O choque de Dimitri

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Em meu rosto nem mesmo a ardência continuava, a pele tinha se curado completamente, porém eu ainda estava confuso com a reação exagerada de Jena.

Quando ela me golpeou minha foi reação foi patética?

Não...

Um suspiro, algumas piscadas e um sorriso, essa foi minha reação, nessa exata ordem, e se isso fosse patético na concepção dela, não havia o que fazer, pois eu jamais seria capaz de revidar da forma que ela queria.

Porém sorrir já não estava tão fácil quando eu ficava perto dela. Havia uma ansiedade constante roendo minhas entranhas, uma fome que estava ficando difícil de controlar.

Mas eu tinha que continuar tentando, não podia deixar que ela percebesse o quanto estava sendo custoso botar freios em meu instinto de querer puxá-la para mim e acabar com isso tomando seus lábios. Seria apenas um gesto... um toque de lábios e tudo poderia terminar...

Mas mesmo desejando mais que tudo, esse era um limite que eu não podia ultrapassar, senão a prenderia ao invés de conquista-la e por mais que fosse divertido judiar da lobinha, eu não era um maldito cretino. Eu a queria completa, toda para mim.

Subindo as escadas revivi a cena, o tapa que poderia ter quebrado um pescoço humano foi a informação para cimentar o que eu já desconfiava. Jena estava no limite, e ainda assim, não estava completamente pronta, mesmo que sua aura estivesse completa, havia algo...

E eu parei, simplesmente parei porque senti que se forçasse um pouco mais quebraria algo dentro dela, a faria sofrer, era estranho mas eu sentia uma relutância vindo dela, e aquela patada... Pai Eterno, foi difícil me controlar para não xingar até a raiz mais profunda de sua árvore genealógica, mas jamais faria isso, havia um limite rígido para mim, eu estava quase lá, mas eu também estava no meu limite.

Dobrá-la através da sedução estava me afetando mais do que eu podia suportar e com isso estava sendo uma luta para respeitar as regras do livro da sombra.

Eu precisava tomar mais cuidado com meus próprios sentimentos, já era a segunda vez que quase o feitiço tinha virado contra o feiticeiro, por pouco não me deixei levar pelas sensações que ela me causava, e isso dizia mais sobre ela do que qualquer rosnado e demonstrações de raiva.

Ela não precisava de muito esforço para me deixar sem ar, sem rumo e ansioso por proximidade.

Nessas horas eu queria pegar as regras do livro mastigar e engolir, pular as etapas, partir para os finalmente, mas havia algo naqueles olhos que me fazia recuar.

Jena tinha um segredo e eu precisava saber, eu já desconfiava que essa relutância era por algo mais do que sermos de raça diferente, então tinha pedido conselho a Diana, e tudo o que consegui dela como ajuda foi uma frase que fui obrigado a decorar e que só poderia dizer quando Jena desse sinal de que me contaria alguma coisa.

E quando Jena deu mostras de que tinha algo importante a dizer eu soube que o momento de falar a tal frase decorada tinha chegado e o fiz, confiando na minha irmãzinha.

E foi custoso cortá-la antes de saber o que era, mas Diana tinha dito que era importante fazer assim;

Mas a reação de Jena... Eu tinha que saber, e para isso teria que contar com a boa vontade de minha irmãzinha que prometeu que me contaria somente quando eu dissesse o que precisava para Jena.

Mas Diana estava me oferecendo migalhas como ajuda, poderia simplesmente me contar e pronto, mas não, ela tinha que me torturar de curiosidade.

Entrei no quarto fazendo enorme esforço para não olhar a moldura oval, o espelho que foi trazido da biblioteca proibida para o quarto assim que encontrei minha companheira.

Tratado dos Párias - Supremo Alfa.Where stories live. Discover now