She keeps me warm

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Valéria Monteiro é uma mulher poderosa, dona da maior rede de seguros do Brasil, mãe de Lorena, uma garotinha... Higit pa

capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
AVISO
NEW YEAR'S RESOLUTION
capítulo 22

capítulo 15

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Segunda-feira, 8 am – prédio da Insurazo.

Valéria entrou em seu escritório um pouco melhor do que estava na semana passada; passar a sexta-feira e alguns pedaços do sábado na companhia de Camila, mesmo que não estivessem fazendo nada de relevante, foi muito revigorante. Quando Lorena chegou no domingo também, ela já estava mais calma e apesar de sua relação estar um pouco abalada, elas conseguiram aproveitar o fim do domingo sem brigar ou discutir e foram ao parque andar de bicicleta juntas.

A ruiva ligou seu computador, abriu as janelas e foi para a copa preparar um café. Aquilo era atípico dela, mas não havia tido tempo de tomar café da manhã em casa. Gastou longos minutos ali no pequeno cômodo equipado de pia, geladeira, mesa, micro-ondas e uma escala de compras de seus funcionários, no tempo suficiente de poder ver Dalila chegando na empresa como se tivesse passado cinco dias fora de casa. Estava com uma roupa impecável, um conjunto de terno vermelho, mas caminhava como se fosse um zumbi e os óculos escuros escondiam as olheiras com certeza. Valéria riu.

"Bom dia, meu amor!"

"Bom dia." Dalila respondeu com o fio de voz que lhe restara.

"O que aconteceu com você, amiga?"

"Eu fui pra uma festa na cachoeira no final de semana."

"Que pique... Você conseguiu descansar pelo menos?"

"Você sabe que não. Entra aí, quero te contar uma coisa." Dalila parou ao lado da porta de sua sala, fechando a porta depois que sua amiga entrou. Ela tirou os óculos e jogou-os dentro da bolsa, colocando tudo na sua poltrona desorganizada.

"Amiga, você não usou nada ilícito, né? Porque você tá só o pó!"

"Não, não usei. E a piada foi péssima." Dalila retrucou enquanto Valéria ria.

"O que você quer me contar?"

"Eu fui na festa lá em casa. Tava tudo bem até o meu pai armar o showzinho dele."

"Ah, amiga... Eu sinto muito."

"Calma. Não terminei." Dalila colocou seu cabelo atrás da orelha e sentou-se em sua cadeira, deslizando com as rodinhas até a amiga do outro lado da mesa. De quem tinha sido a ideia de colocar uma cadeira com rodinhas na sala de Dalila Abdallah? "Eu levei a Laila. E quando meu pai veio brigar comigo, eu o respondi, fiz o maior barraco, você sabe, eu sou meio esquentadinha... Até que eu decidi vir embora. Mas a Laila voltou e enfrentou o meu pai. E ela falou várias coisas sobre mim."

"Mentira! Ela te defendeu?" A loira acenou que sim com a cabeça. "Que gracinha."

"E eu percebi que eu gosto dela mesmo. Não estava nos meus planos, mas..."

"Dalila, não é errado gostar de alguém não, viu? Tá tudo bem. Assume esse sentimento. Ninguém tá falando de compromisso sério, tipo casamento, bodas de prata, uma família completa, adoção de pet. É só um lance... Assume isso. É tão bom gostar de alguém."

"Nossa, Shakespeare de Taubaté.... tá inspirada hoje."

"Não, tô falando sério. Não conheço ela tão bem assim, mas ela me pareceu muito gente boa. E vamos ser sinceras... pra aguentar você tem que ser muito incrível mesmo, não se pode desperdiçar." Valéria não perdeu a oportunidade de zoar com a amiga, lógico.

"Há-há. É, ela é incrível... Eu acho, pelo menos."

"Ai, é tão fofo ver você falando isso, nem parece a maluca que eu conheço."

Valéria mal terminou a frase e a porta da sala de Dalila foi aberta sem nem ouvirem a batida. Helena enfiou a cabeça no cômodo com um sorriso tão largo que quase dava a volta em sua cabeça.

"Dalila, Valéria, o pessoal do departamento de vendas tá aí! Eles estão chamando todo mundo na sala de reuniões grande, disseram que tem um anúncio. Vamos logo!" A recepcionista falou e saiu, indo em direção à uma sala virando à esquerda no fim do corredor, sendo seguida pelas amigas que não estavam entendendo nada.

"Bom dia, pessoal. Eu tenho uma notícia muito importante pra dar pra todo mundo. Esperei até que tudo estivesse tudo já assinado, nos conformes, porque dizem que dar notícia antes de dar certo atrai azar, então melhor nem arriscar. Foi meio difícil convencer essas pessoas, nossa querida chefe não fez boas propostas..." o responsável pelo departamento, Caetano, brincou e fez todos rirem, inclusive Valéria.

"Eu sempre disse que não sou boa em vender. Não vendo nem rifa direito!" Ela ergueu as mãos em um ato de rendição.

"Mas tudo bem, chefe. Nosso departamento é muito bom, e com muito jogo de cintura conseguimos o que queríamos. Eu quero anunciar pra vocês que nossa primeira filial foi vendida e vai ser aberta na Suíça."

A sala foi uma explosão de diferentes emoções: Dalila e Valéria se abraçaram comemorando, alguns funcionários bateram palmas, outros estavam de olhos arregalados em surpresa, todos de modo geral muito felizes com aquela notícia.

"O prédio da Insurazo na Suíça já foi alugado, o empresário que comprou nosso royalty já está organizando o serviço pesado, mas vamos ter que recrutar pessoas para fazer treinamento, vamos ter que enviar alguns funcionários para lá, enfim, vai ser um processo longo aí pela frente... Nossas CEOs e o departamento de RH vão resolver esses detalhes. E já existem outros interessados na França." Caetano terminou de falar entre os burburinhos alvoroçados da empresa. Depois da comemoração, todos voltaram aos seus afazeres, com mais energia do que antes.

"Amiga, você vai ter que me deixar ir pra Suíça primeiro. É sério. É meu sonho! Por favor! A França é toda sua, mas a Suíça eu preciso ir. Mesmo." Dalila implorava para a miga, sem esconder a animação.

"À vontade. Desde que você não invente de ficar por lá e me abandonar aqui."

"Não. Isso nunca. Lá não tem carnaval."

Valéria gargalhou.

"Ei, você se importa se eu der uma saidinha? É rápido. Eu volto à tarde e já podemos marcar todas as reuniões que você quiser pra resolver isso."

Valéria olhou em seu relógio. Quase dez da manhã.

"Só se você me deixar voltar às duas da tarde do almoço."

"Fechado." A loira ficou em pé, pegou sua bolsa e saiu num passo apressado, desaparecendo na porta do elevador. A ruiva riu e voltou para a sua sala. Pegou seu celular e abriu o aplicativo de mensagens. Sorriu com a troca de mensagens, jogou o celular na bolsa e finalmente se concentrou numa proposta de novos termos para a modalidade de seguro de vida que havia sido posta para discussão numa última reunião.

--

Dalila arrancou com o carro e saiu de sua empresa como se tivesse pouco tempo de vida, atravessando a cidade até a Vila Mariana. Estacionou em frente ao portão branco e bateu palmas, chamando por Laila. Quem apareceu foi a mãe de Laila, a senhora que conhecera no dia do velório. A mulher por sua vez também lembrava dela e abriu a porta, convidando-a para entrar.

"As-Salaamu-Alaikum, senhora. Com licença. Tudo bem? A Laila está por aí?"

"Pode entrar, fica à vontade. Ela tá sim, tá no quarto dela estudando. Pode vir aqui." A mulher sorriu, falava baixo e suas olheiras eram do tipo profundas, daquelas que não saem mais, são marcas fixas. Dalila a seguiu. Passou por uma sala pequena e uma cozinha, entrou num corredor com um banheiro, e três portas, provavelmente três quartos. O último estava com a porta fechada.

"É esse aí, pode entrar. Qualquer coisa é só me chamar, eu tô aqui na cozinha terminando o almoço."

"Muito obrigada. Desculpa chegar assim sem avisar."

"Imagina!" Ela saiu e deixou Dalila ali.

A loira hesitou antes de bater duas vezes na porta. Sem ouvir uma resposta, abriu a porta do quarto e colocou apenas a cabeça para dentro, encontrando Laila com um shorts curto de pijama e sutiã apenas, o cabelo preso todo bagunçado, sentada numa cadeira de frente para o computador, envolta por livros e papéis, com fones de ouvido, enquanto cantarolava alguma coisa. Dalila riu e se aproximou devagar, cobrindo os olhos da morena com suas mãos. Laila se assustou e colocou as mãos em cima daquelas que tapavam seus olhos, puxando-os para baixo e olhou por sob seu ombro. Sorriu quando viu quem era.

"O que você tá fazendo aqui?" Ela ficou em pé e correu para alcançar uma camiseta de cima da cama, colocando-a com pressa. Dalila arqueou uma sobrancelha.

"Como se eu nunca tivesse visto antes..."

"Eu nem te ouvi chegar... Você buzinou?"

"Não, eu só chamei no portão. Sua mãe quem me atendeu."

"Aconteceu alguma coisa? Você me ligou? Eu não vi, desculpa..."

"Não. Relaxa. Não aconteceu nada. Eu só... Tô te atrapalhando?"

Laila olhou para sua mesinha de estudos e olhou de volta para a mulher.

"Não, na verdade, você me salvou de Vigotsky." Ela sorriu.

"Ele era um educador, não era?" Dalila perguntou.

"Você não veio aqui pra falar de Vigostky" A morena riu e se sentou na cama. "Fala..."

"Não é nada importante, sabe... Eu só vim aqui pra dizer que eu gosto de você."

Laila engasgou com o ar.

"É, eu sei. Ouvir isso de súbito é estranho, eu sei... Mas é verdade. Eu percebi isso na casa dos meus pais e percebi mais ainda quando passei o final de semana inteiro numa festa com os amigos na cachoeira e senti sua falta. Também sei que eu tenho 0 credibilidade porque minha fama me antecede, claro, mas tudo bem. Não é um pedido de casamento, nem de namoro sério exatamente. É só... eu te dizendo que eu gosto de você. E que por conta disso, no momento, nenhuma outra mulher me interessa." Apesar de estar mais tranquila do que a maioria das pessoas estaria dizendo aquilo, Dalila expirou todo o ar que guardava sem saber ao terminar de falar.

"Você veio aqui pra me dizer isso?"

"Pra você ver que não é mentira." Ela riu e fez Laila sorrir também.

"Bom, eu achei isso muito, muito fofo mesmo. E eu não acho sua fama uma coisa ruim, de verdade. Agora, se você tá disposta a abrir mão disso por mim, mesmo que não numa coisa séria, eu me sinto lisonjeada." Laila ia dizendo enquanto ficava em pé e se aproximava de Dalila. Terminou a frase com seus braços envolvendo o pescoço da loira, seus corpos colados. "É aquela coisa, né... Se você quiser, eu quero."

"Eu quero."

"Então eu também quero." Laila beijou-a. Seus dedos se perderam nos cabelos lisos da outra, enquanto sentia as mãos firmes e macias de Dalila envolverem sua cintura, para trazê-la mais pra perto.

Laila finalizou o beijo com um selinho longo, mas ainda se manteve abraçada à loira.

"Posso te apresentar direitinho pra minha mãe agora? Quer dizer, sem que você surte e fique sem falar comigo por um tempão?" Laila gargalhou.

"Você vai me zoar pro resto da sua vida por conta disso? Que saco."

"É claro que eu vou."

"Pois fique sabendo que eu já me apresentei para sua mãe."

"Ótimo, então você vai ter que ficar pra almoçar. Se alguém vem aqui, conversa com ela e não come a comida dela, bem... nunca houve sobreviventes." Laila fez piada e Dalila arregalou os olhos. "E só pra constar: eu também gosto de você."

--

Até a buzina daquele carro era diferente, combinava com a mulher fina e despojada que Valéria era. Ela sorriu ao ver Camila saindo do prédio de seu consultório, com a bolsa enganchada no braço. Entrou no carro e olhou dentro dos olhos azuis.

"Oi." Valéria se inclinou e depositou um selinho na morena. "Vamos?"

"Quando quiser." Camila completou. "Você parece feliz."

"Eu tô mesmo. Mas só vou contar quando a gente chegar no restaurante." Camila até ia reclamar da resposta da ruiva, mas parou de raciocinar sobre aquilo quando reconheceu a música que tocava no rádio do carro de Valéria.

Não deixe um sussurro te assustar

Nem pense como eles vão pensar

Só ouça o nosso coração bater

Não precisa dizer nada, eles nunca vão saber

"Você tá ouvindo Sandy & Junior?"

"Tô sim e antes que você fale mal, pense bem nos meus sentimentos... Será que vale a pena machucar meu coração só pra falar mal de Sandy &e Junior?" Valéria questionou rápido, quando pararam num semáforo.

"Eu jamais falaria mal! Eu amo Sandy & Junior e eu adoro essa música... Não ligue pro que eles vão falar, ninguém está aqui no meu lugar, nem sente o que eu sinto por você. Ninguém entende nada, eles nunca vão saber..."

"Essa foi a sua melhor cantada em mim."

"Eu devo rir pelo trocadilho ou ficar preocupada porque você nunca mais vai me deixar em paz sobre esse assunto?" Camila perguntou, depositando uma mão na perna de Valéria.

Valéria a levou para o mesmo restaurante que almoçaram pela primeira vez juntas, escolhendo uma mesa da área externa.

"Posso saber o motivo desse almoço hoje?" As duas tinham suas mãos entrelaçadas por cima da mesa. Não tinham um rótulo para aquilo, mas estavam num lugar muito confortável para ambas, pelo menos por enquanto, apesar de todas as intrigas de cada um dos lados.

"Pode sim. É uma comemoração. Empresários suíços fecharam uma compra da minha empresa. Vamos abrir uma filial na Suíça. E já tem mais gente interessada."

"Meu Deus, isso é maravilhoso! Que incrível, é sério! Parabéns, Val!"

"Obrigada! Eu tô muito ansiosa! Viramos uma franquia internacional do dia pra noite."
"EU tenho certeza que logo menos vai ter uma Insurazo em cada país."

"Imagina? Tendo que viajar todo mês pra um país diferente, só pra tomar conta das filiais? White Girl Problem de hoje..." Elas riram.

"Eu até te chamaria para um jantar em casa, tipo um segundo round de comemoração, mas acho meio problemático pedir para você levar sua filha na minha casa. No sentido profissional mesmo..."

"Tudo bem, a gente pode comemorar até..." Valéria olhou no relógio. "Às duas." Ela deu um sorriso de canto e acariciou a mão entrelaçada na sua.

Aproveitar aquela maré de boa sorte era de extrema importância. Elas não sabiam até quando poderia durar. Camila principalmente. 

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