capítulo 18

1.8K 97 101
                                    


"Oi, mamãe." Lorena apareceu cabisbaixa quando saiu da casa de Bruno enquanto Valéria esperava sua filha na calçada, encostada em seu carro, pronta para ajuda-la à subir no assento elevado.

"Que cara é essa?"

"Nada."

A ruiva estranhou. Geralmente, Lorena gostava muito da casa de seu pai, porém ela decidiu não insistir, apenas entrou no carro e seguiu para sua casa.

"Mamãe, a gente pode ir na casa da tia Dalila hoje? Eu tenho uma coisa pra ela."

"Lolô, você nem acredita... Eu passei a noite toda no hospital com a tia Dalila. Um caminhão passou em cima do carro dela. Ela tá machucada, mas tá bem. Não dá pra ir na casa dela hoje, mas quando ela voltar e estiver melhor, nós vamos."

"É sério? Mas como um caminhão passou em cima dela?"

"Tava desgovernado, aí subiu em cima do Uber dela."

"Eu quero falar com ela, eu posso?"

"A gente liga pra ela mais tarde, tá bom?"

"Tá."

"Ei, Lolô. Preciso conversar com você. É bem importante. Tá prestando atenção?"

"Tô."

"São várias coisas... A primeira delas é: a tia Camila indicou outro médico pra você, um amigo dela. Ela garantiu que ele é bem legal."

"Eu não posso mais ir no consultório dela?"

"É melhor não... Você não fez nada. É que isso leva à segunda coisa que eu queria te contar." Valéria chegou em sua casa e estacionou o carro na garagem. Sem descer, ela soltou seu cinto de segurança e olhou para trás. Sua filha estava olhando-a com uma cara de expectativa, esperando o que vinha a seguir.

"Eu e a Camila estamos saindo, sabe? Eu gosto dela."

"Tipo namorada?"

"Tipo namorada."

"Mas então se ela é a sua namorada, porque ela não pode me atender? Nem precisa pagar mais, nem ir lá. Eu gosto dela... E a tia Cibele disse que ia fazer um slime comigo."

Valéria riu.

"Não é por isso! O trabalho dela não deixa ela atender você mais, entendeu?"

"Só porque eu sou filha da namorada dela? Não tem nada a ver. Eu cheguei no consultório dela antes de você."

"É verdade. Bom, terceira coisa: Você não pode contar isso pra ninguém."

"É segredo?"

"É."

"Nem pro papi?"

"Nem pro papi."

"Porquê?"

"Porque... Porque sim. Por favor, tá bom? Nosso segredinho."

Lorena deu de ombros e soltou o seu cinto também, descendo do carro atrás de sua mãe, que agora carregava sua bolsa e a mochila de sua filha.

"Você foi assim na festa?" A menina olhou bem para sua mãe quando ambas entravam em casa.

"Fui... o que é que tem?"

She keeps me warmWhere stories live. Discover now