Enchanted World Online

By MrCr0w

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Mike Rodrigues, de 29 anos, jogava um jogo mundialmente conhecido, o "Enchanted World Online", um jogo VRMMOR... More

Prologo
Capítulo 1: Primeiro Contato!
Capítulo 2: Dia de aprendizado.
Capítulo 3: Família Real.
Capítulo 4: O Alquimista!
Capítulo 5: Torneio de Espadachins!
Capítulo 6: Uma doce amargura!
Capítulo 7: Ken, O Aventureiro.
Capítulo 8: O início de uma aventura.
Capítulo 9: Nero, O Mago Espadachim!
Capítulo 10: Dormindo com Deuses.
Capítulo 11: Uma benção divina.
Capítulo 12: Purple Flames
Capítulo 13: Luto.
Capítulo 14: Xeque-mate
Capítulo 15: OceanPlus
Capítulo 16: Fogo em alto mar.
Capítulo 17: Buraco de minhoca.
Capítulo 18: A Caverna.
Capítulo 19: O Deus do Trovão.
Capítulo 20: Combustão.
Capítulo 21: Profecia.
Capítulo 22: A Tempestade...
Capítulo 23: Lilith, A Rainha dos Demônios.
Capítulo 24: A Deusa da Água.
Capítulo 25: Um brinde.
Capítulo 26: A chegada.
Capítulo 27: Lorde.
Capítulo 28: O Vilarejo.
Capítulo 29: A Rainha do Reino Verde.
Capítulo 30: Máscaras e Pilares.
Capítulo 31: Dia de treinamento.
Capítulo 32: Preparações.
Capítulo 33: O Distribuidor.
Capítulo 34: Demônios.
Capítulo 35: O Reino de Eregond.
Capítulo 36: O início de uma jornada.
Capítulo 38: Silverstone
Capítulo 39: Pedra, PAPEL e tesoura.
Capítulo 40: Reencontro.
Capítulo 41: O Brilho da Luz.
Capítulo 42: Só o tempo nos dirá.
Capítulo 43: O Enxame de Inscrição.
Capítulo 44: Discurso dos Representantes.
Capítulo 45: Primeiro Dia.
Capítulo 46: Apostas do Mestre.
Capítulo 47: O Enviado de Deus.
Capítulo 48: Tempo dourado.
Capítulo 49: Massacre.
Capítulo 50: Despedida.
Capítulo 51: Símbolo de Orgulho.
Capítulo 52: O dia do Caçador.
Capítulo 53: O Deus Dragão.
Capítulo 54: Raiva e Lágrimas.
Capítulo 55: Marca Tempo.
Capítulo 56: A Ordem das Rosas.
Capítulo 57: Arcanjo de Batalha.
Capítulo 58: De volta ao velho mundo.
Capítulo 59: Lady Mortífera.
Capítulo 60: Amanhecer de Um Novo Mundo.
Capítulo 61: O Inigualável Rei.
Capitulo 62: Mundus hieme mutatus.
Capítulo 63: My Dear Sister.
Capítulo 64: T.E.
Capítulo 65: Técnica Inata.
Capítulo 66: Preparando o Terreno para Grandes Mudanças.
Capítulo 67: O Final de um Grande Prólogo.
Mapa do Continente Mortal.
Capítulo 68: Capítulo Um da Segunda Era.
Capítulo 69: Espada e Honra.
Capítulo 70: Um Jogo de Azar.
Capítulo 71: Clã da Águia.

Capítulo 37: Diferença de Poder.

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By MrCr0w

Senti o gosto de sangue inundar a minha boca. A minha cabeça doía de forma insuportável. Mas o pior era a sensação de estar entre a morte e a vida. Perdendo a consciência e a recobrando no mesmo instante. Era como se eu estivesse começando a dormir, e as vezes acordasse de uma vez e depois voltava a dormir.

Quando a minha visão se ajustou a primeira coisa que eu vi foi o rastro de destruição na minha frente. Parecia que um foguete havia passado voando ali, queimando a grama e árvores na sua frente por uma distância de 6 metros. Aquele era, provavelmente, o resultado do golpe que me derrubou.

A vários metros de distância eu vi o homem que me atacou. Ele vestia uma blusa preta e tinha um cachecol feito de penas, também na cor preta, enrolado no pescoço. Sobre seu peito recaía uma corrente de crucifixo.

O homem estava parado com uma postura ereta, a cabeça sempre erguida. A própria postura dele já transmitia uma certa arrogância. Stephanie estava a menos de 1 metro dele, com as costas escoradas em uma árvore como se estivesse tentando se afastar mas tivesse chegado ao limite de onde poderia ir.

Comecei a tentar me levantar, mas a dor no corpo era demais e eu acabei caindo sentado novamente. No momento em que eu caí no chão o homem se virou para mim, provavelmente por ter me escutado caindo.

Senti um calafrio percorrer meu corpo quando fiz contato visual com aquele homem... não, parece muito ridículo chamá-lo de homem. Ele é uma coisa. Como se ele fosse o próprio poder. Ken é, tecnicamente, um anjo caído, mas mesmo assim eu ainda o enxergo como um humano no corpo de um anjo. Esse homem é diferente. Sua postura é mais do que confiante. Seu tom de voz era forma como fala e age é mais do que arrogância. Ele tem total certeza de que não perderia em uma luta, e eu também tenho certeza de que ninguém o venceria.

Seria isso o real significado de ser um verdadeiro Anjo Caído? Ou esse homem é algo a mais que isso?

Comecei a fluir mana pelo meu corpo, fortalecendo meus músculos, enquanto ativava a magia de cura. Pela primeira vez desde que eu cheguei nesse mundo a magia de e ura não me passou uma sensação de alívio. Dessa vez foi como se casa ferimento que a magia curasse estivesse sendo aberto e revirado antes de finalmente começar a curar. Não consegui evitar de gritar de dor enquanto me levantava, apoiando com o braço em uma árvore.

A 6 metros de distância o homem me encarava imparcial. Seu rosto totalmente inexpressivo. Aqueles olhos vermelhos me encarando com uma intensidade que se tornava sufocante.

Stephanie escorregou com as costas na árvore até se sentar no chão. O homem pareceu não se importar. Seja lá o que ele estivesse prestes a fazer, ele provavelmente me achou mais importante que isso.

Quando finalmente consegui ficar de pé eu levei a mão até a cintura, tentando pegar a minha espada, mas não encontrei nada. Foi só nesse momento que eu percebi que o Rei dos Elfos, Reynolds, havia confiscado a minha espada quando eu fui preso e eu fugi sem recupera-la.

— Maldito seja esse imbecil... — Eu xinguei, mas estava mais bravo comigo mesmo do que com o Elfo.

Reuni todas as minhas forças para soltar a árvore e me manter de pé sem nenhum apoio. Mantive contato visual com o homem o tempo todo, e ele fez o mesmo, me encarando sem alterar nem por um segundo a expressão em seu rosto.

Abri o armazenamento dimensional e retirei lá de dentro uma espada comum que eu havia comprado quando cheguei nesse mundo mas nunca usei, pois acabei me acostumando demais a minha katana. Agitei a espada no ar, testando seu peso e equilíbrio. Era uma boa espada, mas se comparada a minha Katana então essa era uma péssima espada.

Apontei a lâmina da espada para frente, na direção do homem, e flui mana até as minhas cordas vocais, fazendo com que a minha voz se tornasse mais alta e nítida quando comecei a falar.

— Você! — Eu gritei. — Justin Bieber gótico! Eu não sei quem você é, ou o que você quer comigo, mas vou fazer você se arrepender de ter me atacado! —

— Atacado? — O homem questionou, e sua voz soou tão nítida que ele parecia estar do meu lado. — Eu não te ataquei em momento algum. —

Ele fez uma pausa enquanto começava a caminhar na minha direção. Recuei um passo para trás por puro reflexo, mas bati com as costas na árvore e, por sorte, não pude recuar mais. O homem continuou avançando tranquilamente na minha direção enquanto dizia.

— Quando você acerta um tapa em uma formiga que estava prestes a te picar, você considera que atacou a formiga? Considera que estava se defendendo? Não. Você não faz isso, e eu posso te explicar o motivo. A formiga é fraca demais. Tão fraca e fácil de ser derrotada que quando alguém faz isso a pessoa nem considerara o ser vivo que acabou de matar. —

Eu não disse nada. Não queria apoiar aquela arrogância dele. E o mais importante, no momento eu não tinha forças para me manter de pé e falar.

— Mas eu sinceramente não gosto de assassinato sem sentido. Por isso não te matei... — Ele disse.

Um sorriso se formou no meu rosto. Me escorei na árvore e disse.

— Acha que não me matou por que não quis? Acha mesmo? Pra mim parece que você não conseguiu e agora está inventando desculpas. —

— E quem disse que importa o que você pensa? — Ele questionou. Mas não me deu tempo para responder. — Você entrou em contato com um Anjo Caído, por isso você é tão importante. Por isso preciso de você vivo. Já a Elfa é outra história. —

Me afastei da árvore e me esforcei para manter a postura. Segurei o mais firme que eu consegui a espada, tentando ignorar o fato dela não ser a minha Katana, e me preparei para lutar. Foi nesse momento que o homem apareceu na minha frente, a menos de Q metro de mim.

— Mas no momento tenho um amigo meu se aproximando. Por que não fica quentinho aí e espera a sua vez? —

A espada na minha mão brilhou intensamente na cor branca. Mas no mesmo instante toda a minha visão se apagou. Senti uma forte pancada no peito. A dor se espalhou por todo o meu corpo, como se ele estivesse queimando internamente.

Meu corpo foi jogado para trás e a minha visão começou a voltar novamente. A sensação da visão voltando foi algo realmente estranho, mas tentei ignorar isso e focar somente em um coisa.

— Ilusio Fiat Per Vera. — Eu conjurei a magia.

No mesmo instante a minha espada liberou a Skill e investiu instantaneamente investiu para cima em um golpe, eu soltei a espada no mesmo instante. A espada saiu voando para cima.

Bati com as costas no chão e senti umas duas costelas se quebrando, mas mantive todo o meu foco na espada girando no ar. A lâmina refletia a luz do sol enquanto girava, girava e girava. E então ela começou a cair. Descendo rapidamente com a lâmina apontada para baixo, bem na minha direção.

Fechei os olhos, e aguardei. Quando a lâmina caiu eu senti ela atravessar no meio do meu peito e cravar na terra. O sangue escorreu pela a minha boca, mas a dor parecia inexistente se comparada a dor do golpe do Justin Bieber gótico.

A minha visão apagou e todos os meu sentidos desapareceram, como se eu tivesse deixado de existir. E de repente tudo voltou. Eu estava parado ao lado da Stephanie. Todas as minhas feridas haviam desaparecido, como se esse corpo fosse outro. Suspirei aliviado.

— Ainda bem que isso funcionou. Foi mais eficaz do que a magia de cura. — Eu disse.

Stephanie olhou para mim surpresa, eu sorri para ela. Quando abri a boca para dizer algo eu senti aquela sede de sangue. A presença esmagadora sendo toda direcionada para mim.

Me virei e vi o homem caminhando na minha direção. De todo o seu corpo uma energia negra era expelida, como se a própria escuridão estivesse envolvendo seu corpo.

— Onde você aprendeu essa magia? — Ele exigiu saber. A raiva dele era nítida, mas seu tom de voz ainda era calmo e sereno.

— E isso importa? Sou eu quem está usando isso agora. — Eu respondi.

— Eu vou te perguntar somente mais uma vez. Onde você aprendeu essa magia?! — Dessa vez ele parecia mais irritado, começando a perder a calma de verdade.

— No mesmo lugar que você. — Eu respondi com um sorriso provocativo no rosto.

No mesmo instante a energia negra em volta do homem começou a se acumular ao redor da sua mão esquerda.

— Não estou satisfeito com essa resposta. Então adicione essa a mais uma das informações que eu vou arrancar de você. —

Quando ele apontou a mão na minha direção um raio negro foi disparado. Ativei a magia de voo e disparei voando para cima enquanto uma luz roxa emanava dos meus pés.

O raio atingiu uma árvore, mas não ouve uma explosão ou algo do tipo, ao invés disso a escuridão começou a se espalhar pela árvore, engolido ela por completo. A árvore começou a se desmanchar por onde a escuridão tocava.

A árvore começou a cair, atingindo várias outras árvores pelo caminho, fazendo a escuridão se espalhar para elas também. Tive que desviar de vários galhos que foram quebrados no processo. Mas antes que a árvore terminasse de cair toda a escuridão engoliu a árvore e desapareceu sem deixar nenhum rastro.

Outro raio negro foi disparado na minha direção e eu tive que voar para baixo para desviar, foi nesse momento que eu vi ele se aproximando em alta velocidade. Tive tempo de bloquear seu soco com a palma da mão direita. Mas nesse momento a escuridão em volta dele fluiu por seu braço direito até engolir o meu.

A sensação de queimação veio logo em seguida, mas não tempo de gritar. A mão esquerda dele grudou no meu pescoço no mesmo instante e me jogou de joelhos no chão. A dor se multiplicou, mas eu não conseguia gritar. Como se as minhas cordas vocais tivessem se queimando.

Ele me olhou fixamente e ficou sem dizer nada por um longo tempo. A intensidade do seu olhar me fez congelar, sequer pensei em reagir... embora a dor tenha contribuído para isso também.

— Você provavelmente era forte lá... Mas era burro. Essa magia não é conhecido por muitos. Vou descobrir quem foi... Mas, se preocupe, eu não vou te matar. — Ele disse após um tempo.

Senti calafrios no meu corpo. Sabia que ele evitaria me matar pois sabia que graças a magia de ilusão eu poderia reviver novamente. Me virei para o lado e vi Stephanie a alguns metros de distância.

Ela está longe o suficiente...

Respirei fundo e reuni o máximo de magia que eu consegui em pouco tempo, em seguida olhei diretamente para o homem na minha frente. Eu não conseguia ignorar o medo que eu sentia na presença dele, mas isso não quer dizer que eu não podia agir.

Mesmo me esforçando muito eu não conseguia dizer nada, a magia do homem me impedia. Mas ela não impedia de ativar a magia mentalmente. Quando a mana entrou em combustão uma enorme explosão engoliu nós dois.

A sensação de dor que a magia dele causava foi completamente anulada quando as chamas da explosão começaram a consumir meu corpo. Senti cada músculo meu sendo carbonizada e me arrependi instantaneamente de não ter separado um tempo para fazer um escudo de mana a minha volta.

Quando a minha consciência se apagou e meu corpo foi completamente destruído pelas chamas a magia de ilusão foi ativada e eu apareci a vários metros dali, em um corpo totalmente novo e sem nenhum ferimento. Não pude evitar se suspirar de alívio.

No momento em que o suspiro de alívio escapou da minha boca uma lança preta saiu voando de dentro das chamas da minha explosão. A lança negra como a noite atravessou instantaneamente a nossa distância de 8 metros e atingiu a minha perna esquerda.

A dor demorou um instante para chegar. A primeira coisa que eu percebi foi a falta da perna, que foi completamente arrancada com a lança. Perdi o equilíbrio e caí no chão, e foi nesse momento que a dor me dominou. Comecei a gritar e me contorcer, lágrimas escorrendo sem parar dos meus olhos. O sangue formando uma poça de baixo de mim.

Do meio das chamas da minha explosão o homem saiu caminhando como se nada tivesse acontecido. A cada passo que ele dava a escuridão a sua volta consumia as chamas da minha explosão, até que nada mais restasse dela. O crucifixo brilhava sobre o peito.

— Você está dificultando as coisas. Percebe o quão insignificante isso parece no meu ponto de vista? Um mero humano tentando enfrentar um Deus. —

— Você não é um Deus! É só um filha da puta que eu vou matar! — Eu gritei em meio a lágrimas e dor.

— Eu já disse, eu sou muitas coisas. Deus foi a primeira delas. Depois virei Anjo, depois um caído.... E agora eu sou o Rei Demônio. — O homem respondeu. Enquanto caminhava na minha direção, acumulando a energia negra na mão esquerda. — E você? Você é o que mesmo? —

— Eu sou Nero... Um mago Espadachim... — Eu respondi.

No momento em que eu terminei de falar meus olhos pesaram e se fecharam, no mesmo instante meu corpo derreteu como se fosse feito de cera, e instantaneamente um novo corpo se ergueu da terra bem atrás do homem.

Atravessei a minha espada no peito do homem antes que ele pudesse revidar. Flui mana na direção da lâmina e ativei uma magia explosiva. A lâmina implodiu, lançando pedaços da lâminas em chamas por todo lado. O peito do homem se abriu na minha frente, destruindo seus órgãos e jorrando sangue para todos os lados. Mas seu sangue era negro e gosmento.

Eu já estava quase comemorando quando o homem começou a virar o rosto para trás e me olhou de forma calma e fria. Senti um calafrio no corpo quando ele começou a falar.

— Não... Você é Nero, o homem que não pode mais ressuscitar e acabou de ficar sem mana. —

A escuridão em volta do homem se esticou na minha direção, como se fosse um tentáculo, e atravessou meu ombro direito. Urrei de dor, mas antes que eu pudesse gritar outro tentáculo negro avançou e se enrolou em meu pescoço.

O tentáculo começou a apertar meu pescoço, me impedindo de respirar, enquanto o outro tentáculo se revirava dentro do meu ombro. O homem aproximou seu rosto do meu e sussurrou.

— Você não é um mago Espadachim... Você é, no máximo, alguém que não sabe em que ficar e acabar fazendo um pouco de tudo, mas no fim não é bom em nada. Medíocre na magia e medíocre na esgrima. Você é Nero, o player patético. —

Me contorci todo tentando me soltar para poder acertar um soco nesse cara e, com sorte, quebrar o nariz e alguns dentes dele. Mas eu praticamente não me movi. Eu estava completamente a mercê dos seus ataques.

Nesse momento um raio de calor passou por nós em alta velocidade e só não perfurou a cabeça do homem pois ele recuou um passo para trás bem a tempo de evitar o ataque. Eu e ele nos viramos para o lado ao mesmo tempo, procurando a origem do ataque, e nos deparamos com Stephanie parada a alguns metros de distância, com uma pequena bola de fogo incandescente brilhando na palma da mão.

— Solta ele!! — Ela gritou, tentando parecer firme. Mas até mesmo eu conseguia notar a forma como ela tremia.

O homem encarou ela sem dizer nada, e por alguns segundos isso foi tudo que aconteceu. Até que de repente a escuridão disparou como uma lança atrás dela. Estiquei a mão na direção da Stephanie e conjurei uma magia de escudo de luz. Mas a escuridão partiu o escudo em fragmentos como se ele nem existisse.

Stephanie disparou o raio de calor mais uma vez. Por sorte ela acabou atingindo a escuridão e fazendo um buraco nela, mas o buraco foi consumindo pela escuridão instantaneamente quando a magia do homem se regenerou.

A lança negra que avançava até Stephanie já estava a menos de 2 metros dela quando um raio de luz caiu do céu e atingiu a lança. Uma explosão de poeira se ergueu, cobrindo completamente meu campo de visão. Ouvi o homem na minha frente estalar a língua parecendo insatisfeito.

Quando a nuvem de poeira começou a abaixar eu pude ver o que parecia uma lança feita inteiramente de uma luz branca atravessando a lança feita de escuridão que o homem disparou contra Stephanie.

Antes que eu pudesse comentar sobre isso eu senti uma segunda presença esmagadora. Uma presença quase tão poderosa quanto a do homem na minha frente. E essa presença estava ao meu lado.

Vi uma lâmina descer em alta velocidade e cortar o tentáculo negro que se enrolava no meu pescoço. No mesmo instante a mesma lâmina cortou o segundo tentáculo, aquele que estava atravessando meu ombro.

Quando me virei para o lado vi um homem de cabelo branco parado ali. Ele usava uma amadura preta com um peitoral dourado. Seus olhos eram azuis claros e transmitia um forte sentimento de simpatia. Em sua cintura estava preso não uma, mas três Katanas, cada uma delas de uma cor. Uma vermelha, outra azul e uma branca.

— Eu quase pedi você de vista... Sorte a minha que esse humanos conseguiram te atrasar, Robert. — O homem de cabelo branco disse enquanto encarava o outro.

— Me atrasar? Eu sequer tentei fugir. Estava apenas Brincando com você, Max. — O homem na minha frente disse, aparentemente seu nome é Robert.

— E ainda quer brincar? — Max perguntou.

— Mas é claro. — Robert sorriu de volta, e apesar de ser um sorriso falso foi a primeira vez que eu o vi sorrir.

Assim que eles terminaram de falar uma onda de escuridão emergiu atrás do Robert, disparando raios negros, tentáculos, lanças, explosões e todos os tipos de ataques ao mesmo tempo.

Eu já estava pronto para morrer quando Max parou na minha frente e começou a rebater todos os ataques com sua espada de cabo azul. Seu braço se movia tão rapidamente que tudo que eu conseguia ver era um borrão e o momento em que a lâmina dele entrava em contato com a magia negra do Robert, causando uma oscilação no ar.

Um dos tentáculos negro chegou me perto de me atingir, mas nesse momento Max pegou a espada de cabo branco com sua outra mão e cortou o tentáculo antes que ele me tocasse.

Max se movia com leveza, mas também com uma extrema velocidade m casa golpe dele era preciso. Ele cortava os tentáculos pensando, não somente em impedir o ataque, mas também já visando onde ele cairia e o que faria depois.

Já Robert era diferente. A escuridão a sua volta exalava poder. Era nítido, mesmo para quem não fosse um mago, que para manter tão poder ele estava gastando uma quantidade absurda de mana. E por isso ele atacava sem parar. Não se importava em ser preciso, apenas em atacar e atacar, pois ele sabia que seu inimigo ficaria cansado anta dele ficar sem mana.

Mas foi Max quem pois um fim naqueles ataques. O homem enfiou sua espada de cabo azul no chão, e no mesmo instante um relâmpago caiu do céu e atingiu o cabo da espada. Um estrondo ecoou por toda parte e uma explosão jogou tudo, inclusive eu, para longe.

Bati com as costas em uma árvore, mas consegui me recompor rapidamente e olhei na direção do Max. Uma forte corrente de ar continuava empurrando tudo para longe, mas Max não. Ele foi o único que permaneceu imóvel, sem ser afetado pela explosão.

Mas Robert também não foi prejudicado. Quando a explosão o arremessou para trás sua asas surgiram no mesmo instante e ele começou a voar. A corrente de ar o empurrava na direção contrário, o fazendo ficar parado em pleno ar.

Max repentinamente arrancou sua espada do chão e avançou. Mas no mesmo instante Robert se aproximou voando e segurou a lâmina da espada antes que Max pudesse golpear. E de repente os dois desapareceram.

Escutei uma explosão vindo da esquerda, mas quando me virei naquela direção tudo que eu vi foi uma árvore caindo, a escuridão da magia de Robert consumindo ela rapidamente. Ouvi outra explosão vindo da direita, mas novamente tudo que eu vi foi uma árvore caindo, dessa vez partida ao meio por algo afiado.

Um forte jato de ar passou por mim, de forma tão rápida e repentina que eu sequer pude ver o que era, apenas senti o sangue escorrer de um corte deixado na minha bochecha.

Escutei mais duas explosões e vi mais algumas árvores caindo. Em um certo momento em vi um raio de luz sendo disparado em meio a floresta. Mas então veio a calmaria. Um silêncio perturbador tomou conta da floresta.

Olhei para o lado e vi Stephanie sentada no chão a alguns metros de mim, dava para notar que ela estava tremendo, a doença dela provavelmente estava atacando. Mas eu não me atrevia a tentar ir até ela. Não enquanto esse silêncio ensurdecedor me impedia de saber onde estava aqueles dois... monstros.

Foi nesse momento que Max caiu no chão com força, criando uma cratera no chão e fazendo uma nuvem de poeira subir no ar. Escutei ele tossindo dentro da cratera e quando a poeira abaixou ele já estava de pé.

— Você está bem? — Eu perguntei. Ele era a única pessoa capaz de lutar contra Robert, se ele perdesse eu com certeza estaria morto.

— Estou ótimo. — Ele me olhou sorrindo. — Mas não consigo derrota-lo, então talvez a gente morra. —

— Há, ótimo. Era o que eu gostaria de ouvir do meu salvador. — Eu disse em resposta.

— Hahaha. Gostei de você. — Ele riu, mas logo voltou a ficar sério enquanto se virava para a Stephanie. — Fique com a Elfa e proteja ela. Vou conseguir uma chance para vocês fugirem. —

— Mas e você? — Eu perguntei.

— Eu vou ficar bem. Posso pedir a ajuda de outros Anjos se não tiver humanls aqui, então a minha melhor chance de vencer é se vocês forem embora.— Ele respondeu, o sorriso voltando ao seu rosto. — Vão para o Reino de Haiford e procurem um vilarejo pequeno, um que acabou de receber um novo Lorde... Se não me engano o nome desse Lorde é Ken... Isso, Ken Angelus. Vão encontrar outro Anjo Caído lá, esse é de confiança, contém para ele o que aconteceu aqui. —

Um Anjo Caído? Não acredito nisso! Essa é uma informação que o Ken vai gostar de saber. Os Anjos sabem que ele é um Anjo Caído e, ainda mais importante, sabem onde fica o vilarejo em que ele é Lorde.

— Tudo bem... Vou tentar fazer isso... — Eu respondi.

Ele sorriu e acenou positivamente com a cabeça. Em seguida ele desprendeu a bainha azul da sua cintura e a segurou na mão esquerda.

— Muito bem, agora chega de brincadeira. — Ele disse em um tom ameaçador, apesar do sorriso simpático no rosto, enquanto olhava para o céu, como se ele conseguisse ver algo que eu não via através de todas àquelas folhas das gigantescas árvores.

No momento que ele terminou um raio negro desceu do céu bem na minha direção. Max repeliu o ataque com sua espada. Mas no mesmo instante Robert surgiu, voando com suas asas negras e com uma lança se formando de sua energia negra ao seu lado.

Achei que ele bateria de frente com Max, mas quando estava 10 metros de distância ele parou repentinamente e se preparou para disparar.

Quando a lança disparou eu escutei o som dela estalando no ar conforme se aproximava. Mas de repente eu apareci em um lugar totalmente diferente. Não conseguia nem ver mais onde estava Robert. Stephanie estava ao meu lado, e na minha frente estava Max, encarando o vão entre dezenas das árvores gigantescas.

— O que aconteceu? — Eu questionei.

— Portal interdimensional. — Max respondeu. — A explosão está vindo. Se prepare. —

Olhei para ele confuso. Mas no mesmo instante ouvi a explosão. A pressão do ar também me atingiu no mesmo instante, mas parecia ser de algo longe que a pressão do vento sequer tinha força o suficiente para eu me preocupar. Mas tive que segurar Stephanie, que quase foi arremessada para longe enquanto gritava igual a um cabrito.

— Ele já deve estar vindo pra cá. — Max disse. Fez uma pequena pausa, e quando a pressão do vento começou a parar ele voltou a falar. — Estamos quase no império humano. Vou abrir um portal para você e te mandar para a cidade mais próxima daqui. —

— Espera. Espera. Que cidade? — Eu perguntei, já imaginado de qual ele estava falando.

Mas no momento em que eu terminei de falar Robert surgiu voando de trás da árvores. Max foi atingido por um soco no peito, e nesse momento uma explosão de energia negra arremessou Max para longe.

Tentei acompanhar para onde Max foi arremessado, mas nesse momento Robert avançou na minha direção. Ele agarrou meu ombro com a mão direita e materializou uma espada negra na mão esquerda.

— Sinta-se honrado, fiz essa arma especialmente pra você, espadachim. — Robert disse.

Mas quando ele terminou de falar Max ressurgiu, voando na direção de Robert. Ele golpeou com a espada, mas Robert esquivou para o lado e logo em seguida atacou Max usando a espada que ele iria usar para me matar.

Max se virou para Robert e no mesmo instante repeliu o ataque deles. O som da espada de Max atingindo a espada negra de energia do Robert foi como se alguém golpeasse a água.

Max soltou a espada que estava segurando pegou outro na cintura, uma com o cabo vermelho. Quando ele golpeou, Robert esquivou para trás, saindo da área do golpe. Mas uma explosão foi expelida da espada, agindo Robert no peito e o jogando longe. Max devolveu a espada para a bainha e ainda conseguiu pegar a outra espada antes que ela caísse no chão.

— Você precisa carregar a Elfa, ela não vai conseguir entrar no portal sozinha e dessa vez ele v-... —

Antes que ele terminasse de falar Robert passou voando e golpeou Max, e os dois saíram voando, trocando golpes tão poderosos que o som ecoava por toda parte.

Me virei para Stephanie, tentando entender o que Max disse sobre carrega-la, e nesse momento me deparei com ela tremendo no chão, o rosto pálido.

— Droga... Você não deveria ter usado mana... Sua idiota. — Eu disse enquanto me aproximava dela.

Ajudei ela a se levantar e se apoiar em mim. Mas nesse momento um raio atingiu o chão a 3 metros de distância de onde estávamos. Uma pequena cratera surgiu, mas eu não esperei para ver o que viria depois, ativei a magia de voou e, depois de pegar Stephanie em meus braços, eu saí voando.

Assim que meus pés saíram do chão Robert surgiu na minha frente, dessa vez a serenidade dele havia desaparecido, agora ele sorria. Um sorriso genuinamente alegre. Ele estava se divertindo com essa luta.

— Onde pensa que vai? — Ele questionou.

No mesmo instante Max chegou voando por trás dele, golpeando com a espada de cabo azul. A escuridão atrás de Robert se materializou em um escudo e bloqueou o golpe ou foi o que eu pensei.

Assim que a espada entrou em contato com a energia de Robert um relâmpago explodiu na lâmina. Robert foi jogado para o lado, e isso foi o suficiente para que eu continuasse a voar.

Estava me afastando quando decidi olhar para trás. A energia em volta de Robert havia diminuída consideravelmente, mas se regenerava extremamente rápida. Por sorte eu estava ganhando distância bem mais rápido. Ele havia se tornado apenas um pequeno ponto no solo quando me virei para frente e aumentei a mana na magia.

Nesse momento eu senti a minha mana se esgotar. Praticamente no mesmo instante Robert apareceu voando na minha frente, seu sorriso agora era enorme, parecia prestes a gargalhar da minha cara.

— Lembra do que eu disse? Não pode mais ressuscitar e está sem mana... Nero, o player patético. — Ele disse enquanto me observava começar a cair.

Repentinamente a sua energia disparou na minha direção, se aproximando de forma tão rápida que causava um chiado no ar. Mas nesse momento eu senti a presença do Max se aproximando por trás.

Fui empurrado para o lado e vi Max ocular o meu lugar. Com um único golpe de sua espada um relâmpago explodiu, afastando completamente a energia negra de Robert. Mas isso ainda não havia solucionado o meu problema mais recente.

Eu estou sem mana e começando a cair.

Max chegou a se virar na minha direção, como se pretendesse fazer alguma coisa. Mas nesse momento Robert atacou com uma lança negra. Max conseguiu desviar da lança, mas Robert usou esse momento para se aproximar e ao tocar com a mão no ombro dele, ele usou magia de gelo fazendo Max ser instantaneamente congelado.

Quando Max começou a cair Robert se virou na minha direção. Ele se aproximou antes que eu percebesse e esticou a mão na minha direção. Nesse a mão dele brilhou com uma luz azul, quase imperceptível, e no mesmo instante meu corpo foi envolvido por uma pressão esmagadora. Arfei de dor ao sentir todos os meus ossos sendo espremidos.

Não conseguia me mover mais, então também não conseguia segurar Stephanie e vi a Elfa escorregar pelo meu braço, tremendo e impotente, e começar a cair em direção a morte.

Comecei a me debater tentando né soltar, mas não conseguia sequer mover um músculo. A pressão em volta de mim me apertava cada vez mais, a ponta de eu achar que meus ossos não resistiram..

Mas de repente Max se aproximou por trás de Robert e golpeou com a espada. A energia negra atrás de Robert se transformaram em tentáculos e agarraram a lâmina da espada.

— Você não desiste nunca? — Robert questionou, parecendo um pouco irritado. — Estou me divertindo com os humanos agora, espere a sua vez. —

— Não. Agora chega de brincadeira. — Max respondeu.

A espada emitiu um chiada e um relâmpago percorreu a lâmina da espada, disparando um raio para frente que atravessou não só a energia negra do Robert como também o ombro do mesmo.

Robert arfou de dor, e essa foi a primeira vez que eu vi ele ser afetado por um golpe. Max não esperou para ver como ele revidaria, girou seu corpo em pleno ar e atingiu um chute na lateral do peito dele, arremessando Robert para longe.

A pressão exercida sobre mim despareceu instantaneamente, mas antes que eu pudesse começar a cair asas brancas surgiram na costas de Max, não somente um par como as do Robert, mas sim três pares daquelas imponentes assas brancas, e ele vou na minha direção. A velocidade de voo dele era tão grande que eu não conseguia manter meus olhos abertos.

Quando arrisquei, apenas por um segundo, abrir meus olhos, vi que Max já se aproximava de Stephanie, já se preparando para pega-la também.

Nós pousamos com leveza no chão, mas quando Max soltou a gente, tanto eu quanto Stephanie caímos estatelados no chão. Me virei para Max, pronto para reclamar, mas nesse momento um relâmpago negro desceu na nossa direção.

Max ergueu a espada para cima e retirou a bainha azul da sua cintura. Quando abaixou a espada ele cruzou a lâmina com a bainha e aguardou raio atingir a lâmina. No momento em que isso aconteceu uma explosão de ar expeliu o raio negro para longe.

Robert continuou se aproximando, voando para baixo em investida, mas Max raspou a lâmina na bainha, e nesse momento dezenas de relâmpagos dispararam na direção dele. Robert desviou dos primeiros, mas foi atingido por dois no peito. Parecia que Max estava na vantagem, mas Robert fez uma rotação em pleno ar, e nesse momento uma esfera negra foi deixada para trás por ele, e todos os raios começaram a se sugados e engolidos pela esfera negra.

Robert continuou avançando, se aproximando em alta velocidade. Quando ele estava se aproximando Max começou a disparar outros raios pela lâmina da espada, mas mesmo Robert estando mais perto, todos os raios ainda eram atraídos para a esfera negra, que provavelmente era um buraco negro.

Quando Robert pousou na nossa frente ele tinha um olhar irritado no rosto. Ele suspirou, frustrado, e olhou para Max enquanto dizia.

— Estávamos apenas nos divertindo. Eu foquei apenas em uma magia, e você não usava a sua mana a divina. Por que invocou as asas? Eu estava começando a ficar animado. —

— Não lembro de ter concordado com isso. — Max disse, sorrindo para Robert de forma confiante. 

— Tem razão... Mas deveria ter concordado. Assim você teria chance de sobreviver. — Robert retrucou.

No mesmo instante Robert se moveu, como um borrão, e surgiu ao lado se Max. Quando golpeou Max conseguiu cruzar a espada e a bainha e bloquear o ataque. Por algum motivo a energia negra não consumia a espada e a bainha de Max, e eu soube no mesmo instante que aquilo era alguma magia. Provavelmente a espada dele era focada em magia de ataque do tipo raio, e a bainha focada em magia de defesa.

Mas isso não foi o suficiente para deter Robert. Uma luz branca engoliu todo o corpo de Robert, e no mesmo instante ele aparece do outro lado do Max. Com um único golpe Robert arremessou ele para longe, fazendo Max atravessar todas as árvores que se pudessem em seu caminho.

Robert se virou para minha direção, mas me ignorou e avançou até Stephanie. Me levantei e parei entre ele e Stephanie, abri o armazenamento dimensional e retirei uma adaga lá se dentro.

— O que pretende fazer com essa faquinha, Humano? — Robert questionou.

E sem me dar tempo para responder ele avançou na minha direção. Quando me dei conta ele já estava na minha frente. A energia negra de transformou em tentáculo e agarrou meu pé, me puxando para baixo e me fazendo cair de peito no chão.

Uma lança negra se formou da sua energia e estava prestes a ser disparada quando Max ressurgiu ao lado de Robert. Senti a pressão dos golpes que os dois trocaram, mas eu não conseguia nem ver eles se moveram, e muito menos trocando golpes.

A força de casa golpe se colidindo me fez ser jogado para trás, mas consegui me recompor. Imediatamente eu avancei até Stephanie, ignorando a luta daqueles dois, pois sabia que eu nunca seria capaz de ajudar naquela luta, principalmente no meu nível atual que eu não conseguia sequer acompanhar a luta. A Diferença de Poder era muito grande.

Quando estava me aproximando de Stephanie eu percebi que ela estava praticamente jogada no chão, ainda tremia e tinha o rosto pálido, mas agora estava piorando. Ela parecia prestes a desmaiar.

Eu já estava a menos de 2 metros ela quando um jato de fogo passou na minha frente, me atingido de raspão no ombro. Me joguei no chão para evitar se ser atingido pelo segundo jato se fogo que foi disparado, mas somente o ferimento em meu ombro já me fazia chorar de dor.

Robert surgiu na minha frente, segurando uma espada negra na mão, prestes a atacar. Mas nesse momento Max surgiu ao seu lado, golpeando com a espada azul. Dessa vez eu pude ver os relâmpagos saindo da lâmina da espada e investindo contra Robert, mas mais que isso eu vi os relâmpagos envolvendo o corpo se Max e dando velocidade a ele, assim como Ken fazia com sua magia.

Mas nem isso era o suficiente para igualar Max a Robert. O homem se esquivou tranquilamente para o lado e evitou o golpe. Mas por sorte isso foi o suficiente para ele errar o golpe que estava tentando me acertar, e tudo que ela conseguiu foi fazer um profundo corte no chão a 60 centímetros do meu rosto.

— Se levanta! — Max gritou para mim. — Se levanta é vá até a Elfa. Vou tirar voc-... —

Robert apareceu na frente dele e atingiu um soco na barriga de Max, a explosão da energia negra jogou Max para cima como se ele fosse uma pedra arremessada com muita força. E Robert desapareceu no mesmo instante.

Max era apenas um pequeno ponto no céu, de tão longe que já estava, quando eu vi um novo ponto surgir, e esse ponto era Robert. Ouvi e vi a enorme explosão, e em seguida vi descendo como um foguete em direção ao chão, criando uma enorme cratera ao cair a vários metros de onde eu estava.

Não tive tempo de ver se Max estava bem, pois sabia que Robert viria atrás de mim. Me levantei e comecei a correr na direção de Stephanie, ao me aproximar eu não tentei colocá-la de pé, pois sabia que ela não conseguiria, apenas passei o braço por baixo dele e a levantei, pronto para carrega-la.

Olhei para um lado e vi que Max já havia se levantada e agora voava por toda parte trocando golpes com Robert, deixando um rastro de destruição por onde passava. Olhei para o outro lado e vi dezenas de árvores caídas no chão, algumas queimadas, outras se desintegrando.

Cheguei a uma conclusão:. Não havia para onde fugir.

Comecei a correr na direção oposta que Max e Robert estavam, apenas para tentar ganhar distância. Nesse momento Stephanie se revirou nos meus braços, gemendo de dor, e colou o rosto em meu peito. Ela estava fria, precisava descansar, e eu estava sem mana e não podia ajuda-la. Eu preciso sair daqui se quiser que ela sobreviva.

Você vai ficar bem. Está me ouvindo? Você vai ficar bem. Logo, logo você vai estar de volta a seu Reino, bebendo e comendo com sua avô. — Eu tentei soar tranquilizador, mas não conseguia fazer isso quando tinha que ficar olhando para trás o tempo todo, tentando ver se Max e Robert se aproximavam ou não.

Stephanie não disse nada em resposta, apenas apertou com força a gola da minha blusa. Isso foi mais que o suficiente para eu saber que ela estava acordada, então acelerei o passo.

Mesmo que eu morra aqui, ela deve viver. Não posso deixa-lo morrer aqui. Foi eu quem a arrastou até aqui, então...

Robert surgiu na minha frente repentinamente e no mesmo instante o chão na minha frente se converteu em uma lança de pedra que se estendeu na minha direção.

Parei de correr e me virei de costas para a lança de pedra, tentando proteger Stephanie. Mas eu não fui atingido, Max conseguiu se aproximar a tempo e destruiu a pedra com um único golpe de espada.

— Entrem!! — Max gritou, e o suor e cansaço em seu rosto era aterrorizante.

Max esticou a mão para o lado e um portal branco surgiu no ar, distorcendo tudo a sua volta. Olhei para Max, hesitante, mas ele estava ocupado se defendendo de um raio que Robert disparou.

Eu não tenho muito tempo. É agora ou nunca.

Comecei a correr na direção do portal. Conforme me aproximava eu sentia uma alteração na gravidade, como se tudo ficasse mais pesado perto do portal. Já estava a menos de 1 metro do portal quando fui atingido na perna por um raio negro.

Não consegui me equilibrar e, gritando de dor, comecei a cair. Antes de atingir o chão eu reuni as minhas últimas forças para arremessar Stephanie na direção do portal. No momento em que ela tocou na luz branca a presença dela desapareceu completamente.

Encostei a testa no chão e senti o suor escorrer pelo meu rosto. Ou talvez fossem lágrimas de dor devido ao buraco deixado em minha perna. Eu estou morto. Não há como fugir. Nunca vou conseguir chegar a tempo no portal...

— O cacete que eu não vou! —Comecei a me levantar, ignorando a dor insuportável na minha perna. — Pro inferno com esse anjos! Eu tenho que sobreviver! Eu vou sobreviver! Vou sobreviver e matar todos eles um dia! —

Assim que comecei a me levantar eu foi atingido por um chute na barriga e cai no chão novamente. Robert parou ao meu lado e me chutou novamente, para que eu rolasse até ficar de frente para ele.

— Onde pensa que vai, humano? — Ele questionou.

A energia negra se converteu em uma lança e atravessou meu antebraço esquerdo. Antes mesmo que eu pudesse gritar de dor a lança recuou e atacou novamente, perfurando um pouco a cima do golpe anterior.

Quando a lança recuou novamente e atacou, a sua ponta parou a centímetros do meu pescoço. Senti o suor escorrer pelo meu rosto até tocar na energia negra da lança e ser evaporada.

— Sua vida está em minhas mãos, humano. Não acha isso patético? Você é tão inferior que sequer pode decidir se morre ou vive, depende dos outros para isso. — Robert disse.

— Pelo menos eu não sou um genocida... — Eu falei, me segurando para não demonstrar para ele a dor que eu sentia.

— Genocida? Acha que é isso que eu estou fazendo? Um genocídio? São vocês que fazem o genocídio, não eu. Não, isso tudo tem um propósito. —

— E qual seria ele? — Eu questionei.

— Unificar o mundo. — Robert respondeu. — Sem mais anjos ou demônios. Sem Dragões ou Seres Espirituais. Apenas Humanos. Sem seres divinos, apenas um Deus: Eu. —

Tive uma crise tosse com o sangue que se acumulou na minha boca. Enquanto tossia a lâmina quase me perfurou, mas Robert recuou com ela, ele não pretendia me matar ainda. Tinha que saciar sua arrogância se exibindo para alguém. Foi por isso que eu sobrevivi até aqui, ele queria se exibir. Mostrar que poderia lutar contra um Anjo, um humano e uma Elfa e nem sequer se esforçar para vencer.

— Você é louco. Mais louco do que eu. — Eu falei. — Louco por poder. —

— Eu sou louco por controle. — Robert me corrigiu. — A questão é que controle exige poder. Um não pode existir sem o outro. Quando todas as raças se tornarem uma só e eu for o único Deus, as guerras diminuirão. —

— Você tem que estudar mais... Você tem noção de quantas pessoas já morreram por causa da religião? —

— Uma falsa religião com um Deus inventado. Aqui será diferente. Eu não pedi para ser um Anjo. Não pedi para ser o Deus desse mundo. Mas quando todos me reconhecerem como tal, eu serei um Deus existente. Um Deus que pune os pecadores. —

— E quem puniria você? — Eu questionei. Mas no mesmo instante reviro os olhos, na realidade mesmo se eu não fosse ser uma das pessoas que ele "pune" eu nem me importaria.

— Ninguém. Ninguém é capaz de me derrotar. — Robert respondeu, mas pela primeira vez ele não parecia tão seguro de si.

Foi nesse momento que uma espada atravessou o peito dele. Max se aproximou por trás, colocando seu rosto lado a lado de Robert, que arfava de dor enquanto olhava para a espada em seu peito.

— Você não é Deus... É só alguém que fala demais, e subestima muito os outros. — Max sussurrou.

No mesmo instante Max se afastou um pouco e girou o cabo vermelho da espada, fazendo a lâmina girar no peito de Robert e instantaneamente começar a pegar fogo. As chamas se espalharam e se expandiram rapidamente, transformando Robert em grande chama vermelha.

Max soltou a espada e ela continuou no mesmo lugar, ainda lançando suas chamas. Ele olhou para mim e depois para o portal, em seguida começou a se aproximar.

— Você tem que sair daqui. — Max disse.

Foi nesse momento que eu vi todas as feridas pelo corpo dele. Queimaduras e cortes, com sangue por toda parte. Duas de suas asas estavam quebradas, pedidas de lado com feridas expostas, e ele mancava na minha direção, quase que não conseguia se manter de pé.

Antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa ele esticou a mão na minha direção apontou a sua mão direita. No mesmo instante eu senti a onda de mana sendo jogada na minha direção. Foi como se as minhas energias tivessem sido restauradas. Eu ainda estava machucado ainda e doía, é claro, mas a minha mana estava cheia novamente.

Olhei para Max surpreso, me perguntando como diabos ele pode ter tanta mana ainda? Mesmo depois dessa luta toda, e de me dar um pouco de mana, ele ainda tem mais mana do que o Ken, mesmo considerando a última vez que eu o vi pela última vez.

— Não se preocupe, eu não vou morrer. — Ele garantiu. — Mas a Elfa talvez vá, se você não ajudá-la. —

Concordei com a cabeça, mas antes de me levantar eu usei magia de cura em meus ferimentos, em seguida me coloquei de pé, e então usei um pouco da minha mana para curar Max.

E eu fiquei surpreso ao vê-lo me olhar surpreso.

— Você é de outro mundo... Do mundo dele... — Max disse em um tom meio surpreso e meio admirado.

— De quem você está falando? Do Robert? — Eu perguntei.

— Não, mas não tenho tempo de explicar. — Ele respondeu, ficando repentinamente sério.

Sem nenhum aviso ele me acertou um tapa no peito e eu fui jogado em direção ao portal. Olhei para ele confuso enquanto voava para longe, mas no mesmo instante as chamas que queimavam Robert foram engolidas pela energia negra, que as consumiu instante e avançou na direção de Max.

A escuridão engoliu Max em instante, e então disparou na minha direção. Sentir toda aquela energia fluindo na minha direção me fez querer morrer. Simplesmente morrer antes de ter que enfrentar aquilo. Era como estar sozinho no espaço. Você olhava para os lados e só tinha a escuridão. O vazio. A imensidão infinita.

E de repente tudo sumiu. O céu azul estava sobre mim novamente z e eu até estava os pássaros. Nada de árvores gigantescas ou energias negras me perseguindo. Me sentei no chão e vi o portal na minha frente.

— Há... Eu passei pelo portal. — Murmurei comigo mesmo.

O portal desapareceu praticamente no mesmo instante, e aí veio a surpresa. Eu estava na cidade do Lorde Cardeal. Lembro bem dessa cidade pois eu destruí um pouco dela, mas agora parecia uma cidade diferente. Praticamente tinha sido completamente destruída. Se eu fosse contar as casas que ainda estão de pé ou não foram queimadas eu não passaria de algumas dezenas.

Havia corpos por toda parte, ainda era possível ver, mais para o centro da cidade, alguns soldados e civis caminhando pelas ruínas da cidade. Eu conseguia escutar alguns choros e lamentações, e não muito distante de onde eu estava um garotinha chorava perto de depois corpos, que me pareciam ser da mãe e do irmãozinho dela.

Não consegui acreditar no que estava vendo. Quando saí daqui não estava nem perto de toda essa destruição. Eu sabia que tinha mais coisas no plano do Terceiro e queria deveria ter voltado para ajudá-lo, mas quando não voltei achei que ele iria abortar o plano depois que eu não voltei, afinal, ele já tinha feito o que queria.

Mas o que realmente me impressiona é o que ele conseguiu fazer sozinho. Ele destruiu toda uma cidade, e matou tantas pessoas... tantas pessoas inocentes. Nesse momento eu me lembrei do que Robert me disse quando eu o chamei de genocida.

São vocês que fazem o genocídio

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