She keeps me warm

Oleh lotusfl0wer

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Valéria Monteiro é uma mulher poderosa, dona da maior rede de seguros do Brasil, mãe de Lorena, uma garotinha... Lebih Banyak

capítulo 1
capítulo 2
capítulo 3
capítulo 5
capítulo 6
capítulo 7
capítulo 8
capítulo 9
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
AVISO
NEW YEAR'S RESOLUTION
capítulo 22

capítulo 4

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Oleh lotusfl0wer

Um grande salão escuro. A única fonte de luz era um pequeno caminho de velas. Quando Valéria mexeu os dedos dos pés, com a intenção de dar o primeiro passo, sentiu o chão molhado e frio. Um chão negro tanto quanto a escuridão do local, mas que conseguia refletir um pouco de sua roupa branca. Ela notou que estava arrepiada e seu cabelo úmido, assim como o vestido de alça com algumas camadas esvoaçantes, como se tivesse passado por uma enxurrada. Deu alguns passos seguindo o caminho de velas e à medida que se aproximava de alguma coisa que não estava lá, ela ouvia uma música ficar cada vez mais alta, uma música que ela nunca tinha ouvido antes e que não parecia ter métrica ou melodia, era algo muito novo que estava tomando posse de cada célula sua, como se a cada pulso, uma onda de eletricidade envolvesse seu corpo inteiro. A eletricidade se transformou em dedos. Ao olhar para as mãos que lhe tocavam, começando pelo braço e acompanhando sua pele até a base do pescoço, ela via um corpo tomar forma. Não era um corpo masculino, mas ela também não sabia quem poderia ser aquela figura, afinal, a pessoa não tinha rosto. Num puxão, ela foi tirada para dançar. Nos primeiros momentos, sentia sua perna sucumbir, até que fosse finalmente embalada pela canção e pelos braços delicados e firmes que a conduziam. De repente, ela escorregou. O lugar estava claro, tão claro que seus olhos azuis doíam. Não havia água, nem velas, nem música, nem humana sem rosto. Não havia nada.

Valéria abriu os olhos imediatamente e ouviu o despertador de seu celular tocar sem parar. Ela estava ofegante e arrepiada. Normalizou a respiração antes de conseguir desligar o celular. Cinco e meia.

A ruiva levantou cansada e foi ao banheiro, molhou o rosto tentando esquecer o corpo sem face do sonho e escovou os dentes. Dobrou sua baby-doll e deixou-a no armário do banheiro, indo para seu closet. Dentre todos aqueles cabides, ela escolheu um terninho composto por uma calça pantacourt, um top cropped de amarração e o blazer que já estavam separados. Fez alguns rolinhos no cabelo apenas para mantê-lo ondulado e calçou sandálias, compondo o look todo preto.

Desceu para a cozinha e encontrou a mesa arrumada. Era estranho. Na noite anterior, se comprometeu a seguir as dicas da psicóloga e deixou tudo arrumado. Olhou pro lado de fora e seu jardim ainda estava escuro. Ligou a cafeteira e deixou o suco de sua filha em cima da mesa. Enquanto a máquina trabalhava, Valéria entrou no corredor novamente e seguiu para o quarto ao lado do seu. Lorena estava coberta até a cabeça, ela tinha esse costume desde bebê.

"Bom dia, flor do dia." Ela falou baixinho, enquanto sentava na cama, ao lado da menina deitada e descobria-a com cuidado.

Lorena abriu os olhos devagar, olhou para a mãe e fechou-o de novo.
"Levanta! A gente não tá atrasada hoje."

"Não quero ir pra escola hoje"

"Lô, de novo isso?"

"Eu não quero" A menina se virou de lado, mas Valéria a puxou com delicadeza.

"Tem que ir, hoje vai ser legal. Já é sexta-feira. Amanhã é sábado e você dorme mais." Enquanto tentava encorajar a filha, Valéria ia puxando-a, tentando fazer com que ela ficasse de pé.

Lorena começou a fazer manha, até que lágrimas começaram a escorrer de seus olhos e ela subiu no colo de sua mãe.

"Ei, que foi? O que aconteceu, meu amor?"

"Eu não quero ir. Eu quero ficar com você."

"Você teve um pesadelo? Porque você tá chorando, meu amor?"

"Porque eu não quero ir."

"Filha, eu não posso ficar com você. A mamãe tem um monte de coisa pra fazer. Além disso, tem que ir pra escola, ver seus amigos, aprender coisa nova." Valéria ia enxugando as lágrimas de sua filha e distribuindo beijinhos por toda sua cabeça. "Vamos fazer assim: você vai pra escola e a mamãe pro trabalho, à tarde, quando eu for te buscar, nós vamos pro cinema. Combinado?"

A menina não respondeu e Valéria tomou aquilo como um sim. "Você escolhe o filme, tá bom? Agora tem que ir escovar os dentes, trocar de roupa e tomar café."

Quando Lorena entrou no banheiro, Valéria deixava o uniforme da escola em cima da cama e pensava no que poderia ter acontecido para causar aquele choro matinal. Acordar cedo estava sendo muito estranho. Ela ajudou a menina a se arrumar e carregou-a no colo, após seu pedido manhoso, até a cozinha.

Elas tomaram café em silêncio, mas de mãos dadas, como sempre faziam desde quando Lorena era pequena e estava triste ou doente. A mochila de Lorena e pastas de Valéria já estavam arrumadas em cima do sofá, então saíram rápido. Até o engarrafamento estava mais difícil aquele dia, dois acidentes na via principal. Valéria chegou atrasada na empresa após deixar sua filha atrasada na escola.

"Oi." Dalila apareceu na sala de sua amiga. Sua voz estava bem rouca. "O que aconteceu?"

"Nada, porquê?"

"Você chegou, não foi me dar oi como sempre faz, está com essa ruguinha na testa que você tem quando está pensativa... Eu te conheço, Val."

"A manhã foi estranha. Eu tive um sonho muito estranho. Não teve sentido nenhum, mas eu acordei arrepiada. Tipo, arrepiada mesmo, de um jeito bom. Fui acordar a Lorena e ela começou a chorar quando eu disse que era hora de ir pra escola. Ela não queria ir de jeito nenhum."

Dalila expirou o ar de seus pulmões, fazendo um barulho alto, enquanto se sentava à frente de sua amiga.

"Eu odeio dizer isso, mas... Val, a Lorena não tá bem com a sua separação. Ela não tá conseguindo entender isso muito bem. Ela vai, eventualmente, mas ainda não entendeu. E ontem, depois da psicóloga, sei lá, ela deve ter lembrado de alguma coisa. Você vai ter que ter mais paciência do que nunca."

"Eu não briguei com ela. Eu estou sendo paciente, eu só... ela nunca chorou pra ir pra escola. Isso é meio angustiante, sabe?"

"Não se preocupa, ela vai ficar bem, tá? Como foi lá na psicóloga, inclusive?"

"Foi legal. Ela é muito legal, muito profissional, acho que vai dar certo."

A língua de Dalila estava coçando para fazer uma piadinha, mas ela sabia que não era o momento, então guardou o comentário para mais tarde.

"O que aconteceu com a sua voz?"

"Saímos da festa às 4 da manhã e fomos para um karaokê, estava lá até agora."

"Eu queria ter esse pique."

"Você tem. Tá guardado aí em algum lugar. Ei, falando nisso, porque a gente não vai pra algum lugar semana que vem? Sei lá, pode ser na sexta, se você quiser. Sair, alguma coisa assim."

"Eu não sei, amiga. Eu nem sei como vai estar minha vida depois da reunião com a advogada hoje."

"Vai estar normal, porque vai dar tudo certo, hoje, segunda-feira e depois também."

"Eu espero."

"Val, o pessoal da publicidade tá chamando pra uma reunião."

"Vamos."

"Srta. Valéria?" Sua secretaria bateu na porta de reunião e interrompeu a explicação da chefe de publicidade. "Desculpa interromper, Letícia. O gerente do banco está esperando no telefone. Ele disse que é urgente."

Valéria ficou de pé e olhou para Dalila, que assentiu com a cabeça como se dissesse que dava conta e depois atualizaria a amiga do que fosse decidido na reunião. A ruiva atendeu o telefonema. Ficou por quase uma hora no telefone com o gerente do banco da empresa. Ele disse que notou algumas movimentações estranhas na conta da empresa de locais que geralmente não costumavam aparecer na lista de transações, nada relevante em valor líquido, mas que poderia indicar uma tentativa de golpe. Como se alguém estivesse tentando verificar se seria pego. A conta empresarial poderia estar em risco e ele achou melhor notifica-la. Mal tinha acabado de desligar o celular para começar a procurar pela documentação requerida pelo gerente, afinal, ela ia ter que passar na agência, para verificar as transações e fazer uma acareação dos possíveis acessos permitidos à movimentar aquela conta, quando Dalila apareceu e colocou apenas a cabeça para dentro da sala da amiga.

"Val, depois para na minha sala, preciso te contar o que aconteceu na reunião. A nova campanha de publicidade tá incrível."

"Eu acho melhor te deixar me surpreender."

"Tem certeza?"

"Eu confio em você." Valéria piscou com um olho só. Fazia um bom tempo que Dalila queria dar uma ideia só sua para a nova campanha de publicidade, ela não ia estragar aquilo. Viu a loira formar um sorriso de orelha à orelha e sair.

"Miga?" Foi a vez de Valéria aparecer na sala de Dalila. Sua sócia estava séria, tendo uma conversa aparentemente importante com o chefe do departamento de vendas. "Desculpa."

"Não, tudo bem. Pode falar."

"Eu vou ao banco resolver umas coisas, você me encontra no restaurante à uma?"

"Pode deixar."

"Obrigada."

Depois de muitos papéis, nomes, contas, trocas de acesso e documentações no banco, Valéria conseguiu sair dali, com a certeza de que ia ter que marcar uma reunião com o departamento financeiro, e foi para o restaurante. Dalila já estava lá com a cara grudada no celular pessoal. Valéria não entendia como aquele celular não parava de vibrar. A amiga recebia mais ou menos umas 30 mensagens por minuto.

"Cheguei."

"Valéria, você não sabe quem quer fechar com a gente." Dalila sorriu, os molares tortos à mostra.

"Quem?"

"A curadoria da Bienal do Livro. A proposta é por 50 pessoas do público geral."

"Puta merda! Esse evento tem mais de 1 mil pessoas por dia, um mês inteiro!"

"Eu sei!"

"Você quem fez essa venda?"

"Não! Eles que procuraram a gente. Na verdade, o Caetano já tinha lançado uma proposta mais baixa pra deixar na lista orçamentária deles, mas é muito concorrida, eu nunca imaginei que eles iam ofertar à mais, pra gente."

"Uau... Eu tô chocada. Vai ter que ter muito treinamento e a gente vai ter que terceirizar alguns serviços."

"Eu falei isso pra ele. Mas foi por cima. Precisamos apresentar plano de seguros até o mês que vem, ainda tem tempo."

Elas almoçaram enquanto conversavam sobre a nova venda da empresa e sobre o assunto do banco até dar perto da hora da reunião com a advogada de Valéria. O escritório da dra. Aline ficava há 40 minutos do prédio da Insurazo, mas valia a pena. A empresária ouviu muito bem sobre a reputação dela em casos cíveis.

"Oi, doutora. Tudo bem? Essa é a Dalila, a minha amiga que te falei."

"Oi, tudo bem? Muito prazer. Entrem, fiquem à vontade. Zu, você pode trazer um café pra gente, por favor?" A advogada pediu para sua recepcionista antes de fechar a porta. "Sentem-se, por favor."

"Bem, então... Como eu te disse, essa é a procuração que chegou até mim." Ela entregou um papel nas mãos da ruiva. "Resumidamente, tá explicando o que o novo documento pode mudar no processo de divórcio litigioso."

"Pra ser sincera, eu não entendi muito bem o que a minha certidão de casamento no religioso tem a ver com isso, sendo que o estado é laico." Valéria perguntou.

"Claro, eu explico. Bom, o estado é laico, sim, mas em alguns casos, infelizmente, documentos religiosos valem tanto quanto um documento constitucional. Nesse caso, a certidão de casamento na Igreja não garante nada, só permite que seja apresentada uma testemunha, pelas duas partes. Antigamente, para um divórcio, era preciso esperar de um ano à dois de separação, testemunhada, para que a justiça deferisse o divórcio legal. Como sua certidão é data de antes da mudança dessa lei, a testemunha vai dizer se a outra parte tem condições de se manter, se vocês já estiveram separados antes, vai defender a parte dela quando a guarda de sua filha for discutida, enfim, a juíza pode recorrer às provas apresentadas pelo lado do seu marido. Eu sinceramente acredito que ela não vai acatar. É muito difícil isso ser acionado de verdade, mas como direito, a testemunha dele vai poder falar."
"Ela vai falar. E vai falar muito mal." Dalila comentou.

"E é por isso que eu quero armar muito bem nossa defesa. Tudo o que comprova sua estabilidade financeira, psicológica, posses, está muito bem documentado. Só não vai ser muito saudável rebater o que a testemunha e seu marido disserem. Quanto mais ficar evidente que eles estão te atacando sem provas sustentáveis, melhor é. A lei já te protege. O papel da sua testemunha vai ser confirmar todos os fatos que forem apresentados à seu favor, e se for preciso, caso chegue nesse ponto, confirmar a agressão. Mesmo que você não tenha colocado isso no pedido judicial, se o advogado deles conseguir uma dúvida por parte do júri e da juíza, você vai ter que contar isso e ela vai ter que confirmar. Isso vai garantir com certeza o divórcio e a guarda da sua filha. Em questão de guarda, a juíza vai requerer uma audiência com a sua filha. A data vai ser dada na segunda-feira."

"Com a minha filha? Porque?"

"Ela vai querer conferir os fatos das duas partes e a sua filha já pode confirmar ou negar informações, ela vai querer conferir tudo. Uma coisa que me preocupa mesmo é o fato de que na sua carteira de trabalho, você é autônoma representante de uma empresa grande. A juíza sabe que você faz mais de 40 horas semanais trabalhadas, e que sua filha estuda em um colégio integral. Ela vai querer saber o quanto isso afeta sua filha. Se tiver algum problema na escola dela, alguma queixa, algo que seu marido possa vir a alegar de que é por conta da sua ausência, a guarda vai ser colocada em análise."

"Isso é muito errado. A Lorena está abalada com a separação, ela não está aceitando bem e ela não vai ficar contra o Bruno." Dalila reclamou por Valéria. A ruiva estava paralisada com aquela hipótese.

"Sim. Eu entendo. É por isso que eu estou preocupada. Isso é uma coisa que por enquanto foge do meu controle. As evidências são as melhores, mas dependendo do que acontecer, a juíza pode querer julgar isso melhor, mais profundamente. Vamos ter que esperar a data decidida pela juíza para a audiência fechada com a sua filha e torcer para que não haja intercorrências."

Valéria quase não falou mais nada pelo resto da reunião. Ainda bem que Dalila estava ali para argumentar e perguntar, afinal, ela não conseguia fazer mais nada além de assentir ou negar com a cabeça. Bruno ia ser baixo. Ele tinha se mostrado um ser humano sem escrúpulos quando Valéria pediu o divórcio. Além de não saber onde aquele cara legal, que fazia florzinhas de papel de guardanapo para montar um buquê de flores improvisado do nada, tinha ido parar, ela também não sabia o que esperar de Lorena. E se Bruno a convencesse de alguma coisa? E se ele pedisse para ver a menina um dia antes do julgamento? Ela não ia poder impedir e nem ia saber o que esperar da resposta de Lorena. Não que sua filha fosse fazer alguma coisa por raiva, mas, justamente por não estar lidando bem com a situação, ela poderia responder coisas que a prejudicassem.

Saíram de lá quase no fim da tarde. Dalila dirigiu de volta para o prédio da Insurazo e deu um beijo na testa da amiga, assim que ela desceu do carro.

"Fica bem, tá? Relaxa. Vai dar tudo certo. Te amo, qualquer coisa me liga. De verdade."

"Também te amo." Foi a única coisa que Valéria conseguiu dizer antes de ir buscar sua filha no colégio.

Ela sempre esperava no carro, mas naquele dia em especial, ela estacionou e esperou na porta da saída. Quando sua filha apareceu, pegou-a no colo e abraçou-a bem apertado.

"Mamãe, tá me machucando. O que aconteceu?"

"Nada." Ela afrouxou o abraço para olhá-la nos olhos. "Eu só fiquei com saudade. Você também ficou?"

Lorena sorriu.

"Sim piririm! A gente ainda vai no cinema?"

"Vamos!"

"Mamãe, o caminho do shopping é pra lá..." Lorena disse apontando pelo vidro do banco de trás.

"Achei que você queria ir no cinema de cadeirões." Valéria sorriu esperta.
"Sério? Uhul!"

O cinema de cadeirões era a sala vip do cinema que ficava na Avenida Paulista. Lorena gostava de lá porque as poltronas eram enormes, parecidas com colchões e tinham filmes 3D. Depois de muito tempo rodando procurando estacionamentos, conseguiram entrar no estabelecimento, que estava cheio de gente.

"O que você quer ver?" Valéria perguntou e notou que a menina estava encolhida. "Que foi? Tá com frio?"

"Tô."

"Cadê a sua blusa?"

"Eu deixei no carro."

Valéria rolou os olhos rindo e tirou seu blazer, enrolando sua menina no casaco. "E aí? O que quer ver? Escolhe, Lolô."

"Rei Leão, né, mamãe! Acabou de sair."

"Tudo bem. Rei Leão. Você quem manda. Mas o Mufasa morre." Valéria brincou.

"Há-há. Eu sei, tá? Não precisa me contar spoiler."

Após pegarem seus ingressos e o combo temático de pipocas, foram para a fila da sala que haviam comprado. Ainda não estava aberta. A ruiva e sua filha estavam conversando sobre qualquer coisa até que Valéria sentiu trombarem nela.

"Amiga, pelo amor de Deus, presta atenção. Desculpa, moça" Um homem alto e barbado puxou a pessoa que havia trombado em Valéria e a moça em questão levantou a cabeça, enquanto enxugava as lágrimas de tanto rir com o colega, motivo que causou-lhe a distração. Quando ergue a cabeça, além de reconhecer a pessoa em sua frente, deu um olhar furtivo para o decote da ruiva, não tão discreto quanto ela pensou que tivesse sido.

"Tia Camila!" Lorena sorriu.

"O-oi, Lorena. Tudo bem?"

"Vocês se conhecem?" O moreno perguntou.

"Ela é minha paciente, Paul. Desculpa, eu te machuquei?" Camila não sabia o que fazer. Encontrar pacientes era sempre muito, muito constrangedor, ainda mais depois da olhada que ela passou na mãe de sua paciente.

"Não. Tá tudo bem. Sem problemas." Valéria sorriu, mas sentiu um arrepio igual ao que teve de manhã crescer em sua nuca. 

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