Uma frase e...

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Boa noiteee, obrigada pelos comentários viu gente. Amei ler cada um ♥

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Celina

A realidade me deixava aflita, estávamos na frente da casa e ainda tentando ganhar alguns minutos antes do enfrentamento fiquei por ali aproveitando a aglomeração ao redor da alfa.

Que, para minha angústia, estava diminuindo muito rápido.

Um grupo de meninas após recomendações de Jena sobre as trocas, o que levar e o que trazer, seguiram o caminho para a vila do Padre.

Outras, Pria sendo uma delas, foram de encontro aos rapazes agrupados na beira do lago.

O grupo ia rareando a cada comando, quase gemi quando só ficamos eu e Jena.

Não dava mais para enrolar, então arrastei minhas pernas até a casa grande e por um tempo fiquei parada olhando para a porta desgastada e sem tranca, estava maluca para entrar e acabar logo com isso, sem contar que lá no fundo do meu coração também estava maluca para vê-lo, mesmo que fosse sofrer depois, mas também estava com medo justamente desse sofrimento.

A verdade é que eu estava dividida.

Jena percebendo minha apreensão colocou a mão em meu ombro.

— Ele nunca fica na morada, pode ir tranquila.

Se fosse antes eu teria confiado cegamente, mas os lobos eram trapaceiros, e o brilho nos olhos de Jena não me deixou acreditar de todo em sua palavra.

Mas mesmo que eu pensasse em muitas maneiras de evitar esse confronto eu precisava enfrentar esse momento. Não tinha como evitar Laican para sempre, nem ousaria tentar isso, pois ele era o alfa de todos, eventualmente teríamos que interagir.

Não havia o que fazer, então após assentir um cumprimento para Jena empurrei a porta, mas antes de entrar olhei por todo lado, com um misto de alívio e decepção por não encontrar nada além da costumeira bagunça, atravessei a sala pisando mais leve possível, subi as escadas com cautela e empurrei a porta do quarto morrendo de medo de encontrar um Laican lá, de braços cruzados, me esperando, pronto para me cobrar o motivo de ter saído correndo naquele dia.

E para minha angústia foi justamente o que aconteceu, ele estava no quarto, mas de costas para mim, olhando pela janela.

Sem sequer respirar dei meia volta na intenção de mais uma vez fugir, mas antes de conseguir dar qualquer passo sua voz me faz estacar no lugar.

— Não fuja de mim de novo, miúda. Não mordo.

E então me senti febril, doente. Não era fácil aceitar que era ele. Não era fácil deixar ir o que sempre julguei ser parte de mim.

Eu sabia que tinha que me virar, precisava enfrentar isso de uma vez, mas não queria, não podia suportar ver seu olhar de decepção, de pena.

— Celi, olhe para mim.

— Preciso ir. — Sussurrei. Achei que conseguiria, mas não podia enfrentar a sensação de ver o tempo correndo em suas pupilas, o chicote descendo em minha pele em sua íris, porque era isso o que eu ia ver, o mesmo que ele.

Ainda me restava alguma dignidade, mas era justamente essa sobra de consideração comigo mesma que me travava no lugar.

— Entendo seu medo. Na verdade, imaginei que seria assim, mas olha. Temos uma ligação e nada vai mudar isso.

Eu tinha consciência que só estava atrasando o inevitável, que roubar alguns minutos não mudaria nada, só estava prolongando o sofrimento ainda mais.

Tratado dos Párias - Supremo Alfa.Onde as histórias ganham vida. Descobre agora