As Joias do Infinito

By AnaEspadeiro

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A explosão gerada pelo Big Bang, mudou as coisas no multiverso. Mas, além disso, surgiram 6 gemas com extremo... More

Avisos
Elenco
Prólogo
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capitulo 5
Capitulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capitulo 11
Capitulo 12
Capitulo 13
Capitulo 14
Capitulo 15
Capitulo 16
Capitulo 17
Capitulo 18
Capitulo 19

Capítulo 10

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By AnaEspadeiro

"Mamãe! Ooh!
Não foi minha intenção fazê-la chorar
Se eu não estiver de volta a esta hora amanhã
Siga em frente, siga em frente
Como se nada realmente importasse"
Bohemian Rhapsody, Queen

~P.O.V. Edward~
~2 semanas depois~

Eu não queria estar aqui hoje. É o dia em que toda a família se reúne, mas é complicado quando não sente que se faz parte daquele lugar. Todos parecem me julgar de algum jeito, já que olham pra mim quando chegam e provavelmente se perguntam a razão dos meus pais ainda me terem dentre eles. Não vejo a hora de nos mudarmos

—Oi, Edward—Lilith, sobrinha dos meus pais, fala comigo.

—Oi, Lily. —A chamo pelo apelido que odeia.—O que você quer?

—Você já sabe, mas se recusa a me dar

—Já disse que não transo com gente feia

—Mas quem disse que quero isso? Eu sei o que você realmente é, Joia do Espaço

—Do que você está falando ?

Todos olham pra mim, como se pensassem nos benefícios da informação. Dou um passo pra trás e sinto o chão sumir, caindo, literalmente, no espaço.

Acordo no susto, suando e com a respiração acelerada. Ainda bem que não durmo usando roupas, se não elas estariam coladas no meu corpo. Em compensação, o que está assim, é o lençol que usei para me cobrir. Levanto da cama e ando em direção ao banheiro. Parker não se encontra aqui, já que vai pra escola cedo todos os dias.

Entro no chuveiro e tento espantar a lembrança que se tornou um pesadelo. A resposta que Lilith me deu na vida real, não foi aquela e isso me aterroriza. Eu conversaria com o Matt, mas não sei bem se ele vai me entender e poder me ajudar. Seu treinamento começou há duas semanas e ele teve apenas dois, mas pelo silêncio que ele ficou após, creio que o resultado não tenha sido bom logo de cara. Pelo menos isso nos diz o que podemos esperar. Já a Aaliyah, que também teve o seu primeiro no mesmo dia, guardou qualquer informação pra si. Ela ainda não teve o segundo ou não mencionou.

Termino meu banho e enrolo a toalha na cintura, após secar meu corpo e o cabelo. Escovo os dentes e então saio, indo separar uma roupa. A Carol, que vai é responsável pelo meu treinamento, recomendou que hoje eu usasse roupas confortáveis, como jeans e camiseta. E são essas as peças de roupa que pego, com a blusa sendo branca e o jeans azul. Além disso, pego uma cueca e um tênis vestindo-os logo.

–Edward, você tem...

Olho pro lado. A porta foi aberta de supetão pela Phoebe, que esta segurando uma muda de roupa, uma frasqueira e o celular na mão. Ela para momentaneamente, notando que eu estava de toalha.

–Não sabe bater? –Pergunto.

–Me desculpa.

–O que você quer?

–Morgan acabou com a água quente. Você ainda tem?

Antes que eu possa responder, olho pra Phoebe, que está da cor dos poderes da Renee.

–Acho que já sei a resposta. –Ela diz vendo a fumaça no banheiro. –Posso? –Pergunta apontando pro banheiro.

—Vai adiantar eu dizer que não? Vai lá!

A garota praticamente corre e se tranca lá dentro. Visto minha roupa e penteio o cabelo do jeito que gosto de usar. Deixo a toalha em cima da cama e bato na porta do banheiro.

—Quando acabar, coloque minha toalha aí dentro e deixe a porta do quarto fechada.

Phoebe não responde, mas sei que ouviu o que eu disse. Saio do quarto e vou em direção ao que virou um refeitório, para tomar o café da manhã. As pessoas já se encontram lá conversando e tudo mais.

–Bom dia! –Digo pra Aaliyah.

–Será que você não notou que tem mais gente na mesa? –A voz me chama a atenção fazendo-me virar pra ver de quem veio. Tinha que ser!

A Eve me incomoda, mas geralmente consigo lidar muito bem. O problema é que ela parece tomar as dores da Renee, que não gosta de mim e, com certeza, pensou o mesmo. Apenas reviro os olhos e começo a decidir o que vou comer, antes de responder a mesma.

–Notei. Mas, só a Aaliyah que não me trata como se eu tivesse uma doença contagiosa. Ela tentou, vocês nem isso. Sendo assim, sou educado apenas com ela.

–É uma evolução –Aaliyah diz pra Eve. –Eu ainda espero que ele se torne gente, mas é complicado!

Ri do seu comentário, já que ela não estava me criticando.

–Não sou obrigada a tentar nada com alguém que me trata feito lixo desde a primeira vez que me viu! –Renee cospe as palavras se pondo de pé e indo para o outro canto do refeitório com Eve.

A conversa passa para os treinamentos. Wanda vai treinar a Renee hoje a tarde, já que Carol e eu usaremos o horário da manhã. Varia de pessoa pra pessoa, já que o Matt, nas duas vezes, ficou com o Visão por 5 horas e a Aaliyah ficou com a Anciã por 8. O horário de um depende do outro acabar seu treino. Phoebe chega e mal consegue olhar pra mim.

–O que houve? –Aaliyah alternando o olhar entre nós.

–Phoebe queria saber se tinha água quente no meu chuveiro. –Respondo.

–E qual a razão deu sentir que essa frase foi usada com mais de um sentido?

–Eu não fiz nada! –Digo erguendo as mãos.

Tiro a culpa de mim e Phoebe me fulmina com o olhar. Vejo Carol se levantar e sair do refeitório, o que indica que já está na hora. Termino rapidamente de comer o que ainda faltava e me preparo pra sair.

–Vou com você –Aaliyah surge do meu lado –Não precisa disfarçar o nervosismo, Carol não vai contar pra ninguém.

–Se você já sabe, não tem a quem contar.

–Vamos, Edward, seja legal pelo menos uma vez na vida!

–Eu sou legal! –Respondo sem olhar pra ela.

–Comigo. E apenas comigo. Nenhum dos garotos é seu amigo.

–Eu e Thomas conversamos bastante. E tem o Parker também!

–E isso pode ser chamado de amizade?

–Por mim pode –Dou de ombros –Vamos mudar de assunto! Como foi seu treinamento, aliás, quando foi o segundo? E como está o Kevin?

–Kevin está bem. Não pense que temos um relacionamento, já que saímos 3 vezes em 2 ou 3 semanas. E quanto ao treinamento, quando eu tive você não estava, mas foi no mesmo dia do Matt. Só estou mantendo as informações comigo, por enquanto.

–Entendo. Quanto ao Kevin, não ficaria com ele por não querer, pelo Thomas ou os dois? –Pergunto realmente interessado na bagunça que é a vida amorosa da Aaliyah.

–Um pouco de tudo. Kevin beija bem e sabe planejar encontros, além de fazer uma garota rir com facilidade. Mas, o fato de que eu e Thomas temos essa tensão entre nós sempre que ficamos sozinhos, atrapalha. Você deve entender, já que é assim com a Phoebe.

–Nem vem! –Reviro os olhos –Ela é muito patricinha para os meus padrões ! Seria mais fácil eu desenvolver um relacionamento com a Lila Barton

–Edward, seu padrão sou eu. –Ela fala na cara dura. –E você nunca namorou alguém igual a mim. Concordo que a Phoebe seja fora da sua zona de conforto, mas com certeza você não pensa nela como apenas uma ficada. Sei que tem mais que isso! E não fale da Lila, sabe que ela tem uma queda por você. Seria crueldade

—Você tá maluca, Alma. Mas, vamos conversar depois sobre garotas.

—Tá bom!

Aaliyah se vira e volta pelo mesmo caminho. A sala que está sendo usado para o treinamento de nós joias, é a mesma que os Vingadores usam, separada de uma parte espelhada por uma simples rampa. Ela foi completamente esvaziada para o treino, o que demorou uma semana, com exceção de um sofá e um frigobar, que parecem totalmente deslocados no espaço. No corredor, nenhuma outra sala é usada enquanto treinamos.

Entro na sala e vejo que cheguei antes da Carol. Fiquei levemente animado ao saber que seria ela a minha treinadora, já que seus poderes são incríveis, pelo simples fato de virem de mim, óbvio! Mas, conheço sua história e sei que demorou muito tempo para que ela pudesse controlar os poderes. Isso me deixa preocupado.

–Ah, que bom que já está aqui, garoto. –Ela diz entrando –Já praticou alguma luta?

–Graças a Deus vamos sair de apenas conversas–Ergo as mãos ao céu e ela revira os olhos –Judô! –respondo.

–Naqueles acampamentos de férias, que toda criança e adolescente vai pelo menos uma vez na vida, o que você fez de melhor?

–Tiro com arco e flecha. Continuei treinando depois.

–Isso é bom. Nem sempre temos um revólver disponível. Vê os três alvos ali?

Olho pra onde ela aponta e vejo os alvos. De onde estamos está muito distante para qualquer tiro, seja de arco e flecha ou até mesmo arma.

–Sim.

–O Gavião usa eles para treinar. E já que é bom no arco, o que eu já tinha descoberto, pedi a ele o arco e flecha que ele usa por lazer. Ensinou Lila a atirar com ele. Quero que inicie o treinamento com isso!

–Tá bom –Digo pegando a aljava e o arco da mão dela –Posso ao menos perguntar a razão?

–Sim. Por mais que você tenha que saber criar portais e se teletransportar com seus poderes, é importante saber usar armas e treinar corporalmente também. Não é só de poderes que se vive!

–Okay, capitã. Daqui mesmo? –Pergunto.

–Chega mais um pouco pra frente.

Andei pelo menos uns 5 passos. Não fica nem um pouco mais perto do alvo, mas fica menos distante do mesmo. Tiro uma flecha da aljava e coloco ela no arco, me preparando para atirar. O arco é pesado e sua linha é grossa, indicando que mesmo sendo um arco de lazer, é de qualidade. Não posso quebrá-lo de jeito algum. Respiro fundo e lanço a primeira flecha.

Ela atinge o centro do alvo de modo impecável, e escuto Carol assobiar. Não me permito distrair e pego a segunda flecha, colocando-a no arco. E assim que eu a lanço, ela parte a outra flecha no meio e ocupa o seu lugar. Pego uma terceira, pronto pra fazer novamente o que acabou de acontecer. Mas, quando estou soltando a corda, alguém entra na frente do alvo e eu a desvio na mesmo hora. Por sorte, atingiu o centro do outro alvo ao lado.

–Belo lançamento!

–FICOU MALUCO?! –Grito assustado, eu podia ter matado um Deus.

–Não, não podia. Não acha que uma simples flecha poderia matar um deus, não é mesmo? –Ele sorri com deboche andando com suas mãos para trás.

–Você tem sérios problemas pra entrar na frente de um alvo! Mas, é um ótimo mentiroso, deus da mentira!

Loki ri e continua no centro do alvo do meio. E eu continuo lançando as flechas nos alvos ao seu entorno. Ele está tentando fazer com que eu lance em sua direção, mas não vou dar esse gostinho ao mesmo.

–Você é um arqueiro tão ruim, que não consegue fazer a flecha passar por mim e atingir o alvo atrás de mim!

–Se for pra lançar em sua direção, que a flecha atinja esse seu corpo inútil.

Eu já estava com raiva dele e o mesmo sabia. Loki é o deus das brincadeiras também e adora ser irônico. Mas, eu não suporto respirar o mesmo ar que ele sem me sentir mal. Continuo atirando as flechas nos alvos ao entorno, mas não presto atenção na que estou prestes a lançar. Quando vejo, sua mão agarrou a mesma rente ao seu rosto.

–Chega de flechas! –Carol diz. Tinha esquecido que ela estava aqui. –Você é um excelente arqueiro. Devemos começar a luta corporal!

–Se importam se eu assistir?

–Me importo de respirar o mesmo ar que você. –Interrompo com raiva. –Mas, que diferença vai fazer, vai ficar do mesmo jeito.

–Eu não sei a razão de você se importar tanto. Você era apenas uma gema quando foi parar em Asgard e meu pai o manteve em um cofre, antes que fosse parar em Tonsberg. O resto da história pode ser pulada e vindo direto pra 2012. Eu queria a confiança de Thanos e usei o seu poder para isso. E viu como o exército chitauri se fortaleceu com ele?! Não pense que vou pedir desculpas por isso, ainda mais tendo dado completamente errado. Você deveria ser desculpa por não ter sido melhor!

–Ok! Agora você passou do limites! –Carol fala fechando os olhos.

Posso finalmente dizer aos outros que meu treino foi o melhor de todos. Carol avança em direção ao Loki, que estava parado ali, como apenas uma ilusão. Por pouco, ela não bate na parede. Consegue estar mais irritada do que eu e finalmente vejo todo o poder dela emergindo. É como se os sentimentos os fizessem mais forte e finalmente entendi a razão de termos ficado conversando da outra vez. Ela é a única que sabe o que houve na minha vida.

–Carol, me desculpa. –Digo pra ela –Não posso continuar

–Esteja a vontade. Quero matar esse cara!

Largo o arco do Clint no chão e saio da sala, respirando um ar diferente. Ando sem olhar pros lados e se algum agente da Shield falou comigo, acabei não respondendo. Só preciso ficar longe dele, aquele aproveitador metido a besta. Entro no quarto de supetão e vejo Thomas ali, conversando com Peter, que chegou cedo aparentemente.

–Onde está a Aaliyah? –Pergunto.

–Foi pra faculdade. –Thomas responde.

–Fale comigo de novo apenas quando ela chegar!

Pego meu headphone e coloco Queen pra tocar no Spotify, mais especificamente Bohemian Rapsody. Escutar músicas que gosto me fazem não pensar nas coisas que não quero pensar. Sinto que adormeci, quando sou sacudido e dou de cara com olhos verdes me encarando. Penso ser a Phoebe, mas lembro que a Aaliyah tem heterocromia e dependendo da iluminação parece apenas uma cor. Abaixo o volume de Another One Bites The Dust, mas deixo ela terminar e escuto parte da conversa deles.

–O que houve com ele, Tommy? –Ela pergunta.

–Ele disse que falaria apenas com você. Sabe, não entendo a amizade de vocês. Nada contra o Edward, conversamos de vez em quando e ele parece gente boa, quando não faz um comentário babaca! Que é quase nunca!

–E...? –Aaliyah pergunta impaciente.

–Desculpe, não quis me meter, só me preocupo contigo –Essa parte final ele fala baixo. –Vou deixar vocês conversarem.

–Tudo bem, não tem problema você se preocupar comigo. Mas, se tentasse ver o lado bom dele, veria que não precisa de preocupação nenhum.

–Está bem.

Thomas sai do quarto. Ele parece melhor depois do que ela disse. Não que algum dia, ele vá conseguir ficar bravo com a Aaliyah por alguma razão, parece impossível pra qualquer um que acompanhe de fora.

—Pode parar de fingir que não estava ouvindo.

—Calúnia!

—O Freddy estava estourando os ouvidos e de repente, abaixou—ela senta na cama do Peter. –O que houve?

—Loki!

—O que a rena do papai Noel fez?

—Nasceu—respondo rindo do apelido—Sabe, nunca contei como me sinto. Mas na realidade, sempre acho que estou sendo usado de alguma forma, já que foi assim a minha vida toda. Os asgardianos, o caveira vermelha, a Shield e o Loki apenas foram os recentes. E isso me dá a sensação de que sou importante para as pessoas, apenas quando se trata do meu poder. Só quando fui babá de um casal de irmãos, é que me senti importante de algum jeito

—Mas você é importante sem ser pelos seus poderes. Por exemplo, é meu melhor amigo. Levo seus conselhos mais a sério do que levo os da Mônica. E olha que isso é muito. Não conte pra ela, aliás

—Tudo bem—sorri—Gosto de você também, Alma.

—E da Poder!

—Sim, e dela.

—Deveria investir um pouco. Como diz Karev na quinta temporada de Grey's Anatomy pro paciente, apenas dizer "oi"

—Mas o lance é que ela é muito agitada, maníaca das séries.

—E você acha que ela não guarda nenhum segredo? Nenhuma escuridão? Todos nós temos isso. Converse com ela!

—Tudo bem. Mas, só se você der um jeito com o Thomas.

—Isso está além de mim!

Aaliyah muda de assunto e não tento retornar. Até hoje, me pergunto como o tempo se atrai pela alma, conforme a mente pela realidade e eu, o espaço, pelo, poder. Como pode essa conexões ocorrem? Quem poderia nos explicar isso

Ficamos conversando até tarde e então, da o horário do jantar. Me encontro com a Carol, que diz que iremos terminar o treino amanhã. Renee está conversando com as meninas sobre o dela com a Wanda, então aproveito e vou até o Thomas, que está falando com o Matt e o Peter

–Thomas, preciso te falar uma coisa –Digo quando me aproximo.

–O que foi?

–Antes de mais nada, obrigado. Respeitar o meu silêncio foi muito bom

–S-Sem problemas. –Ele parece meio chocado com o meu agradecimento. –Mas o que mais quer falar?

–Como você e a Blair estão no momento?

Vejo que a pergunta não é o que ele esperar. Deixo minha pretensão em mente, já que o Matt, mesmo não querendo, acaba lendo de modo escorregadio. E ele já sabe a minha intenção, então se envolve no assunto.

–Vocês um dia estiveram como Peter e Morgan, certo? –Ele pergunta. –Superapaixonados, cuidando um do outro e tudo mais!

–Sim...

–E quando isso mudou?

–No dia do acidente. Mas, se forem colocar a Aaliyah novamente nisso, ela não é a única razão.

–Nós sabemos. –Ele finalmente admitiu que ela é uma razão. –Você teme por ela. –Falo. –Sente que continuar com a Blair, colocará em risco a vida dela. E não está errado. Não será sempre, mas terão seus momento arriscados. Sendo assim, o que ainda te prende a ela?

Deixo que o Tempo pense. Ele poderia usar a Aaliyah como desculpa para terminar ou simplesmente dizer a verdade, que já há algum tempo, colocou a preocupação com a vida da namorada em cima do romance. E, por isso, quando a alma apareceu, ele se atraiu de modo instantâneo.

–Meninos, –Phoebe brota do nada. —Stark que fazer uma socialzinha daqui há alguns dias. O que acham?

–Oi, Phoebe. –Ela me olha chocada com meu cumprimento. –Eu concordo. Vai ter Verdade ou Desafio?

–Não sei –A voz dela treme e ela coça a cabeça tentando ficar menos nervosa. –Vou ver com as meninas. Todos concordam com esse jogo?

Matt e Thomas concordam com a cabeça. Peter, que já havia saído daqui, na certa não iria concordar por conta da Morgan. Mas, não tem problema.

–Podemos chamar os meninos, as meninas—Falo me referindo aos melhores amigos e amigas. —E a Blair...

–Não! –Thomas se manifesta de imediato. –Sem ela. Vai ficar reclamando.

—Realmente, não podemos negar. –Digo.

O jantar começa a ser servido e ficamos conversando. Acaba que descubro que os meninos têm mais em comum comigo, do que aparentam. Falamos dos treinamentos e eu menciono Loki no de hoje.

—Renee também não gosta nem um pouco dele. –Matt diz.

—Super entendo a razão. –Respondo.

—Por que não fala com ela sobre isso?

—Depois daquela discussão há duas semanas? –Pergunto. –Nem que me paguem!

O assunto se encerra ali. Não gosto de parecer grosso e nem babaca, mas acaba acontecendo. No dia no qual eu me sinta à vontade de contar, as pessoas irão saber a razão da minha falta de humor e palavras bonitas para as pessoas e a minha frustração para com o dom da realidade de Renee.

Em pequenos grupos, as pessoas começam a se retirar. Vejo que Aaliyah, Renee e Eve se levantam, mas Phoebe permanece. As três falam rapidamente com ela, antes de se retirarem. Acho estranho e resolvo ficar pra observar. No canto em que estamos sentados, ela não consegue nos ver.

—Você vem?—Thomas pergunta.

—Podem ir indo na frente!

Os meninos concordam e saem. Estamos só nós dois aqui dentro e Phoebe não faz ideia disso. Ela se levanta e olha pros lados, antes de seguir pra fora. Saio um tempo depois e ando o máximo possível atrás dela, sem que a mesma me veja. Ouço então ela girar uma maçaneta e entrar numa sala.

Bom, não sei se já mencionei, mas Phoebe é meio cabeça oca, então deixa a porta entreaberta. Olho pela fresta e vejo que é uma sala de espelhos e barras presas neles. Se eu não estiver errado, é aqui que a Viúva Negra dança balé, de acordo com a Aaliyah. O que a Phoebe veio fazer aqui então?

Ela fica um tempo se olhando e eu acho seriamente que está pensando em algo. Então, ela entra por uma porta do outro lado da sala, que da pra distinguir um pouco e posso afirmar ser um banheiro. Sento no chão e espero. Se ela está passando mal, por que não chamou ninguém?

O tempo passa e quando olho pro relógio são 23:40. Phoebe ainda não saiu do banheiro e estamos aqui há pelo menos 1 hora ou mais. Já que sou conhecido pelas minhas imprudências, vou até lá. Entro na sala e atravesso a mesma. Olhando os espelhos, com apenas meia luz vinda da porta, percebo como é sombrio aqui dentro desse jeito. Paro em frente ao banheiro e respiro fundo. Não sei o que esperar ao abri-la, então, só abro.

—Phoebe?!

—E-Edward? O que faz aqui?—Ela pergunta assustada quase que desacordada.

Não respondo, só coloco um braço abaixo da sua cabeça e outro abaixo dos seus joelhos dobrados. Depois de pega-lá no colo sem nenhum problema, saio do banheiro e da sala de balé, que nunca mais irei conseguir ver como algo alegre. Parece sombrio demais até pro lugar onde a Viúva Negra encontra paz interior.

—Você está bem?—Pergunto enquanto ando com ela em direção aos quartos.

—Sim... Só preciso dormir... –Ela fala.

Chego no corredor certo e bato na porta. Após um tempo, Eve vem abrir, bocejando. Ela estava dormindo e acabamos acordando a mesma sem querer. Quando se adapta a estar acordada novamente, pergunta:

—Está tudo bem com ela?

—Sim. –Ela se apressa em responder. –Eu desmaiei e Edward me trouxe até aqui.

–Minha nossa! –Exclama Eve ajeitando os travesseiros da cama de Phoebe.

—Tudo bem. Deita ela aqui!

Entro no quarto e assim eu faço. Antes que eu ou o Ego pudéssemos perguntar alguma coisa, ela já estava dormindo. Bom, melhor assim que ela descansa!

—Obrigada por trazê-la, Edward. –Ela diz observando-a dormir.

—Não foi nada. –Digo me sentindo um pouco mal pelo quão rude fui hoje de manhã. –Boa noite, Ego.

—Boa noite, Espaço!

Saio a passos cautelosos e vou pro meu quarto abrindo a porta lentamente. Peter já se encontra no sétimo sono e eu quero evitar ao máximo acordar mais alguém nesse Complexo. Tiro os sapatos, a calça e a blusa, indo me deitar. Relaxo na cama, esperando o sono vir. Mas, a cena da Phoebe, encolhida no chão duro daquele banheiro gelado, não sai da minha mente.

                                ~Horas Depois~

—Ei, acorda! —sinto alguém me sacudir.

—Mas, que merda. Me deixe dormir!

—Vamos, Edward. Você me deve duas horas de treinamento!

Olho pra cima e vejo aqueles imensos olhos castanhos me encarando. Era Carol Danvers parada ali. Olho pro lado e vejo Peter ainda dormindo tranquilamente. No relógio, marca-se 4 horas da manhã.

—Por que tão cedo? –Resmungo.

—Porque vamos treinar lá fora! Anda! Vai tomar um banho, vestir roupas de ginástica e vem. Tem café na cozinha! –Ela dizia agitada.

Carol sai do quarto e me deixa ali, ainda deitado. Jogo a cabeça no travesseiro e sinto algo ser jogado em mim. Olho pra frente e é ela quem abriu a porta, e me jogou uma almofada. Irritado, levanto da cama e me dirijo ao banheiro. Entro no chuveiro direto, sem nem me presta a tirar a cueca. Tomo um banho gelado, pra ver se consigo ficar acordado.

Quando termino, saio do banheiro e abro o armário. Pego uma cueca limpa, um short de malha e uma camisa. Visto tudo e calço o tênis, saindo do quarto. Vou em direção à cozinha, pegar o café que Carol disse. Tomo uma xícara amarga e depois uma doce. Como dois pedaços de bolo, já que não quero fazer nada de estômago vazio. Que eu vomite os bolos e não a bile que vai vir queimando

Saio da cozinha e vou em direção às portas de vidro. Vejo Carol lá fora com alguns equipamentos do Stark. Então, o treinamento vai ser interessante, isso já serve pra me deixar animado.

—Bom dia... —Digo vendo as janelas ainda escuras por ainda estar de noite, tudo que eu queria era voltar pra minha cama.

—Bom dia! –Como ela pode estar tão bem a essa hora?!

—Vamos fazer o que hoje? –Pergunto em meio aos bocejos.

—Bom, nós íamos iniciar o treino físico ontem. Como fomos interrompidos, decidi fazer de modo diferente. –Ela diz. –Antes de mais nada, vamos nos aquecer. Dez voltas entorno desse prédio principal, está bem? Pare apenas para vomitar. Tenho água comigo!

—10?

–Se reclamar eu dobro, soldado!

–Sim, capitã! –Falo na hora com medo dela duplicar isso.

—Vou te acompanhar.

Carol e eu nos colocamos em posição de corrida. Já sabemos como vai ser: em dado momento, ela vai iniciar uma espécie de competição, só pra me fazer me esforçar o máximo possível. Ela faz "1,2...3" com os dedos e começamos a correr. As duas primeiras voltas são as piores, já que acabei de acordar e de comer, então sinto que vou morrer.

Na quinta volta, Carol começa a correr mais aceleradamente, o que me faz apertar o passo e até a correr melhor. Na oitava volta, já não a vejo mais, mas sei que continua correndo. Me perdi de quem está ganhando, mas só de conseguir correr melhor de que nas duas primeiras voltas, já é o suficiente. Corro as duas últimas já ofegante, esbaforido, sentindo o ar faltar em meus pulmões e paro quase que caindo no chão. Carol vem logo depois de mim, plena como se tivesse feito apenas uma caminha à luz do sol.

—Muito bom! Beba água e vamos continuar!

–V-Você não cansa não?! –Pergunto sentindo o suor escorrer pela minha testa e pingar pelo meu queixo.

–É... –Ela para pra pensar, e responde. –Não! Mais rápido, mais alto e mais forte! Vamos, soldado!

Respiro fundo secando o suor com as costas das mãos puxando todo o ar que consigo com minha respiração acelerada e assim eu faço. Nosso aquecimento, dura pelo menos 1 hora ou mais. No primeiro raiar de sol, ela me diz pra usar o equipamento do Stark. Prefiro utilizar o protótipo de esteira a luz solar, que não tem nada além da rampa para correr. E quando são 6 horas, ela diz:

—Bom, já pagou as duas horas de ontem. Vamos ver o quão bom você é no Judô. –Ela me desafiava com o olhar enquanto os ventos bagunçavam seus cabelos loiros na raiz.

Começamos a luta. Por ter um tempo que não praticava, eu perdi boa parte delas. Mas, também não nego que Carol é uma excelente lutadora. Sei que em algum momento iremos além disso. Mas, me pergunto quando iremos começar a usar meus poderes realmente.

–Não se apresse. –Ela diz ao fim do treinamento–Meu treinador era um traidor e me impedia de usar meus poderes. Não vou fazer isso com você, mas acho importante o processo anterior. Consegue entender?

–Acho que sim.

O treino termina às 8 e eu entro no Complexo novamente. Vou direto pro quarto tomar um banho. Peter hoje não tem aula, mas já está acordado, já que treina com os Vingadores e o Capitão tem horários tão rígidos quanto a Carol. Acho que é mal do título que eles carregam. Depois do banho, deito pra dormir novamente, já que o pessoal só deve acordar as 9.

Graças ao treino, tenho um sono sem sonhos.

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