capítulo 16

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"E aí? Achou alguma coisa?"

"Nossa, bom dia pra você também, irmãozinho querido." A mulher tirou os óculos escuros quando se sentou à mesa na padaria onde seu irmão já estava esperando-a.

"Bom dia, Zu. Desculpa."

"Olha, eu não achei nada lá na prefeitura, pra ser sincera. Ela não deve trabalhar na rede pública. Mas eu achei no Google e no Facebook. Ela estudou na UNESP, mora ali na Barra Funda, mas a família não mora aqui."

"Nenhuma informação relevante?"

"Nossa, mal-agradecido. Eu trabalho na prefeitura, não no FBI."

"Desculpa, Zu, desculpa. Eu só quero descobrir alguma coisa logo, eu quero a minha filha pra mim."

"Eu não consigo te ajudar mais... Eu já disse tudo o que eu podia. Também não gosto dessa sua ex e não acho justo ela ficar com tudo... Sei lá, contrata um detetive, um fotógrafo, sei lá.... Alguma coisa a gente tem que descobrir."

"Tem que ser alguma coisa que possa tirar o privilégio dela na justiça, não pode ser qualquer coisa." Ele fechou a cara para sua irmã enquanto passava as mãos pelo cabelo.

"A Valéria e a psicóloga... elas são amigas não são?"

"Sim, mas o dr. Gabriel disse que só isso não muda as coisas. O mais indicado era que não fossem, mas só uma amizade não quer dizer que isso tenha comprometido a decisão e a análise do laudo." Bruno revirou os olhos.

Sua irmã pareceu pensar por alguns segundos, estava maquinando algum plano com certeza. Ela tinha esse dom, de imaginar as situações e geralmente ela estava certa.

"Bruno, tem certeza que elas são só amigas? A Valéria é bi, eu lembro muito bem da ex namorada dela, que ela fez o maior fuzuê pra convidar ela pro casamento de vocês, porque elas continuavam amigas... E se essa psicóloga for mais que uma amiga? Bruno, isso seria perfeito. A juíza ia amar saber disso."

"Você acha que elas são mais que amigas?"

"Eu tenho certeza que tem alguma coisa aí, quero dizer... você conhecia essa tal Camila antes de vocês se separarem?"

"Não..."

"Então..."

"E como eu vou descobrir isso?"

"Detetive particular. Vou ver se conheço alguém."

"Eu preciso ganhar isso."

"Você vai, irmão. Pode deixar... Eu tenho certeza. Minha intuição nunca falha."

--

Um mês depois

Era a semana de Bruno ficar com Lorena e o dia da festa da Insurazo. Uma festa de comemoração à abertura da filial, Dalila quem tinha decidido fazer o evento, tanto pela publicidade quanto para promover seus funcionários e ela não estava equivocada naquela decisão. Todos os figurões de São Paulo, seus clientes mais antigos e fiéis e a imprensa estariam lá.

"Camis, de hoje não passa! Você vai ter que contar pra Valéria. É sério. Nem que eu ligue no meio da festa pra ela e conte tudo."

"Paul, não! É sério. Eu não consigo fazer isso. Eu não posso contar pra ela."

"Você tá enrolando ela há um mês! Quer que ela descubra quando tirarem a filha dela e a polícia prender duas algemas no seu pulso?"

"Poxa, valeu." No fundo, Camila sabia que ele tinha razão.

She keeps me warmWhere stories live. Discover now