Capítulo 3

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"Alguns dias, as coisas tomam muito da minha energia (...)
Sinto meu sangue correndo, juro que o céu está caindo
Como eu sei se essa merda é inventada?
O tempo passa e eu não consigo controlar minha mente
Não sei mais o que tentar, mas você sempre me diz:..."
–Breathin, Ariana Grande

~P.O.V. Aaliyah~

Respire, apenas respire. Digo isso pra mim mesma, como se realmente fosse adiantar. Como se eu fosse conseguir pensar em alguma solução eminente ou simplesmente não pensar em absolutamente nada. Paro o Audi no meio da rua. Posso fazer isso, já que a mesma se encontra vazia. Aliás, todas agora se encontram vazias. Eu consegui sentir suas almas, então sei que ocorreram acidentes como o meu. Só não sei o nível de catástrofe do deles e nem se chegam a se comparar com o meu.

Ainda consigo ver o carro. Ainda consigo senti-lo chegando. Consigo até mesmo sentir ele me atravessar. Essa sensação nunca vai passar, isso nunca vai ser esquecido. Suspiro e me recosto no assento, sentindo agora minha costela doer. Não está quebrada, pelo menos, e está melhor do que os caras da Swat. Eu não tive uma vida exatamente boa, então sei se tudo um pouco. Fecho os olhos e lembro que ainda tem aquela bendita criatura que eu vi. Vou ter pelo menos uns 20 pesadelos por dia com a cara dela. É feia demais.

Pelo menos eu sei quem ela é. A Morte em uma forma mais humanizada. Só que eu não a vejo desse jeito, e sim, como ela realmente é. E isso que me deixa apreensiva, já que não é uma das imagens mais agradáveis do mundo. Além do mais, não sei os objetivos da mesma na Terra e isso me preocupa. Não saber se é inimiga e o que quer, sem contar de a razão de ter me ajudado ser desconhecida. Embora, saiba que mesmo de costas, eu iria me auto-defender, como aconteceu. O triste é eu não ter tido a capacidade de fazer isso com as pessoas a minha volta.

Algumas pessoas começam a vir pela rua. Decido abandonar o carro onde estacionei, então só desço do mesmo e saio andando. Estou cansada da luta e sinto que em breve, o que aconteceu antes da mesma, terá de se repetir. Preciso chegar num lugar seguro antes disso, achar alguém em quem eu possa confiar.

Antes de qualquer coisa, entro num beco. Tenho o hábito de andar com uma muda de roupa na bolsa e preciso definitivamente me trocar. O governo pode me achar facilmente, se tiverem câmeras de segurança. Retiro um short jeans, uma blusa preta de mangas e um casaco, vestido-os assim que posso. Pego a roupa que tirei e jogo numa lixeira, usando um isqueiro que achei no carro, para queima-las. Saio dali e ando pela calçada e me preparo pra atravessar, quando vejo uma mulher de salto correndo. Acabamos nos esbarrando.

—Desculpa—ela diz—Você está bem?

Me preparo pra responder, mas começo a me sentir fraca. Estou sem comer e sem dormir já tem algumas horas, e isso faz com que eu necessite de energia também. As vezes é um saco viver desse jeito. Nunca é suficiente. Sempre precisa de mais e mais. Acho que minha expressão entrega o que estou sentindo, quando ela vira pra mim e fala:

—Venha comigo. Você precisa descansar, está na cara. Ei, seus olhos tem uma tonalidade interessante—ela estica a mão

—Não encoste em mim! –Recuo.

—Ei, fica calma. Está tudo bem. –Ela diz ainda com as mãos erguidas em minha direção. –Meu nome é Pepper Potts Stark e eu posso te ajudar. Só me segue, eu não vou encostar em você!

Eu deveria recusar. Mas, minha mente segue para um caminho e meu corpo para outro. Tento analisar as coisas, mas mal consigo andar, que dirá pensar. Sendo assim, sigo a mulher. Andamos por alguns quarteirões, na mesma calçada, antes de chegarmos em frente a um prédio. Mais especificamente a uma Torre que parece ter uns 100 andares ou mais. Nunca entendi porque as pessoas constroem arranha-céus.

As Joias do InfinitoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora