capítulo 22

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"Mamãe, eu posso mandar uma mensagem pro meu papi?" Lorena pediu baixinho, enquanto faziam o caminho do estacionamento até o restaurante. Laila e Dalila tinham ficado para estacionar o carro, enquanto elas duas iam reservar os lugares. 

Valéria se abaixou na altura de sua filha. "Claro que pode. Lolô, você sempre pode falar com ele, passar tempo com ele, mandar mensagem, telefonar. Eu não quero nunca que você perca contato com ele. Quero que vocês sejam amigos e que ele faça parte da sua vida. Nunca quis o contrário, me desculpa se isso nunca ficou claro e levou pra essa bagunça toda."

"Eu sei... Quer dizer, tem um monte de coisa de gente adulta no meio que eu não consigo entender, mas eu nunca quis ficar nem longe de você nem longe dele. Desculpa." Ela pediu e ganhou um beijo apertado de sua mãe, que depois, entregou-lhe o celular. 

"Toma, liga pra ele." Valéria discou o número de Bruno e colocou no facetime. Lorena e seu pai ficaram alguns minutos conversando por vídeo, ela podia ouvi-lo chorando do outro lado e se sentiu mal com isso, então decidiu olhar a carta de vinhos para se distrair. 

"QUE FIQUE CLARO QUE EU IA FAZER PIADAS E COMEMORAÇÕES, MAS NÃO VOU MAIS PORQUE A LAILA DISSE QUE SERIA DE MAU GOSTO!" Dalila apareceu comemorando, com os braços para cima, falando alto e chamando atenção para si. 

"Porque realmente seria." Laila se aproximou, cumprimentou Valéria e Lorena. "Fico feliz que deu tudo certo." 

"Obrigada, eu tô aliviada." Valéria puxou a mão de Dalila, fazendo com que ela se aproximasse. "Olha, nós podemos ficar super felizes, mas se comporta. A Lô ficou se sentindo culpada."

"Não vou falar nada. Acabou esse pesadelo, amiga. Finalmente." Ela abraçou Valéria apertado. 

"Sim. Eu nem acredito."

"Agora é só você se acertar com a Camila. E viver sua vida feliz." 

"Ah, não, Dalila, por favor..." 

"Que foi?"

"Ela quem fez tudo isso virar um circo, a razão de esta audiência ter sido tão maluca, tensa, foi ela. Se o médico que ela falsificou a assinatura não tivesse concordado em ajudar, eu tava ferrada. Ela cometeu um crime, Dalila."

"É verdade. É verdade, ela cometeu. E, é muito errado eu falar isso, eu sei que é, mas vocês deviam conversar urgentemente. Porque mesmo não sendo certo o que ela fez, ela fez por você, por acreditar que havia alguma coisa errada, por acreditar na sua família, na sua filha, e sinceramente? deu tudo certo, não tem como dar mais nada errado. Por que você vai ficar se privando assim das coisas boas? Ela faz tão bem pra você, agora é seu momento de ser feliz. Aproveita."

"A gente pode só almoçar? Por favor?" Valéria pediu. 

"Sim." 

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Após o almoço, Lorena decidiu que queria ficar brincando com seus ursinhos de pelúcia de astronautas, montou sua barraquinha com tema espacial no jardim e ficou lá, por horas. Por mais estranho que fosse, fazia muito tempo que ela não brincava daquele jeito, como se até ela estivesse aliviada. Valéria alternou o seu tempo entre ler um livro na rede ao lado da piscina, observar sua filha e preparar um lanche da tarde. 

Quando começou a escurecer, Valéria imaginou que seria melhor colocar Lorena na cama, afinal, teria aula no dia seguinte. Ela tomou banho, colocou o pijama e deitou-se. 

"Boa noite, mamãe."

"Você sabe que você é tudinho pra mim, não sabe? Que eu te amo muito, muito, muito mesmo?"

"Sei."

"Hm, convencida. Ainda bem que está certa." Valéria fez um pouco de cócegas na garotinha. "Boa noite, meu amor. Dorme com os anjinhos."

She keeps me warmWhere stories live. Discover now