Ainda Sou Eu - Marco Asensio

By Fefe_M

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Quando o destino decide que você pertence à alguém, não importa quantas voltas a vida dê, você sempre parará... More

Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 11
Capítulo 10
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 12
Capítulo 19
Capítulo 20
Capítulo 21
Capítulo 22
Capítulo 23
Capítulo 24
Capítulo 25
Capítulo 26
Capítulo 27
Capítulo 28
Capítulo 29
Capítulo 30
Capítulo 31
Capítulo 32
Capítulo 33
Capítulo 34
Capítulo 35
Capítulo 36
Capítulo 37
Capítulo 38
Capítulo 39
Capítulo 40

Capítulo 1

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By Fefe_M

POV Victória

Era mais um dia comum no hospital Sanitas, eu sou residente de cirurgia, então minha vida é bastante corrida, era o dia da minha primeira cirurgia solo e eu passei mal a manhã inteira. Apesar disso, consegui fazer tudo certo na apendicectomia, mas ao sair da SO eu notei uma movimentação estranha, o hospital parecia estar a beira da euforia.

- Ei, Hernandes, o que ta acontecendo? - perguntei a uma das residentes.

- O pai de um jogador foi internado. Sabe o Asensio? - seu Gilberto? O que será que aconteceu? - Então, só é uma pena que ele não esteja lá, acabei de sair e só estava o irmão dele.

Ótimo, assim eu poderia ver o seu Gilberto, o Igor e de quebra não teria que rever Marco.

Tanta coisa mudou desde que eu deixei Mallorca, mas algo nele ainda mexia comigo, ele sempre seria meu melhor amigo, meu primeiro amor.

- Seu Gilberto?

- Dra. Sánchez, você não pode entrar assim, essa sala está restrita - Dr. Alonso chamou minha atenção.

- Ta tudo bem, Dr, essa garota ai eu conheço há muito tempo.

Ele abriu os braços e eu me deixei envolver naquele abraço caloroso com sabor de casa. Ouvi a porta se abrindo, mas pensei que fosse uma enfermeira. Abracei Igor bem apertado também e quando me virei em direção a porta, meu coração errou uma batida.

Ele está ainda mais lindo do que eu me lembrava, tê-lo tão perto depois de tanto tempo era algo estranho, eu senti meu coração acelerado, minhas mãos suadas, as reações que ele causa no meu corpo ainda são as mesmas, mas em meu peito algo mudou. Se antes a presença dele me trazia conforto e paz, agora me trás agonia e desespero.

- Victória, quanto tempo - ele veio me abraçar, seu cheiro continuava o mesmo.

- Você não deveria estar no treino?

- Deixa ver se eu adivinho, você veio aqui agora porque pensou que eu estaria no treino? - parece que ele ainda me conhece bem.

- Acertou, quer balinha? - perguntei irônica.

- Uau, quando foi que seu humor ficou tão ácido?

Eu ignorei sua pergunta, me sentei nos pés da maca e passei a mão pelos tornozelos de seu Gilberto.

- Como o senhor está? O que aprontou pra vir parar aqui?

- Só um leve infarto.

- Leve? Dra. Sánchez, você já viu um leve infarto precisar de três estentes?

Meu Deus, três?

- Definitivamente não.

- Eu estou indo resolver tudo da cirurgia, você fica aí?

- Fico sim, pode ir tranquilo, Alonso.

Quando ele saiu ficou um clima meio pesado, Marco me encarava como se eu fosse a mais bela das obras de arte, mas eu não podia ceder, ele é, era, meu melhor amigo, mas é um idiota.

- O que você tem feito da vida, filha? Quando veio pra Madrid?

- Eu vim há um ano e meio, terminei a faculdade em Barcelona e vim pra cá fazer residência.

- É, parece que você conseguiu tudo o que sonhou, ne?

- É, Marco, consegui sim - falar com ele com tanta frieza deixa um gosto amargo na minha boca.

- Eu me sinto muito orgulhoso quando escuto te chamando de doutora, afinal, é da minha melhor amiga que estão falando.

- Já faz muito tempo, Marco, a gente mal se conhece agora, então eu acho que não sou mais sua melhor amiga.

- Vic, ainda sou eu, não precisa me tratar assim - eu o olhei com deboche - Ta, talvez eu mereça um pouquinho, mas também mereço que a gente tenha um papo.

Seu Gilberto e Igor apenas observavam, fingindo que não estavam lá.

- E eu mereço paz, Marco, de verdade.

- Marco, deixa isso pra depois, filho - seu Gilberto olhou pra nós dois com cara de advertência - Ela está no local de trabalho, e você, mocinha, não seja tão cabeça dura.

Mais uma vez ficou um clima pesado, Igor parecia segurar o riso. Eu olhava pra Marco e via aquele garotinho que cresceu comigo, que esteve sempre comigo, o meu melhor amigo, meu irmão, meu protetor, mas também olho e vejo o cara que partiu meu coração. Por que mesmo depois de tantos anos a presença dele tem que me deixar tão dividida?

- Dra. Sánchez - Dr. Suárez apareceu na porta - Será que poderíamos trocar uma palavrinha?

- Você me da um minuto, Kevin? Eu to conversando com seu Gilberto, tem muito tempo que não o encontro.

- Ah sim, então posso falar aqui mesmo? - ele perguntou entrando no quarto, cuidado com o que fala, eu queria dizer - Caralho, é o Asensio?

- Sim, nós nos conhecemos há um tempo.

- A vida toda, você quer dizer, ne? - Igor falou brincalhão, Marco parecia analizar cada respiração do Kevin.

- As vezes eu me esqueço que você também é de Mallorca. Enfim, minha mãe vai vir essa semana pra um jantar de noivado - eu o olhei com reprovação - Eu sei, meu amor, mas ela insiste em sairmos para comemorar - agora eu o olhei com deboche - Para com isso, ela gosta de você, você sabe disso. Ele só quer garantir que façamos tudo direito, afinal só vamos nos casar uma vez - Marco me olhava boquiaberto, merda - Agora preciso ir, tenho uma cirurgia, não pega plantão, hein.

Ele me jogou um beijo e saiu pela porta, deixando para trás um clima muito pesado, Marco soltou um assovio, mania de quando estava tenso ou nervoso com algo. Alguns hábitos nunca morrem.

- Você está noiva? - eu assenti de leve - Vai se casar?

- É o que se espera quando duas pessoas ficam noivas, ne?

Ele ignorou meu sarcasmo e completou.

- Vocês conversam com o olhar? Como era com nós dois?

- Sim, Marco - suspirei derrotada, eu sentia falta de nossa amizade, da nossa conexão.

- Quando? - ele parecia perdido.

- Quando o quê? - perguntei impaciente, ou pelo menos, querendo parecer impaciente.

- Quando vocês vão se casar? - ele parecia sentir dor ao dizer isso.

- Em sete meses.

Ele abriu um leve sorriso e disse:

- Eu ainda tenho tempo, quer sair pra jantar comigo?

- Marco, não sei se é...

- Você é minha melhor amiga, aja como tal, eu sinto falta de uma amizade como a nossa.

Agora ele me desarmou, porque eu também sentia.

- Tudo bem, mas agora eu preciso ir, tenho que conferir o pós operatório de um paciente.

Saí daquela sala e fui direto pras escadas de emergência, será que eu tomei a decisão certa? Trazer meu melhor amigo de volta pra minha vida é o certo a se fazer? Estava indo tudo tão bem, porque ele tinha que chegar e bagunçar tudo aqui dentro?

Que dê tudo certo e a presença de Marco não desestruture minha vida!

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