Enchanted World Online

De MrCr0w

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Mike Rodrigues, de 29 anos, jogava um jogo mundialmente conhecido, o "Enchanted World Online", um jogo VRMMOR... Mais

Prologo
Capítulo 1: Primeiro Contato!
Capítulo 2: Dia de aprendizado.
Capítulo 3: Família Real.
Capítulo 4: O Alquimista!
Capítulo 5: Torneio de Espadachins!
Capítulo 6: Uma doce amargura!
Capítulo 7: Ken, O Aventureiro.
Capítulo 8: O início de uma aventura.
Capítulo 9: Nero, O Mago Espadachim!
Capítulo 10: Dormindo com Deuses.
Capítulo 11: Uma benção divina.
Capítulo 12: Purple Flames
Capítulo 13: Luto.
Capítulo 14: Xeque-mate
Capítulo 15: OceanPlus
Capítulo 16: Fogo em alto mar.
Capítulo 17: Buraco de minhoca.
Capítulo 19: O Deus do Trovão.
Capítulo 20: Combustão.
Capítulo 21: Profecia.
Capítulo 22: A Tempestade...
Capítulo 23: Lilith, A Rainha dos Demônios.
Capítulo 24: A Deusa da Água.
Capítulo 25: Um brinde.
Capítulo 26: A chegada.
Capítulo 27: Lorde.
Capítulo 28: O Vilarejo.
Capítulo 29: A Rainha do Reino Verde.
Capítulo 30: Máscaras e Pilares.
Capítulo 31: Dia de treinamento.
Capítulo 32: Preparações.
Capítulo 33: O Distribuidor.
Capítulo 34: Demônios.
Capítulo 35: O Reino de Eregond.
Capítulo 36: O início de uma jornada.
Capítulo 37: Diferença de Poder.
Capítulo 38: Silverstone
Capítulo 39: Pedra, PAPEL e tesoura.
Capítulo 40: Reencontro.
Capítulo 41: O Brilho da Luz.
Capítulo 42: Só o tempo nos dirá.
Capítulo 43: O Enxame de Inscrição.
Capítulo 44: Discurso dos Representantes.
Capítulo 45: Primeiro Dia.
Capítulo 46: Apostas do Mestre.
Capítulo 47: O Enviado de Deus.
Capítulo 48: Tempo dourado.
Capítulo 49: Massacre.
Capítulo 50: Despedida.
Capítulo 51: Símbolo de Orgulho.
Capítulo 52: O dia do Caçador.
Capítulo 53: O Deus Dragão.
Capítulo 54: Raiva e Lágrimas.
Capítulo 55: Marca Tempo.
Capítulo 56: A Ordem das Rosas.
Capítulo 57: Arcanjo de Batalha.
Capítulo 58: De volta ao velho mundo.
Capítulo 59: Lady Mortífera.
Capítulo 60: Amanhecer de Um Novo Mundo.
Capítulo 61: O Inigualável Rei.
Capitulo 62: Mundus hieme mutatus.
Capítulo 63: My Dear Sister.
Capítulo 64: T.E.
Capítulo 65: Técnica Inata.
Capítulo 66: Preparando o Terreno para Grandes Mudanças.
Capítulo 67: O Final de um Grande Prólogo.
Mapa do Continente Mortal.
Capítulo 68: Capítulo Um da Segunda Era.
Capítulo 69: Espada e Honra.
Capítulo 70: Um Jogo de Azar.
Capítulo 71: Clã da Águia.
Capítulo 72: Políticas e Estratagemas.

Capítulo 18: A Caverna.

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De MrCr0w


Depois que estávamos no chão eu fiz questão de dar uns cascudos em Nero.

Pedi a ajuda da Jesse para me ajudar a volta o meu braço para o lugar. Deslocar o braço é algo estranho, a dor de deslocar e quase insuportável, mas a de voltar ele para o lugar consegue ser duas vezes pior.

Eu estava sentado no chão com as costas escoradas em uma árvore enquanto cultivava. A mana nesse lugar era estranha, mas por algum motivo parecia estar acelerando meu cultivo.

— Acho melhor a gente sair daqui. A mana que eu sentia pela ilha parece ficar mais intensa aqui. Não estou gostando disso. — Nero disse, me tirando a concentração.

Quando abri os olhos vi Nero parado na minha frente, alguns metros ao lado dele. Os dois pareciam só esperar por mim para sair daqui.

— Claro. — Eu concordei enquanto me levantava. — Mas pra que direção nós vamos? —

— Humm... — Nero murmura pensativo. — Pra lá. — Ele aponta em uma direção aleatória.

Eu poderia dizer que é imprudente sair andando sem saber para onde vamos, mas não importa para onde se olhe tudo que da para ver é uma densa floresta. Então acho que não temos escolha.

— *Suspiro* Vá em frente então. — Eu aceno na direção em que ele apontou, indicando que vou segui-lo.

— Bom... eu pensei que você deveria liderar. Você sabe que é um bom líder. — Nero diz.

— E você sabe que eu não gosto de liderar. — Eu retruquei.

Ele suspira se dando por vencido, mas não parece muito satisfeito com isso.

— Ei, Elfa. Estamos de saída! — Nero acena para a Jesse nos seguir.

Nero não espera ela se aproximar e saí andando assim que termina de falar. Para não correr o risco de nos separar eu espero ela se aproximar um pouco antes de sair andando atrás.

Enquanto observo Nero caminhando na frente tendo que empurrar as plantas e cipós que atrapalham seu avanço, Jesse logo me alcança e caminha ao meu lado como se estivéssemos em um passeio no parque.

— Então... você e Nero parecem se dar bem. São amigos? — Ela perguntou.

Mesmo sabendo que ela perguntou isso provavelmente apenas para quebrar esse silêncio desconfortável eu quase rio da tremenda idiotice que ela falou.

— Não, com certeza não. — Eu respondi. — Acontece que a gente se conheceu a alguns anos atrás e por certos motivos acabamos andando juntos por um certo tempo. Acho que isso me fez acostumar com a presença dele, por mais indesejada que ela seja. —

— Ei, eu estou te escutando daqui! — Nero grita a alguns metros na nossa frente.

— Hahaha. — Jesse riu como se aquilo tivesse sido uma piada.

Agora eu entendo o porquê do Ken ter contado a Alice que é de outro mundo, facilita as coisas. Agora, por exemplo, eu não posso dizer a Jesse que só andei com Nero por quase meio ano porquê a gente estava tentando encontrar outros jogadores.

Continuamos caminhando por alguns minuto, Jesse sempre fazendo perguntas ou jogando conversa fora. Acho que ela não gosta muito de silêncio e depois de um tempo eu me acostumei a responde-la.

Mas de repente Nero parou de andar. Conforme nos aproximamos dele eu notei a expressão séria em seu rosto então parei ao lado dele e Jesse fez a mesma coisa.

— Aconteceu alguma coisa? — Eu perguntei.

— Tem algo se movendo. — Ele avisou.

— O que? Onde? — Jesse quis saber.

— Por toda parte. — Nero disse em um tom sério.

Quando ele terminou de falar eu também notei. As folhas das árvores sacudindo. Galhos se quebrando. Algo se arrastando pelas folhas secas no chão.

E de repente do meio das folhas de uma árvore um cipó disparou na minha direção. Parecia um cobra dando o bote. Mas quando ele estava a pouco menos de 1 metro de me atingir eu desembainhei a minha espada e cortei ele antes que me atingisse.

O cipó recuou para trás instantaneamente, como se fosse um animal ferido fugindo. O pedaço dele que eu cortei caiu no chão se contorcendo. O cipó tinha provavelmente 30 centímetros de tamanho e quase 20 de espessura.

Olhei para aquele cipó se contorcendo no chão e no mesmo instante eu percebi que aquilo era um monstro. Um monstro que eu nunca tinha visto antes, mas com certeza era um monstro.

— Se preparem. Eu não sei o que é, mas está atacando. — Eu disse.

Jesse desembainhou a sua espada ao meu lado e começou a olhar ao redor atentamente.

Outro cipó disparou na nossa direção, mas dessa vez foi Jesse quem o cortou ao meio antes que ele me atingisse. Mas dessa vez algo diferente aconteceu. Um grunhido ecoou pela floresta quando o cipó recuou.

— Parece que ele sentiu essa. — Nero disse com um sorriso no rosto.

— Espero que ele não fique irritado. — Eu disse.

Quando terminei de falar quase que instantaneamente ouvi um som que parecia o de um chicote estralando. Em seguida passos sobre a folha seca.

Poe alguns segundos todos ficamos em silêncio, até que do meio da árvore nós vimos o monstro surgir. A silhueta era humanoide, mas seu corpo era coberto de vinhas, folhagem e cipós, os olhos amarelos brilhavam por baixo de tudo aquilo.

Comecei a andar na direção do monstro Nero segurou meu braço e me puxou para trás. Por um momento pensei que ele havia me puxado por causa de algum ataque que eu não tinha visto, mas então Nero passou andando por mim.

Nesse momento eu percebi que na verdade ele queria era enfrentar o monstro por conta própria. Esse é Nero, uma pessoa que adora enfrentar inimigos. Ele quase me lembra o Ken, mas Nero é um pouco mais insano nessa relação.

Devolvi a minha espada para a bainha enquanto o observava avançar. Jesse me olhou confusa, então eu sorri e disse.

— Pode ficar tranquila. Apenas observe o show que não deu para apreciar quando estávamos lá em cima. —

Nero continuou avançando enquanto desembainhava a sua espada. Nesse momento um brilho azul iluminou seus pés.



Nero disparou voando na direção do monstro. Quando se aproximou dele seu primeiro foi na direção da cabeça. Ele conseguiu cortar apenas alguns cipós. O monstro tentou agarra-lo no mesmo instante, mas Nero passou voando por ele. Quando estava a 3 metros do monstro ele deu a volta e voltou voando na direção do monstro.

O raio azul deixado por Nero circulava todo o monstro. Todo hora Nero passava voando por ele e cortava um pedaço dele com a sua espada. Comecei a perceber que a sua velocidade estava aumentando.

Ken conseguia usar a mesma magia, mas por algum motivo Nero parecia ter mais aptidão que ele. Sua velocidade e controle era muito melhor.

Os cipós do monstro, ou talvez tentáculos descreva melhor aquilo, tentavam agarrar Nero, mas ele estava rápido demais.

A luz azul ia de uma árvore a outra, tocava o chão as vezes, passava por cima do monstro. O único padrão no rastro de luz deixado por Nero era quem ela sempre ia de encontro ao monstro.

Jesse assistia aquilo parecendo cada vez mais impressionada. Mas eu perdi o interesse nos primeiros 3 movimentos de Nero, quando eu percebi que o monstro não tinha chance.

Comecei a observar os cristais no teto da caverna distraído. É estranho como eles brilharam de uma forma que faz parecer que eu estou olhando para o céu azul.

Se alguém simplesmente acordasse aqui dentro provavelmente essa pessoa pensaria que está do lado de fora.

Eu estava tão distraído observando o teto da caverna que quase não percebi uma fumaça que saía do meio das árvores a alguns quilómetros de onde estávamos.

A fumaça provavelmente era de algum acampamento, mas era fraca e escura, então provavelmente era de alguma fogueira que foi apagada recentemente.

Talvez seja do acampamento que Alice que teria na dungeon. Mas eu duvido disso. Jesse e eu caímos por uns 2 minutos ou mais, o que significa que estamos bem fundo nas cavernas, provavelmente na última camada. Se esse acampa....

— *RUAAAARGH!!* — Um rugido ecoou pela floresta.

Olhei para Nero, pesando que o monstro com que ele estava lutando que tinha rugido daquele jeito, mas o olhar surpreso do Nero me fez ter certeza de que não era.

Ouvi passos pesados se aproximando. Quando me virei para o lado vi o que parecia ser um gorila de quase 3 metros de altura se aproximando rapidamente.

Empurrei Jesse para longe e me preparei para pegar a minha espada. Mas antes que eu pudesse fazer isso o gorila me acertou um soco na lateral do corpo. Tive que cerrar os dentes com força para não gritar de dor. Meus pés saíram do chão e eu fui arremessado longe com o impacto.

Quando caí no chão eu rolei por quase 2 metros até conseguir posicionar meus pés no chão de modo que eu conseguisse parar. Uma nuvem de poeira se levantou por onde eu rolei. E apesar disso bloquear a minha visão eu conseguia ouvir e sentir as vibração dos passos do gorila no chão.

Puxei a minha espada da bainha e senti uma forte dor nas costelas. Por um momento achei que tivesse quebrado. Mas ao mexer o braço eu percebi que apesar de ainda sentir dor, não havia nenhuma costela quebrada.

Os passos continuaram se aproximando cada vez mais. Até que de repente o gorila emergiu em meio a fumaça, correndo sobre as duas pernas, com seus dois braços grandes e musculosos erguidos para cima.

Ele desceu os dois braços na minha direção. Consegui pular para trás e recuar um metro para trás. Quando o braço dele atingiu o chão a terra explodiu para os lados com o impacto. Assim que meus pés tocaram o chão eu disparei correndo na direção do gorila.

Segurei firme em minha espada e quando me aproximei dele saltei em sua direção. O gorila levou o braço direito na minha direção mas passou direto por mim sem me acertar. Atingi meus dois pés no peito dele, mas isso não teve efeito nele. Então com um movimento eu passei a lâmina da Katana em seu pescoço e usando meus pés que se apoiavam no peito dele eu saltei para trás.

O gorila ainda tentou me acertar com a mão e conseguiu raspar de leve em minhas pernas. Mas mesmo mal me encostando ele tinha muita força e foi o suficiente pra me fazer girar no ar.

Mais uma vez eu caí rolando no chão, mas dessa vez me recompus rápido, e quando olhei para o gorila pronto para atacar. Imaginei que eu tivesse errado meu golpe. Mas então eu vi o sangue jorrando do pescoço dele. Pouco segundos depois ele caiu morto no chão.

Me ajoelhei no chão ofegante e suando. Minhas costelas ainda doíam. Acho que vou pedir para Nero me curar...

Nesse momento me lembrei que Nero também estava enfrentando um monstro. Quando olhei ao redor procurando por ele eu vi Jesse correndo na minha direção e Nero andando despreocupadamente atrás dela. O mostro de cipós estava morto a alguns metros atrás.

— Aidem, você está bem? Se machucou? — Jesse perguntou quando se aproximou de mim.

— Vou ficar... só preciso... de um minuto... — Eu disse, com a respiração pesada.

— E com um minuto você quer dizer a minha magia de cura, né? — Nero perguntou enquanto parava ao lado de Jesse.

Apenas concordei com a cabeça. Jesse estava me ajudando a levantar e eu tive que poupar fôlego para me esforçar para ficar pé.

Nero se aproximou e recitou a magia de cura enquanto uma luz amarela surgiu em sua mão e ele começava a me curar. A sensação de alívio foi quase instantânea. Mas mesmo quando ele terminou eu não recuperei do cansaço.

— Você estava distraído, Aidem. O que aconteceu? — Nero perguntou quando terminou de me curar.

— Vi uma fumaça de acampamento. Aquela fumaça. — Eu apontei para a fumaça, que já estava quase desaparecendo.

— É verdade. Tem uma fumaça ali. — Jesse diz surpresa. — Achamos o acampamento dos aventureiros bem rápido, né? —

— Acho difícil. Vocês caíram por bastante tempo, provavelmente estamos na última camada. — Nero diz enquanto bate o pé no chão, como se quisesse mostrar que em baixo não tem nada.

— Concordo. Pensei a mesma coisa. — Eu digo.

— Além disso, usando magia de busca eu consigo sentir a presença de muitos monstros por aqui. Ninguém faria um acampamento aqui. — Nero acrescenta.

— Então quem é? — Jesse perguntou.

— É o que vamos descobrir. — Eu respondo.

Nero esfregou as mãos animado, provavelmente ele pensa que seja lá quem ele encontrar no acampamento vai render uma boa luta.

Voltamos a caminhar pela floresta, dessa vez indo em direção diferente, na direção da fumaça, e tomando maia cuidado agora que sabemos que essa caverna está repleta de monstros.

Caminhamos devagar a pedido meu. Os golpes daquele gorila me tiraram o ar e eu ainda não me recuperei totalmente.

Olhando pela fumaça eu pensei que o acampamento estive a alguns poucos quilômetros dali, uns 2 no máximo. Me enganei profundamente. Apesar de aqui não ter um sol para eu me orientar sobre o tempo eu imagino que tenhamos caminhado 2 ou 3 horas até que avistamos o acampamento.

Mas não era bem um acampamento, parecia mais que uma pessoa estava morando ali a muito tempo. Havia uma casa de madeira muito bem feita que ficava ao lado de um laguinho com peixes.

— Será que vamos encontrar um velho barbudo com um bola de futebol como amigo? — Nero perguntou com um sorriso no rosto.

Ignorei completamente Nero e caminhei até a casa. A porta rangeu quando eu empurrei ela.

— Olá? Tem alguém aí? — Eu perguntei enquanto entregava na casa.

A minha única resposta foi o som dos meus passos no piso da madeira.

No interior da casa havia uma cama com sua estrutura de madeira e um colchão feito palha e folhas. Haviam armários onde pratos, copos e talheres de madeira eram guardados. Mas o que mais me surpreendeu foi quando eu vi a origem da fumaça, não era fogueira, era um fogão a lenha feito do que parecia ser argila, ele liberava a fumaça em uma chaminé que soltava ela para fora da casa.

Fiquei parado na porta da casa observando o interior até que Nero parou ao meu lado e assobiou impressionado.

— Quando eu imaginava alguém vivendo na floresta eu pensava em fogueiras e barracas mal feitas... isso aqui é bem feito. — Ele disse.

— Nunca tinha visto um fogão de lenha nesse mundo. — Eu falei, com certa curiosidade.

— Nem eu. — Nero concordou.

— Como assim "nesse mundo"? — Jesse perguntou.

Antes que eu pudesse me amaldiçoar por ser tão desleixado Nero disse.

— Nesse mundo? Como assim nesse mundo? Ele disse "tão imundo". Olha a sujeira daquele troço. —

— Ata... — Jesse diz, parecendo ter se convencido mas nem tanto assim.

Deixo os dois na entrada da casa, ou talvez seja melhor chama-la de cabana, e caminho por seu interior. Paro ao lado do fogão de lenha. Ainda tem brasa quente no seu interior. O dono desse lugar estava aqui apouco tempo atrás.

Me viro para trás, pronto para contar a Nero o que eu descobri. Nesse momento tudo em que consigo prestar atenção é no par de olhos azuis parado atrás de Nero Jesse. É um azul vivido, brilhante de uma forma linda.

De repente eu escuto apenas um estrondo. Nero some do meu capo de visão. Algo atingi a parede ao meu lado, me viro para ver o buraco na parede e o corpo do Nero caído do lado de fora da cabana.

Quando olho para frente novamente Jesse já está caída inconsciente no chão. Aqueles olhos azuis agora me encaram intensamente.

Quando presto mais atenção reconheço que o quê antes eu via apenas como olhos azuis na verdade é uma mulher. Seu cabelo é branco e curto. Sua roupa está toda rasgada.

Olhar nos olhos dela me transmite uma sensação que eu só senti na presença de 3 pessoas; Ken, o Rei e a Lilith.

Essa mulher não pode ser a minha inimiga. Se eu tiver que lutar com ela eu com certeza vou morrer.

Mas antes que eu tivesse a chance de dizer alguma coisa a garota se moveu. Seus olhos azuis brilhantes percorreram o interior da cabana. Tudo que eu pude ver foi aquele brilho azul em seus olhos se aproximando.

Só quando ela estava a poucos passos de mim eu notei a espada em suas mãos. Quando puxei a minha espada da bainha ela já estava atacando. Coloquei a minha lâmina na frente do golpe e consegui bloquear ele. Ou pelo menos pensei que conseguiria. Pois quando a lâmina dela atingiu a minha meu braço se estremeceu com a força da mulher. Ela muito mais forte que o gorila que eu enfrentei mais cedo.

Meus pés saíram do chão e o impacto do golpe dela me arremessou para a parede da cabana. Atravessei a madeira como se ela fosse de papel.

Consegui girar meu corpo e bater os pés no chão, e eles se arrastaram 4 metros para longe da cabana até me fazer parar. Quando olhei para frente, tentando enxergar através da nuvem de poeira deixada por onde eu passei, meus instintos gritaram:

CORRA!

No instante seguinte os olhos azuis da garota entraram novamente no meu campo de visão. Parada dentro da cabana, me encarando pelo buraco que eu deixei na parede. Mais uma vez eu senti uma pressão assustadora ao encarar aqueles olhos azuis.

— Eu não quero lutar com você! — Eu gritei enquanto levantava as mãos. — Essa é a sua casa, não é?! Desculpa ter invadido assim! —

Percebo que ela está um pouco confusa, mas continua olhando para a espada em minha mão desconfiada. Claro que ela não acreditaria em alguém armado.

Lentamente eu abro os dedos, sem querer fazer qualquer movimento ameaçador, e soltou a espada. Quando a minha katana atingi o chão a mulher desapareceu.

Por alguns segundos fico olhando confuso para onde ela estava antes. Como se achasse que meus olhos me engassem. Mas então eu escuto e sinto o vento forte se aproximando de cima.

Quando olhei para cima vejo a mulher caindo na minha direção, sua perna direita esticada para frente para me atingir com um chute.

Instintivamente dou um passo para trás, a garota cai e atingi o chão na minha frente. A terra estremece como se um terremoto estivesse acontecendo ali. Me desequilibro e dou um passo para frente. Nesse momento o punho da garota me atingi na barriga.

No momento em que sou atingido eu sinto a mana dela. Não é tão grande quanto a do Ken, mas ainda é grande o suficiente para eu sentir mesmo sem um núcleo de mana. Uma rajada de vento acompanha o impacto do golpe dela e eu sou arremessado para longe mais uma vez.

Dessa vez eu estou girando no ar em uma velocidade tão grande que eu atravesso as árvores no caminho e quase não sinto elas. Mas o mais surpreendente é que a mulher se mantem correndo ao meu lado.

Tudo que eu vejo é a luz brilhante dos seus olhos em meio as sombras da floresta. As vezes ela desaparece atrás de uma árvore ou quando meu corpo gira por bater em um troco, mas de repente ela surge novamente. Correndo ao meu lado, seu cabelo branco se esvoaçando loucamente.

Ela só está esperando que a minha velocidade diminua ou eu pare para ela atacar novamente... não vou deixar isso acontecer.

Usando uma skill de combate corpo a corpo minha perna esquerda brilha intensamente e dispara um golpe para baixo e atingi o chão. O impacto do golpe faz a minha velocidade diminuir e meu corpo girar. Nesse momento a garoto se aproximou demais sem conseguir parar a tempo.

Aproveitando que agora a nossa distância um do outro e menos de um metro eu ativo outra skill. Meus punhos brilham e três golpes em alto velocidade dispararam para frente.

Os olhos da mulher se abrem ao máximo. O ar fica rarefeito. Por um momento tudo parece congelar, exceto pelos olhos dela que observavam os meus golpes atentamente. E então tudo volta se mover. A mulher se move rapidamente, meus golpes atinge apenas o vento.

A mão da mulher me agarra pelo pescoço e para repentinamente. Um estrondo ecoa pela floresta quando ela interrompe o nosso avanço.

As folhas das árvores se agitam a nossa volta. E por um momento o silêncio é reconfortante. Os olhos da mulher parecem diminuir seu brilho e uma curiosidade fica estampada em seu semblante.

— Isso... — A voz da mulher parece fraca e hesitante, como se ela não falasse a muito tempo e não se lembrasse de como fazer isso. — Isso... foi... uma... Skill...? —

Mas antes que eu possa ficar surpreso com a pergunta dela, eu sinto a presença e a sede de sangue de Nero se aproximando. A mulher nota também, e me solta parecendo perder o interesse. Caí sentado no chão a tempo der Nero surgir voando em meio aa árvores.

Nero se aproxima da mulher como um foguete e golpe com a espada. A mulher reflete o golpe e por uma fração de segundos Nero fica parado na frente dela com uma luz azul na suas pernas. Então a mulher gira o corpo sobre os calcanhares e atingi um chute em Nero, o arremessado para longe.

Escuto o som do Nero atingindo e partindo os troncos das árvores que ficam no seu caminho. A mulher nem esperou o som parar e já saí caminhando calmamente na direção dele.

Por alguns segundos tudo volta ao silêncio novamente. E então a risada do Nero surge no fundo, logo em seguida sua espada e arremessada de trás das árvores, de uma direção totalmente diferente de onde ele foi arremessado, e parte na direção da mulher.

Ela se vira de uma vez e rebate a espada para o lado.



A espada de Nero girou no ar na frente da garota, e então Nero saiu de trás das árvores e voou até a espada. Ele pegou a espada no ar e se preparou para golpear.

Então uma rajada de vento de repente atingiu Nero no peito, ele foi arremessado para longe sem nem a chance de gritar ou ficar surpreso.

Uma dor insuportável tomou conta do meu corpo. Meu braço dominante estava quebrado, balançando inerte ao lado do corpo. Mas mesmo assim eu me forcei a caminhar na direção da mulher.

Segurei o braço quebrado para impedir que ele movesse enquanto eu andava e caminhei até a garota. Ela notou eu me aproximando quando eu ainda estava a 2 ou 3 metros dela.

— O que você disse aquela hora... O que você sabe sobre uma Skill? Como conhece isso? — Eu questionei enquanto avançava na direção dela.

Mas antes que ela pudesse me responder Nero saiu voando da floresta, se aproximando repentinamente e golpeando com a espada. Os olhos da mulher brilharam azul nesse momento e mais uma vez eu tive a sensação de que tudo ficou paralisado por um segundo.

E então tudo se moveu novamente. A mulher desviou do golpe e garrou o pulso do Nero. Com um movimento rápido ela jogou ele no chão e torceu seu braço para trás. Nero urrou de dor e deixou a espada cair no chão.

— Quem são vocês? O que querem comigo? — Ela questionou.

— Da próxima vez pergunta isso antes de atacar! — Nero retrucou.

A mulher forçou ainda mais o braço de Nero, fazendo ele gritar de dor.

— Responda. — Ela exigiu.

— Ei, se acalme. — Eu comecei a me aproximar lentamente. — Acho que nós 3 viemos do mesmo lugar. Não precisamos lutar. —

— Não. — A mulher disse, irritada. — Vocês são visitantes. Eragon me disse. Não são bem vindos aqui. —

— Eu não sei quem é Eragon. Mas com certeza ele não sabe de onde nós somos. — Eu disse, tentando acalmar ela.

— Nós somos do mundo real, Npc idiota! — Nero gritou em um tom furioso. — E eu vou te cortar em pedaços, sua vadia burra. —

Quando Nero terminou de falar o estalo do seu osso se quebrando ecoou até onde eu estava. Nero caiu de cara no chão berrando de dor. A mulher encarou ele com aqueles olhos azuis impassível enquanto dizia.

— Não me chame de vadia, bastardo de merda. —

— Vai pro inferno, Vadia. — Nero retrucou.

A mulher nem hesitou, sua mão ergueu a espada para cima e ela se preparou para o golpe. Como se tivesse indo abater um porco.

Nesse momento eu tive que correr o mais rápido que eu conseguia, ignorando a dor insuportável do meu braço quebrado. Quando me aproximei da mulher eu segurei seu braço bem quando a lâmina estava a centímetros do pescoço de Nero.

— Não posso permitir que você mate ele, por mais detestável que seja ele ainda é uma das poucas pessoas que veio do meu mundo. — Eu disse, enquanto usava toda a minha força para segurar o braço dela e tentava manter um olhar sério no rosto.

Os olhos dela ainda me intimidavam. Principalmente agora que a distância entre os olhos dela e os meus eram de 30 centímetros. Aquele brilho azul em seus olhos não era natural, parecia que eu iria me afogar se continuasse olhando para eles.

— Seu mundo...? O que você quer dizer com seu mundo...? — Ela perguntou parecendo hesitante e pensativa.

Nesse momento um sorriso surgiu em meu rosto, ou pelo menos algo próximo de um sorriso já que a dor me impedia de sorrir normalmente.

Eu aprendi algumas coisas com o Ken desde que conheci ele. Uma delas foi a fazer palpites arriscados.

— Você é uma player de EWO, não é? Então sabe muito bem do que eu estou falando. — Eu disse.

Por alguns segundos ela ficou me olhando sem dizer nada, mas então seus olhos brilharam e não foi daquela forma ameaçadora, foi de uma forma esperançosa.

A espada caiu da mão dela e lágrimas começaram a fluir de seus olhos, descendo pelas pálidas bochechas dela. E como se ver chorar a mulher, que a poucos segundos atrás me assustava, já não fosse surpresa o suficiente ela me abraçou. Um abraço apertado, como se ela temesse que se me soltasse eu fosse desaparecer.

— Eu... Eu... não acredito... finalmente... — Ela disse em meio a soluços.

Fiquei sem saber por um tempo. Não saberia reconfortar uma mulher que me espancou a poucos segundos atrás. Mas quando olhei para ela, chorando com o rosto escondido em meu ombro, eu percebi ela era só uma garota. Não tinha muito mais que 20 anos.

Mas eu não pude tentar conforta-la, pois a força do abraço dela m fez gemer de dor quando ela apertou meu braço quebrado.

— Desculpa. — Ela disse, enquanto se afastava depois que me ouviu. — Eu... me empolguei... —

Seu rosto começou a ficar vermelho de vergonha. Isso só ajudou a colocar na minha cabeça que ela não é um monstro extremamente forte com o qual eu estou lutando. Ela é uma garota. Uma garota normal e extremamente linda.

— Que merda que tá acontecendo, Aidem?! Por que você não cortou a cabeça da vadia ainda?! — Nero perguntou irritado enquanto começava a se levantar.

— Esse imbecil também é um player? — Ela perguntou enquanto voltava a olhar para Nero com aqueles olhos assustadores.

Notei Nero engolir seco ao ver a mulher encarando ele, mas mesmo assim ele se levantou e ficou cara a cara com ela.

— O que você quer dizer com "também"? — Nero perguntou.

— Quero dizer exatamente o que parece. — Ela respondeu.

Por alguns segundos os dois ficaram se encarando sem dizer nada. Nero tentava parecer intimidador, mas a mulher tinha uma aura tão intensa que fazia ele parecer uma criança emburrada. Depois de um tempo Nero revirou os olhos e disse.

— Ótimo. Agora achamos a número 4. —

— Haha, Ken vai ficar feliz por termos encontrado outra. — Eu concordei.

— Quem é Ken? — Ela perguntou.

— Quem, quem Ken? — Nero perguntou sorrindo.

— Hã? — Ela olhou para ele completamente confusa.

— Não de muita atenção para esse idiota. Ken é outro player que a gente conhece. — Eu explico.

Quando ouviu o que eu disse o seus olhos brilharam de alegria enquanto ela dizia.

— Vocês conhecem outro player? Incrível! —

— É... a gente conheceu ele a pouco tempo. Mas ele é o mais forte de nós. — Eu disse.

— Mais forte que eu? — Ela perguntou com um sorriso presunçoso no rosto.

— Não sei, mas provavelmente sim. — Nero quem respondeu. — Sinceramente, eu não sei se ele consegue acompanhar essa sua velocidade. —

— Espera, sério? Ele é mais forte que eu? — Ela perguntou parecendo incrédula.

— A gente pode deixar para falar disso mais tarde? Eu tenho um braço quebrado e preciso voltar para a cabana e ver como a Jesse tá. — Eu pedi.

— Há, claro, vamos voltar. — Ela saiu andando na frente, indo em direção do que eu imagino ser a cabana. — E a sua amiga está bem. Não usei muita força contra ela. —

— Mas usou com a gente. Que gentil da sua parte. — Nero murmurou.

— Olha, eu vivo sozinha nessa cabana a 2 anos. Nunca recebi uma vista antes. Saio por 2 minutos e quando eu volto tem dois estranhos na minha casa. O que esperava que eu fizesse? —

2 anos? Então ela está nesse mundo pelo mesmo tempo que nós.

— Deve ter sido difícil. — Eu disse.

— É... foi... — Ela concordou, com um olhar triste no rosto. — Mas agora eu encontrei vocês. Pessoas do meu mundo. Vocês não sabem o quão incrível isso é. —

— Tá, chega desse papo melancólico. Vamos falar do que importa: Que Ranking era o seu no jogo? — Nero quis saber.

Um sorriso orgulhoso surgiu no rosto dela enquanto dizia.

— Eu era a quarta. —

Nero me olhou no mesmo instante com um largo sorriso no rosto. Sei exatamente o que ele está pensando. Ela é só um ranking abaixo do Ken.

— Talvez a gente já tenha jogado junto. Qual o seu nome? — Nero perguntou.

— No EWO me chamavam de Gabix. Acho que fica meio óbvio que no mundo real eu chamava Gabriela. — Ela diz sorrindo. — Mas aqui me chamavam de Gwen. —

— Chamavam? Quem te chamava assim? Achei que você tivesse vivido aqui sozinha aqui. — Eu questionei.

— E vivi, mas só por dois anos. Gwen foi o nome que a minha mãe nesse mundo escolheu quando eu nasci. — Ela respondeu.

Sem perceber a surpresa me faz parar de andar. Mãe nesse mundo? Quando nasceu? Do que diabos ela está falando? Achei que ela estivesse nesse mundo por apenas 2 anos, mas...

— Você tá querendo dizer que quando chegou nesse mundo, seu corpo de agora era só um bebê? E você tinha até uma mãe? — Nero perguntou, parecendo tão perplexo quanto eu.

— Claro. — Gwen respondeu com um sorriso alegre no rosto, como se lembrasse de algo que a divertisse. — Ela me contava histórias sobre os 3 grandes deuses desse mundo. Sabiam que eles eram os top 3 players do EWO? —

— Há, sim... eu sabia. — Eu respondi.

— Não só a gente sabe, como um deles veio a essa ilha com a gente. — Nero disse.

— Sério mesmo? — Ela perguntou parecendo animada com a ideia. — Qual deles? O primeiro? O segundo? —

— O terceiro. — Nero respondeu.

No mesmo instante o olhar da Gwen ficou sombria, mas ela continuou olhando para frente enquanto caminhava. Os olhos azuis dela voltaram a brilhar enquanto ela segurava com força o cabo da sua espada e dizia.

— Então o Mike está com vocês? E aqui na ilha? Que ótimo. —

— Hã... você conhecesse ele...? — Eu perguntei, com um pouco de medo dela resolver cortar a minha cabeça.

— Claro que eu conheço aquele bastardo mentiroso filho de uma puta. — Ela respondeu com ódio. — Ele foi meu namorado. —

Escutei Nero assobiar baixinho ao meu lado. Não sei se ele estava impressionado ou só surpreso.

— Mike... então esse é o nome dele, hein? — Nero comentou, como se de tudo que Gwen disse só aquilo fosse interessante.

Por um tempo todos caminhamos em silêncio. Gwen ainda tinha aquele olhar assustador no rosto, mas o assunto parecia ter morrido. Até que ela disse.

— Eu tinha me esquecido dele. Eu queria esquecer, na verdade. —

— Você parece mesmo odiar ele. — Eu disse.

— Esse é o problema... eu não consigo simplesmente odiar ele. — Gwen disse. — Eu o amava de verdade, sabe? Mas ele... ele só...

— Te usou. — Eu disse, quando notei ela hesitar. — Te usou para ajudar a mãe dele. —

Ela me olhou surpresa por alguns segundos, mas depois apenas suspirou e disse.

— Não sei como você sabe disso, mas é verdade. O problema... é que eu não consigo culpa-lo por isso. Eu o odeio ele pela forma como me usou, como usou meus sentimentos, mas... — Ela fez uma pausa, e parecendo frustrada ela acrescentou. — Sei lá. Talvez eu tente mata-lo quando o encontrar. —

— Nossa... o Terceiro é um verdadeiro cuzão, hein? — Nero diz com um sorriso.

— Ele é manipulador. — Eu disse.

— Um pouco egocêntrico também. — Gwen acrescenta.

— Ele é meio psicopata também, né? Quer dizer, pelo o que eu entendi ele tá planejando uma revolução. — Nero comenta.

— Você é o único psicopata aqui Nero. E eu não acho que deveríamos ficar contando os planos do Ken para a Jane. — Eu disse.

— Jane? — Gwen perguntou confusa.

— É, a mulher do Tarzan. — Eu explico.

Julgando pelo olhar sério dela, acho que ela não gostou muito da minha piada. Levantei as mãos, como se tivesse me rendendo, e disse.

— Sem querer ofender, é claro. Mas não é porquê você era uma player de EWO que você é confiável. Além disso, você meio que disser querer matar o meu amigo, então... —

— Eu não disse que vou matar ele... disse que vou tentar. —

Reviro os olhos pensando em dizer que é quase a mesma coisa, mas então eu vejo a clareia onde está a cabana da Gwen. Acho que nossa conversa pode ficar para depois, primeiro tenho que ver como Jesse está.

Assim que entro na casa vou até onde Jesse está. Ela ainda tá inconsciente, mas não tem nenhum ferimento grave.

Depois que eu tenho certeza de que ela está bem vou até Nero, ele estava curando seus ferimentos e assim que termina começa a me curar.

Gwen começou a andar de um lado por outro pela casa e pela floresta. Quando ela voltou e começou colocar lenha no fogão eu aproveitei para perguntar algo que eu já deveria ter perguntado.

— O que pretende fazer agora, Gwen? Vem com a gente ou vai continuar nessa caverna? —

Por um tempo ela se concentra a mexer na lenha e acender o fogo usando uma magia. Começo a achar que ela não me ouviu e me preparo para repetir a perguntar, e então ela diz.

— Não sei... sinceramente, não quero ver o Mike novamente. Mas tenho que levar vocês até a superfície pelo menos. —

— Acho que a gente consegue se virar, não precisa vir. — Nero diz, parecendo não gostar muito da ideia dela nos acompanhar.

Estou prestes a discordar de Nero, quando de repente ela se vira para a gente com um olhar sério no rosto e diz.

— Não, eu preciso sim. Esse é o território dos dragões e eles odeiam humanos. Vocês não sobreviveram 1 dia sem a permissão deles. —

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