64.The unknown guy

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(Capítulo narrado por Christopher)

— Você vai ficar bem? – questionou Changbin com um olhar de preocupação.

— Vão aproveitar o resto do dia, vou ver o que Lee quer comigo. – pronunciei com um sorriso mínimo após assentir, observando enquanto os dois saíam do estabelecimento.

Meu pequeno curvar de lábios se desfez assim que passaram pela porta, ao mesmo momento que deixei um suspiro escapar. Por mais que eu estivesse parcialmente satisfeito por ter me livrado de uma pessoa tóxica, eu sei que será difícil me livrar de qualquer ressentimento por Beomgyu, principalmente depois de ter depositado tanta confiança nele pela segunda vez.

Decidi tomar outra xícara de capuccino antes de me encontrar com Minho, assim teria mais um tempo sozinho com os meus pensamentos e sentimentos. Meus dedos tateavam a mesa lentamente, enquanto o líquido quente descia por minha garganta e me aquecia por dentro, ao contrário do meu rosto, que resfriou-se com a lágrima que caiu de meu olho, gelada por conta do clima frio.

Minha cabeça estava quase explodindo por tantos pensamentos, tentava reavaliar as atitudes passadas de Choi, e me perguntava a todo momento como não percebi antes que tinha algo estranho nele, eu estava cego de amor a este ponto ou ele simplesmente era um ótimo ator? Sinceramente, eu não sei como e nem quando conseguirei confiar em alguém novamente.

— Com licença? – uma voz exterior chamou minha atenção, fazendo-me tirar o meu foco da mesa e olhar para frente, passando a analisar o garoto desconhecido que me dirigiu a frase anterior. — Eu sei que pode ser estranho mas... posso me sentar com você?

O menino esboçou um belo sorriso após a frase, e eu apenas assenti, dando um pequeno sorriso como resposta, ele, por sua vez, não demorou a sentar-se do outro lado da mesa.

— Faz um tempo que estou esperando meu amigo, mas ele se atrasou pra variar. Eu vi que estava aqui sozinho e parecia um pouco amuado, então resolvi perguntar se gostaria de alguém pra conversar ou algo assim... espero que não se incomode ou acho estranho.

— Imagina, não é estranho... muito obrigado! – pronunciei no tom mais alto que consegui, ainda sim tendo a voz um pouco rouca na sentença.

— E então, quer falar sobre seja lá o que está se passando na sua cabeça? Meus amigos dizem que sou um bom ouvinte! – disse de forma simpática e distraída, enquanto me entregava um lenço de papel, muito provavelmente para que enxugasse minhas bochechas.

— Ah, agradeço. – peguei o lencinho que ele havia me esticado, suavemente passando-o sobre minha bochecha. — Bem, eu passei por uma situação bem difícil de explicar, mas basicamente a pessoa com quem eu estava não era quem eu pensava que fosse... e agora eu me sinto confuso ou sei lá, não sei se deveria ficar feliz por ter me livrado de alguém ruim ou triste por ter perdido um amor.

— Entendo entendo, nem sempre nós conhecemos uma pessoa como ela realmente é, certo? E quando descobrimos, ao mesmo tempo que nos sentimos aliviados por não permanecer cego em relação à uma pessoa tóxica, não queremos deixar as memórias boas com essa pessoa irem embora... – eu percebi sua dor assim que soltou tudo aquilo, e soube que ele já havia sentido tudo isso que estou sentindo na pele agora. — Acredite, sei bem como é isso. Despedidas machucam muito, ainda mais quando amamos uma pessoa, então eu sugiro que você chore, deixe tudo isso que está aí dentro fluir... mas lembre-se que depois disso, você deve erguer a cabeça, seguir em frente, e nunca mais chorar pelo mesmo motivo!

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