- segunda-feira, 05:58 -
- Melhor ir para a escola. - Bernado fala acordando depois de ter sido "dopado".
- Mas eu quero ficar aqui com você.
- Pode ir, querida. - tia Isa fala entrando no quarto - Ele vai ser bem cuidado aqui, Let avisou que seu uniforme está na sua mochila.
Reviro os olhos sugando todo o ar que eu posso, porque minha mãe tem que lembrar de tudo em?
Faltar um diazinho se quer não faz mal cara, e eu tenho um bom motivo.
Qual? Seu namorado só está com o braço engessado.
Ai sub, você poderia facilitar né cara?
Me troco no banheiro do quarto e pego minhas coisas me despedindo.
Saio do hospital pensando em como que eu vou para a escola.
Uber ou ônibus?
Melhor eu chamar um uber mesmo, sorte a minha é que tenho dinheiro na mochila.
Bendito seja as comidas que eu roubo para não gastar dinheiro.
- Laura! - ouço uma voz conhecida assim que vou confirmar a corrida.
- Oi professor Danilo? - falo vendo ele em seu carro.
- Está indo para a escola? -assinto - Não quer carona para lá não?
Imagina meu filho, estou com a farda da escola porque gosto dela ou talvez porque eu não tenha mais roupa.
Penso em negar, ele é um saco.
Entro no carro depois de falar não inúmeras vezes e ele insistir em todas.
Já disse o quanto ele é chato?
Coloco o cinto porque a gente tem obrigação de ter medo de caras como ele.
- Como está a vida? - o mesmo pergunta trocando para a segunda marcha, aumentando a velocidade.
Necessidade? Não há, estamos numa pista meio vazia por estar cedo e ainda a pista está molhada.
O mesmo troca a marcha de novo, dessa vez desacelerando, para passar por um quebra-mola.
Só que ele acaba tocando em minha coxa, finjo que não vi.
Pode ter sido sem querer.
- Tá indo. O senhor vai para a viagem? - pergunto mudando de assunto, ele não precisa saber como minha vida tá ou não.
- Perder vocês, meninas, de biquíni? Só se eu virar santo. - ele fala e eu reviro os olhos disfarçadamente rindo.
Idiota não, se amostra.
- O senhor está certíssimo! - minto para este cafajeste.
Nunca vi professor tão nojento.
Ainda por cima fala isso numa tranquilidade, como se fosse a coisa mais normal do mundo.
Boatos de que ele pega uma aluna dele, Melina do 1° ano, deve ser muito bobinha para acreditar nesse coisa.
O homem faz piadinhas machistas que são mó sem graça, além de olhar para a bunda de várias alunas na cara de pau sem nem disfarçar, dar nota para as mais bonitas, de acordo com seu gosto é claro.
Agradeço mentalmente a Deus por ter chegado bem e a ele pela carona, saio do carro mais apressada que tudo, não iria aguentar nem mais um segundo perto dele.
As meninas me olham estranho mas não falam nada, só andam comigo até a sala.
*Luana narrando*
- 09:36 -
Ouço o sinal tocar 4 minutos antes e eu agradeço mentalmente à Deus por ter acabado essa aula chata.
Amo a professora Alê mas somente fora da sala.
Pego minhas barrinhas de cereais de chocolate, tô tentando emagrecer.
Pensa que vai emagrecer comendo chocolate?
Quem é você?
O subconsciente da Laura, prazer fofa, me chame de Jussara
Paro antes que pensem que eu sou louca, deve ser por isso que a Laura é daquele jeito com essa coisa falando na mente dela não facilita.
Ainda estou aqui Lulu!
ARGH! SAI CARA
Tô saindo mas eu volto em?!
Saio da minha sala com Maria indo para o 1° B, sala do João, meu namorado.
Vejo JP conversando com Gabriel e Marquinhos sentados na mesa do professor.
- Oi gente! - falo cumprimentando os três.
Sento na mesa de frente para João beijando sua boca.
Já estava com saudades.
Mas alguém pigarreia, nos atrapalhando.
Olho sem saco algum para Eduarda, não basta encher o saco da Laura e da Karen não?
- O que foi garota?
- Sabia que sua querida irmãzinha anda traindo o namorado gato dela? - ela fala e eu fico sem entender.
- E como uma pessoinha sem moral que nem você sabe de um absurdo desses?
- Simplesmente, eu vi ela saindo do carro do professor Danilo. Ele saiu com um sorrisão estampado no rosto, logo ela, a moralista que se acha a tal.
- Olha aqui garota, eu não sei como você pode acreditar numa coisa dessas, ela não é vagabunda que nem você não! - falo a empurrando.
Sinto Jõao me puxar e pedir para eu me acalmar.
Como que eu vou me acalmar?
A garota quer comparar minha irmã à ela mesma e eu tenho que me acalmar?
Nunca que a Laura teria coragem de fazer isso.
A mesma puxa meu cabelo e quando eu vou revidar o idiota do João me segura.
Ah mas assim que isso acabar, eu mato ele.
Só ele para ser pacífico numa hora dessas.
Vejo ela levantar a mão para me bater e eu a olho duvidando de tal ato, nunca que ela teria coragem.
Só se não quiser mais pisar no morro, além de ficar careca né.
- Nunca mais levante a mão para minha irmã! Você não tá vendo que ela não é do seu tamanho não? - Laura aparece do nada apertando o braço dela.
- Faça me o favor!- Eduarda fala empurrando Laura e quando todos menos esperam, ela revida com um soco no meio da cara dessa psicopata.
Coloco a mão na boca surpresa. Minha irmã realmente não gosta dela, acho que só os macho dela mesmo para gostar dela.
Eu amo Laura, melhor pessoa impossível.
- Vamos, maninha! - encaro Laura surpresa por ela ter me chamado assim, a mesma me puxa entre várias pessoas que riam de Eduarda.
Fico sem entender quando ela para em frente a sala da diretora Ayla.
Afinal o que ela quer com a diretora depois de ter socado a cara da bruxa queca?
Faço o mesmo que ela, me sentando em frente a diretora.
Ela pede que eu conte o que aconteceu, sabia que ela era lelé da cuca.
- Eu tava de boas com meu namorado quando a merdinha da Eduarda ficou inventando lorota sobre a Laura e o professor Danilo.
- Foi ai que a Gio me falou que a Eduarda estava brigando com a Luana, ai eu fui tirar satisfação né, a garota tem 17 anos e quer fazer intriguinha com uma de 14.
Depois que contamos tudo, Eduarda chega na sala com o nariz cheio de esparadrapo.
Peço desculpa a diretora quando me escapa uma risada ao ver aquela coisa feia.
*Laura narrando*
- 19:27 -
- Você já está em casa? - pergunto a meu namorado que responde "sim" do outro lado da linha.
- Soube da briga na escola. - ele fala com aquela voz grossa dele, tanto que nem presto atenção no que ele diz - Amor, tá ai?
- Tô sim meu bebê, é que eu tava apreciando essa sua voz gostosa.
- Sabe como é né? Aqui é todo gostoso fi!
- Não lhe digo mais nada, senhor estou me achani! - falo rindo - Tenho que ir dormir amor, dorme bem tá?
- Mas já? Vou ter que me contentar com o João então, sonha comigo.
- Te amo! - falamos juntos em uníssono.
Desligo a ligação colocando meu celular para carregar na sala mesmo.
Saio correndo desligando todas as luzes.
Vai que o demônio me pega.
Cruzes!
Me jogo na minha cama quentinha e em questões de minutos adormeço.
Continua...