She keeps me warm

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Valéria Monteiro é uma mulher poderosa, dona da maior rede de seguros do Brasil, mãe de Lorena, uma garotinha... Еще

capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 4
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
AVISO
NEW YEAR'S RESOLUTION
capítulo 22

capítulo 7

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Uma longa sequência de buzinas irritantes começou a atormentar Valéria e ela não precisava sair na janela para ver que sua amiga já estava ali na frente. Ela pegou o celular e a chave de casa e saiu.

"Ao vivo você tá mais gata ainda. Oi, amiga."

"Achei que a gente ia mais tarde... Não é às onze que abre a tal casa?"

"Mas o esquenta já começou lá no estacionamento faz tempo."

"Eu nem tenho fígado pra isso."

"Ah, tá."

Dalila aumentou o som do carro e dirigiu até a Augusta. A balada ainda estava fechada, mas já haviam algumas pessoas na fila. A loira desceu a rua e um grande estacionamento aberto ainda estava vazio, com poucos carros parados. Ao longe, ela viu o Corsa de Benjamin estacionado, um cooler no chão, o som do porta-malas pulsando e seus amigos em volta. Estacionou próximo à eles.

"Nossa, o Gasparzinho tá diferente." Benjamin riu assim que viu Valéria descer do carro.

Valéria mostrou o dedo do meio, rindo. Fazia muito tempo que ela não via o colega e o cumprimentou primeiro, já que não conhecia o resto do pessoal.

"Eu disse que ela vinha." Ela enfiou a cabeça dentro do cooler e pegou duas cervejas, uma para ela e outra para a amiga. "Essa é a Valéria, galera. Val, essa é a galera."

De pouco em pouco tempo, mais gente ia chegando para aumentar o grupo que estava tomando conta do estacionamento e mais bebida elas abriam.

"Toma aqui, catuaba com cantinho do vale, pra acender o fogo na larissinha e beijar bastante hoje."

"Amada?"

"Que foi? Não quer perder o bv hoje?" A loira riu e brindou com as canecas de plástico do tempo da faculdade que havia levado. Bêbada sempre, ecológica também, era o seu lema.



--


"Tia, vamos! Lá é muito legal." Cibele estava de frente para o espelho, terminando de se arrumar para sair. Camila estava usando o espelho do banheiro e ainda decidia que batom usar.

"Eu vou sair com o Paul."

"Leva ele junto. É sério, é muito boa a balada. Vamos, por favor!"

Cibele era sobrinha e recepcionista de Camila e elas moravam juntas. Sua família era do interior de São Paulo e para fazer a tão sonhada faculdade de letras na USP alguns anos atrás, Camila ofereceu sua casa. Ela odiava morar sozinha de qualquer forma.

O celular de Camila vibrou e Cibele pegou-o na mão, desbloqueando.

"É ele. Posso responder?"

"O que ele falou?"

"Disse que tá chegando e que não sabe onde ir. Paul, vocês vão comigo na balada, já decidi." Ela mandou um áudio e não demorou muito para que ele respondesse que concordava em ir.


---

O propósito de Valéria e Dalila aquela noite era de se divertirem e comemorarem, e era isso o que estavam fazendo muito bem. A ruiva já estava com sinais de embriaguez, ela e a amiga já haviam tomado uma dose de algo que os amigos insistiam em chamar de tequila, mas que com certeza não chegava nem perto de ser. Estavam dançando e conversando sobre alguma teoria do universo quântico quando o celular de Dalila vibrou e ela viu a mensagem no banner em sua tela. Travou o celular novamente e guardou, mas Valéria não deixou de notar aquilo. Dalila nunca deixava de responder uma mensagem, principalmente na sexta-feira à noite.

"Quem era?"

A loira tirou o celular do bolso e mostrou-o para Valéria. Assim que a luz se acendeu, ela viu. Laila.

"Você não vai responder?"

"Não."

"O que aconteceu com ela?"

"Sei lá, nem quero saber."

"Amiga, você disse que ia me contar..."

"Lembra que eu falei que o irmão dela estava muito doente? Ele morreu, eu fui no velório com ela e ela simplesmente me apresentou pros pais dela como namorada. Foi isso o que aconteceu."

"Só isso?"

"Só? Valéria, ela mentiu do nada, numa situação fragilizada ainda. Você sabe que eu não gosto desse tipo de-" Dalila foi interrompida porque uma grande gritaria começou por parte de seus amigos.

"Tá atrasada já, ô, Cibele!" Davi, um dos colegas na rodinha de amigos, gritou, fazendo as duas amigas se virarem e olharem para a pessoa que saía do táxi. As pessoas, no plural.

"Puta merda." Valéria comentou.


--


"Camila Anssarah Nasser, hoje é o seu dia de sorte." Paul comentou no ouvido da morena à medida que se aproximavam. O homem fez seu caminho diretamente para cumprimentar primeiro a ruiva e a loira paradas lado à lado, observando nervosas os três se aproximarem.

"A noite vai ser boa demais." Dalila riu. "Oi! Tudo bem? Muito prazer, meu nome é Dalila, essa é a minha amiga Valéria."

"Paul. Essa é a minha amiga Camila." O moreno se apresentou e depois saiu de perto para cumprimentar o resto das pessoas.

Tanto Valéria quanto Camila não sabiam como se cumprimentar. Um abraço era desajeitado, um aperto de mãos era muito formal, então elas só sorriram envergonhadas uma para outra. Camila de novo não conseguiu esconder seu olhar furtivo para o busto da ruiva, que já estava com o rosto vermelho, tanto de álcool quanto de nervosismo.

"Eu- é... Dra. me desculpa, eu não costumo fazer esse tipo de coisa." Valéria tentou esconder seu como cheio e Dalila observava tudo, os olhos indo de uma à outra, rindo.

"Tá tudo bem, eu, é, não precisa me chamar de dra. Sério. Eu vou- Eu vou cumprimentar o resto das pessoas."

"Dalila, como é que eu vou olhar pra cara dela quinta-feira, pelo amor de Deus? EU estou bêbada, Dalila. Eu não sei nem o que tem no meu copo, como é que eu vou falar com ela quinta feira? Ela vai mandar me prender, Dalila!"

"Para de surtar, doida. Todo mundo aqui tá bêbado, ela vai ficar logo, nem vai se lembrar. Ninguém tá te julgando."

"Mila, a mãe da sua paciente tá te olhando tanto, mas tanto, que se você virar de lado, ela fica estrábica." Paul riu, entregando um copo cheio para a amiga.

Camila pegou o copo e virou mais da metade do conteúdo de uma só vez.

"O ptzão vem." Cibele riu. "Imagina você gorfando na mãe da paciente."

"É por isso que eu tô bebendo, pra ficar mal logo e nem lembrar que essa noite aconteceu."

Passava da meia-noite quando todas as pessoas que estavam no esquenta do estacionamento decidiram finalmente entrar na balada. A fila não estava grande, o que lhes daria tempo de terminar a bebida sem demorar tempo demais para entrar. Quando entraram, o lugar já estava tão cheio que era impossível de andar. Uma bandeira LGBT enorme estava pendurada acima do palco do dj. Dalila mal chegou na pista e já tinha cumprimentado várias pessoas, estava dançando e um quarto da bebida que conseguiu pegar no bar já estinha escorrido do copo.

"Val, bebe mais. Você ainda não tá vermelha o suficiente." A loira deu sua caneca para a amiga, que deu um gole grande.

"Aquela moça ali tá olhando pra você." Valéria apontou discretamente.

"Ih, é a Julia. Vamos lá, ela é super gente boa." Dalila puxou-a pela mão.


--


"Camila, sou eu, seu fígado. Tô ficando preocupado." Paul brincou, mas num tom sério. A amiga já tinha ingerido álcool demais. Ele sabia que ela tinha uma alta resistência para bebidas, mas nem alguém com fígado de ferro podia beber daquele jeito. Além do mais, não era legal beber daquele jeito. "Vem, vamos dançar um pouco." Ele puxou-a do bar e entrou no meio das pessoas aglomeradas. Uma playlist de Glória Groove à Baile da Gaiola fazia as pessoas dançarem e Camila rebolava como se não tivesse ninguém à sua volta. Paul recebeu umas duas cantadas de homens, e teve de tomar cuidado para ser gentil e dizer que não era gay.

"Amiga, eu posso ir beijar? Você vai ficar bem? Quer que eu ache a Cibele?" Ele disse, olhando para uma loira perto do palco.

"Não, pode ir! Eu vou ficar aqui, tá?" Camila nunca tivera problema para dançar sozinha, além do mais era a sua oportunidade de arranjar uma boca para beijar.

"Amiga, eu vou beber, tá?" Valéria avisou e Dalila, que estava agarrada com a tal Julia gente-boa, apenas respondeu com um joinha, sem parar o beijo. Valéria passou com dificuldade por entre as pessoas. Ela se apoiou no bar e esticava o braço implorando por atenção do barman.

"Você é muito linda." Valéria escutou em seu ouvido e sentiu uma mão em sua cintura. "Cê beija mulher?"

Ela se virou para ver quem estava elogiando quando percebeu que era ninguém mais, ninguém menos do que a dra. Camila Nasser.

"Isso é muito errado." Valéria se virou de frente para ela, enquanto Camila se apoiou no balcão.

"Eu sei. Desculpa. Mas você é linda."

"Obrigada, você também é."

"Eu bebi demais hoje, mas eu aguento mais alguma coisa. O que você vai pedir?"

"Por favor, não me julga! Eu não faço isso sempre."

Camila riu.

"Eu tô falando pra beber!"

"Ah. Claro. Gim com tônica."

"Pede uma pra mim." Ela deu sua comanda para a ruiva. "Não tô te julgando, se você fingir que isso aqui nunca aconteceu."

"Fechado. Cadê seu amigo?"

"Foi beijar. Eu tava esperando ele sair pra eu chegar em você. Que ridículo."

"Sério?"

"O quê?"

"Que você ia chegar em mim?"

"Tava esperando coragem, mas é... Eu ia."

"Porque isso?"

"Sei lá, eu te acho muito bonita mesmo."

"Nunca cante as pessoas do jeito que você me cantou, é péssimo." Valéria riu. "Muito cantada de pedreiro."

"Ah, tá certo." Camila riu também. Já tinham até esquecido da bebida. "E como é que você chega em alguém?"

"Eu nem chego em alguém, eu quero distância de alguéns, mas, se fosse pra eu fazer isso, sei lá, eu diria alguma coisa mais original. Ou partiria pro beijo direto."

"É meio escroto isso, não é?"

"É, mas todo mundo aqui veio com esse intuito, não veio?"

Camila concordou. No segundo depois de acenar com a cabeça, sua boca estava colada na boca de Valéria. 

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