POV Victoria
Acordei com a cabeça explodindo, meu corpo doía, por que eu fui beber tanto? Nunca mais coloco uma gota de álcool na boca!
— Onde eu tô? — perguntei, ainda grogue, mas quando olhei em volta percebi que era o quarto do Marco e vi que eu vestia uma blusa e uma cueca dele — Merda, o que a gente fez?
Me levantei, tomei um banho e vesti uma roupa minha que estava na casa dele, quando desci, ouvi vozes na cozinha, pensei em ir embora sem que me vissem, mas eu tinha que conversar com Marco.
— Bom dia — sorri tímida, entrando na cozinha.
— Boa tarde — seu Gilberto respondeu e quando olhei no relógio, vi que realmente já era meio de tarde — o café está na mesa, coma, filha!
Me sentei e comecei a comer, sem se quer olhar na direção do Marco, mas eu senti o peso de seus lindos olhos escuros sobre mim.
— Acho que vocês precisam conversar, vem Igor — eles sairam, nos deixando sozinhos na cozinha.
— Nós dois — fiquem completamente vermelha — Nós dois...transamos?
— Não — Marco deu uma risadinha — Você insistiu bastante, mas não quis me aproveitar.
Senti meu rosto esquentando, eu sabia que estava muito corada, desviei o olhar do de Marco quando ele deu uma risadinha.
— Obrigada — voltei a olhar em seus olhos e ele estava sério outra vez — Será que a gente pode — ponderei antes de completar — Conversar feito dois adultos? Sem gritar, bater ou coisas do tipo?
Ele esticou a mão para mim, eu exitei eu segura-la, mas a peguei e subi com ele para seu quarto.
— Eu acho que te devo um pedido de desculpas — Marco disse suspirando — Eu não confiei em você, tive tanto medo de te perder que acabei te machucando, machucando nós dois, me perdoa por isso?
— Marco, eu nunca disse que a iniciativa de terminar o noivado tinha sido minha, eu não quero comparar você, mas eu fiquei com medo, o Kevin me dava segurança, era um relacionamento estável...
— Vic...
— Eu ainda não terminei — falei colocando um dedo sobre seus lábios — Apesar de tudo, eu te amo, só precisava de um empurrãozinho para me permitir ser feliz, eu sou medrosa, você sabe disso. Eu fiquei bem chateada quando vi que você não confiava em mim, quando insinuou que eu poderia estar te traindo com o Kevin, Marco, isso me feriu muito, doeu — ele abaixou a cabeça e eu toquei seu rosto — Mas dói mais ainda ficar sem você!
Marco me beijou, um beijo quente, cheio de desejo e saudade, eu precisava dele e ele precisava de mim. Ele se deitou sobre meu corpo e fizemos amor duas vezes antes dele me puxar para seu peito e fazer carinho em meus cabelos.
— Você...— Marco pigarriou — Você ainda tem contato com o Kevin?
Me sentei na cama e o olhei nos olhos dele antes de dizer.
— Kevin foi... Kevin é alguém muito importante na minha vida, eu o amo — Marco me olhou confuso — eu só não sou apaixonada por ele, eu o amo como alguém da minha família, alguém que eu desejo infinitamente bem, não quero ter que abrir mão da amizade dele e você não tem o direito de exigir isso!
— Tudo bem, acho que, pra ficar com você eu posso aguentar o que vem junto.
— Eu te amo — beijei os lábios dele — Te amo muito e a propósito desculpa pelo tapa.
— Sua mão é bem mais pesada do que parece — ele falou e eu ri — Mas eu te desculpo.
Quando me deitei novamente em seu peito, o telefone do Marco começou a tocar, como estava no meu lado da cama eu me levantei, olhei quem era a atendi.
— O Marco não pode falar agora porque está nu, fazendo as pazes com o amor da vida dele, vulgo eu — falei séria.
— Quem é? — Marco perguntou risonho.
Cobri o telefone e respondi.
— A direção do Real — Marco arregalou os olhos e estendeu a mão.
— Me dá isso — não aguentei e comecei a rir, assim como a pessoa do outro lado da linha.
— Calma, Marco, eu não sou louca, é só o Isco.
Marco suspirou aliviado e pegou o celular da minha mão, colocando no viva-voz.
— Graças a Deus vocês se acertaram, ninguém aguentava mais o Marco resmungando pelos cantos — Isco disse rindo, enquanto Marco fechava a cara — Pichá?
— Tô ouvindo, bro, pode falar.
— Você não vai vir pra disputa de Fifa aqui hoje?
— Caralho, eu tinha esquecido, tava matando a saudade da minha garota.
— Cuidado que vem bebê ai.
— Nem brinca, preciso desse atraso agora não — Marco falou rindo, mas aquilo, de certa forma, me magoou.
— Vou tomar um banho e ir pra casa — beijei a bochecha do Marco — E você vai lá pro Isco.
Quando estava terminando o banho, Marco entrou no banheiro.
— Tá tudo bem? — ele perguntou, me abraçando por trás.
— Ta sim — falei num suspiro.
— Eu te conheço sabia? — ele disse, beijando atrás da minha orelha — O que foi, meu amor?
— Você realmente não pensa em ter filhos?
Percebi que Marco pensou bem antes de responder.
— Por agora não, talvez eu mude de ideia com o tempo, mas com a cabeça de hoje, não! — terminei de tirar o sabão do corpo e saí do box — Ta chateada.
— Vai passar — dei um sorriso fraco pra ele — Eu só gosto de planejar o futuro, você sabe disso.
Marco me levou à casa da Raica, para buscar minhas coisas, me deixou em meu apartamento e foi pra casa do Isco.
Meu maior sonho sempre foi ser mãe, o Marco sabe disso! Eu estaria disposta a abrir mão do meu sonho, do meu plano de vida, para me encaixar nos sonhos e planos do Marco?
— Para de pensar, Victória, deixa o futuro pro futuro!
Resolvi deitar e focar apenas na parte em que eu voltei com o homem que eu amo e não pretendo deixá-lo.