XiChen chamou, puxando sua manga de maneira educada. - Há um amassado na sua gola.

E, muito naturalmente, como um irmão mais velho faria, seus dedos alisaram o local até o vinco desaparecer.

- Zewu-jun não precisava se incomodar.

Lan XiChen deu de ombros, fazendo Jiang Cheng duvidar da sua visão.

A porta da carruagem foi aberta e Jiang Cheng desceu primeiro. Os dois trocaram saudações com a pessoa na porta, recebendo alguém para guiá-los até o pátio onde deveriam descansar até o banquete de abertura e onde dormiriam sempre que retornassem para a cidade após a caçada.

Jiang Cheng tentou manter as costas retas durante o percurso, descartando os olhares vesgos das pessoas como se fossem os pauzinhos dos doces que ele comprou para um Jin Ling criança.

- O pátio de Sandu Shengshou é esse. Os quartos dos discípulos principais é aquele, na esquerda. Há uma cozinha também, por favor, desfrutem sua estadia. - Com um arco bem feito, o homem começou a se retirar.

Jiang Cheng pensou, se só havia dois quartos no pátio, onde ele enfiaria Zewu-jun?

-

O resultado é que Zewu-jun dormiria no mesmo quarto que ele. Ao menos era amplo, ele pensou.

Havia um espelho de bronze na parede, uma mesa no canto, um grande baú aos pés da cama. Por trás de um biombo havia uma banheira, incenso e barras de perfume. Também havia um sofá comprido o suficiente para alguém se encolher e dormir.

As janelas do quarto se abriam tanto para o pátio, com pessegueiro em flor acima de uma mesa comprida, como para uma plantação de bordos que separava o pátio dos muros de Torre do Céu.

O silêncio era um tanto agoniante e a viagem havia cansado os dois. Jiang Cheng não se sentia disposto a ficar por ali, pairando como um boneco de papel em volta de Lan XiChen.

Ele suspirou e agarrou San Dú. Ao abrir a porta, é que deu-se conta que era casado com a pessoa que estava sentada na mesa, lendo.

- Zew-...Lan Xichen. - Ele experimentou, sentindo uma coisa diferente. Como se ele fosse uma criança audaciosa.

- Jiang Cheng. - O outro se virou imediatamente, fechando o livro.

Houve um silêncio em que Jiang Cheng se debateu meio idiota, com os lábios meio abertos, ainda chocado por chamar essa pessoa de modo diferente e ela ter atendido.

Lótus YunmengWo Geschichten leben. Entdecke jetzt