A ironia da dor é que você quer ser consolado por quem te machucou.
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Quando o coração acelera, as palavras te faltam, as lágrimas insistem, muitas vezes não são bons sinais.
Ele não a encarou, engoliu todas as palavras que ouviu com tamanha dificuldade. Mas não era apenas isso que doía todo seu corpo, era a intensidade.
A maldita intensidade que os sentimentos de America transbordavam. Como se fosse uma bolha de sabão, tão bonita vista de longe, mas com apenas um toque era capaz de se desmanchar. Era isto que o deixava transtornado. Como ele não percebera isto desde o início?
America sempre fora um livro tão aberto para ele. Como neste momento parecia outra pessoa que não conhecera?
Ele apertou os nós dos dedos com força, esmagando-os, ele queria que a dor física fosse mais eficaz do que ter seu interior roer.
— Aspen, por favor, vá embora. - ela desviou os olhos.
Ele levantou os olhos, e com um riso sarcástico soltou:
— Você nunca foi covarde assim.
Foi como uma tapa sem mão em America.
— O que você quer dizer com isso? Que devo enganar seus sentimentos por egoísmo? - ela disparou, sentindo a raiva subir.
— Como pode dizer para mim que ama meu inimigo? E achar que vou sorrir e dizer que "entendo, mas por favor fique comigo"?! - ele gesticulou, expondo sua opinião.
— Eu te amo mulher! E por te amar nunca te pediria isso! Se você o ama mesmo, não diga que eu sou o empecilho que estou no seu caminho, porque eu te digo America eu não sou! Cabe a você a escolher! E a ninguém mais! - ele bateu com força no peito sentindo as palavras saírem por seus lábios, não acreditando que o seu coração estava dando de bandeja a mulher que ama para outro.
— Aspen, por favor, não. Não me faça escolher. Porque você sabe muito bem que eu escolheria você com todas as minhas forças, porque você é o melhor para mim... - ela soluçou, mentindo pra si mesma.
— E o caminho mais fácil - ele completou, sentindo tudo se quebrar por dentro — Não minta America. Eu te conheço, e sei que para você deixar seus sentimentos transbordarem daquele jeito é porque você chegou no seu limite. Então seja sincera com você mesma, e aceite que escolheu o caminho mais difícil. Tudo será mais simples...
— Aspen, espera...
Ele virou as costas, e foi embora, tentando se convencer de qualquer forma que Maxon era quem ela queria. Não ele. Talvez nunca tenha sido ele desde o início, foi o que ele pensou no caminho para casa.
Se ele chorou? Prefiro nem comentar. Afinal, ceder a uma derrota é doloroso. Faz você refletir sobre todos os caminhos que te fizeram chegar até aqui, e pensar "será que fiz algo errado?" "será que não a amei o suficiente?" "será que deixei a desejar?" .
São tantos os "serás" que podem ser capazes de destruir até o mais forte dos seres humanos.
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Os dias passaram num piscar de olhos, tudo parecia piorar a cada dia. Enquanto isso, a única que talvez trouxesse um pouco de esperança para o final feliz do casal aterrissava no aeroporto de Angelis, carregava uma bolsa pesada, um casaco de pelo de veado que ela mesma fizera. Sua aparência não poderia ser uma das melhores. Seu sorriso torto deixava as pessoas amedrontadas.
— O que aquela mendiga está fazendo no saguão do aeroporto? - perguntou um segurança para o outro, sem acreditar.
Ele caminhou até ela, como se expulsasse pombos.
Sra. Park Shin sorriu sadicamente, quando o rapaz colocou a mão nela, sem respeito algum.
— Maldito bons modos! - ela puxou o braço irritada.
— Não pode ficar circulando por aqui. - ele a empurrou.
— Vocês seres humanos são desprezíveis... - ela apertou sua mão com força, dominando toda sua alma. — Vá para o inferno. - ordenou, calmamente, o segurança piscou os olhos, e cedeu. Deu as costas e foi embora.
— Por isso que odeio fazer promessas.. - ladrejava em mandarim, se amaldiçoando. Tentou pegar o primeiro ônibus que parou. Sem saber para onde ir, e se sabia para onde ir.
— Centro Centro Centro, ah! - Fez sinal com os dedos para o motorista, tentando de alguma forma se fazer entender.
Aspen sentado próximo a cadeira do motorista, riu da senhora e de seus sinais.
— Se quiser aviso a senhora quando chegar no centro. - ele falou em mandarim, Park Shin assustou-se. Acenou concordando,
Sentou-se ao lado de Aspen. E o reconhecia de algum lugar.
Talvez fosse o destino, ou qualquer outra coisa no mundo, porque justamente hoje Aspen tinha deixado sua moto no conserto, e tivera que pegar o ônibus até a empresa, porque esquecera a carteira em casa. Ela tentava a todo custo não encostar nele, ele estava bem perfumado, e isso fazia seu charme ser ainda mais irresistível.
— É a sua primeira vez em Illéa? - ele perguntou tentando manter um clima agradável. Típico dele.
Ela gaguejou surpresa, fazia tantos anos que não tinha uma conversa com um ser humano, que nem se lembrara como fazia.
— Sim... Vim resolver pendências.
— Ahh! Seja bem-vinda, senhora. - ele sorriu daquele jeito, pouco se importando se a senhora era moradora de rua ou não. Conversava com ela de um ser humano para outro.
— Você é o caminho simples. - ela soltou sem saber direito o porquê.
— O quê? - ele se interessou, perplexo.
— Você está escolhendo o caminho simples na sua vida. Você está fugindo de machucar os outros, dá para ver nos seus olhos, só não entendo porque você não quer lutar porque você quer... Você acha que é uma luta perdida é isso? Por isso não se esforça mais? - as palavras foram ditas com tanta sinceridade, que parecia que ela realmente conhecia ele, mas na verdade, eram palavras de Shalom transmitidas por ela.
— Eu só não gosto de perder. - ele riu envergonhado, dando de ombros.
— Desse jeito você nunca será um competidor para ele. Tomar o caminho mais simples só faz de você mais tolo e miserável.
— Então me diga com que armas devo lutar? - ele soltou, sem acreditar que era realmente o que o seu coração queria desde o início. — Se eu soubesse uma forma de vencer está guerra, eu lutaria até vencer. Mas a única coisa que sei, é que os sentimentos dela mudaram. E eu tenho que aceitar.
— Covarde. Por isto você nunca terá seu felizes para sempre? Só por que a mulher que ama, ama a outro? Homens... sinceramente.
Ela puxou sua garrafa de licor de rosas da bolsa, as rosas transbordavam magia intocável para seres humanos. Era algo impossível de ser apreciado por olhos mortais. Por isto, quando Aspen se espantou com tamanha intensidade, ela soube que ele a merecia. Estendeu a garrafa a ele.
— Aceita um copo?
Ele sentiu a boca salivar de tamanha vontade. Não sabia o porquê, mas aquela garrafa de licor era diferente. Talvez ele nunca entenda, mas é simples, é um pequeno milagre.
Pouquíssimas vezes as entidades descem a terra, mas quando elas vêm, elas tem o dom de compartilhar sua alma imortal num simples copo de licor. São desejos mútuos compartilhados por milhares de anos, e isso só acontece quando você tem que fazer o maior dos sacrifícios:
Fazer seu coração sangrar por amor a outro.
— Tudo o que você precisa é desejar. E acontecerá. - ela sussurrou para ele. — Mas não deixe que os seus desejos carnais sejam confundidos com os desejos de um imortal. Não inveje a ninguém porque isso pode te trazer ainda mais dor que imagina. - ela alertou, mas ele pouco prestou atenção em seu aviso.
Ele bebeu o licor, e com os olhos fechados desejou intensamente, sem perceber.
— Eu quero ter meu coração de volta. Mesmo que para isso eu tenha que ser o Maxon. Eu quero America de volta. Mesmo que tenha que pagar por isto, eu quero fazer Maxon sofrer o que eu senti.
— Oh pobre menino... Invejar seu inimigo só te faz mais fraco. - ele descansou sua cabeça no ombro da velhinha, sentindo-se pesado.
— Uma luta só é justa quando você pode jogar da mesma forma que seu inimigo. Só espero que não se arrependa desta escolha. Porque isto nunca te fará o mesmo.
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Aspen sentiu os olhos pesarem, como se tivesse uma das piores ressacas de sua vida, não lembrava de ter bebido na noite anterior.
Bagunçou os cabelos tentando acordar, sentindo os maiores do que deveriam.
Devo cortar meu cabelo. Isto está horrível.
O celular na cabeceira tocava sem parar. Ele atendeu, irritado.
— Que é?! - ele exclamou de dor.
— Maxon, desça logo, estou no estacionamento te esperando. - Clarkson gritou irritado.
— Você ligou errado! - Aspen riu da ironia. Piada a essa hora da manhã.
Que louco me ligaria a esta hora da manhã para zombar de mim? Eu? Maxon? Que tolice!
Ele levantou-se sentindo o corpo sucumbir cansado. Foi até o banheiro, e lavou o rosto.
Voltou para o quarto, e sentou-se na cama, foi quando seus olhos bateram na foto de cabeceira.
Era Maxon que estava ali naquela foto da cabeceira, de mãos dadas a Celeste sorrindo, em seu casamento.
— Que porra é está? - ele segurou nervoso, surtando. Foi quando seus olhos se encontraram com o espelho da parede.
— PUTA QUE PARIU! - ele encarava-a Maxon. Ou melhor, dizendo, ele era Maxon Schreave.
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[N.A.QUE.ESTAVA.MORRENDO.DE.SAUDADES.DAS.MINHAS.FINNIS.
BATE PALMA PORQUE EU AINDA TO VIVA!
JADSOAIJDAIDJSO
Como vossas senhoritas estão?
Aproveitando as férias?!
QUEM SE SURPREENDEU COM ESTA REVIRAVOLTA NA HISTORIA?
fiquei meses sem postar, e pensei
"preciso de algo que ABALE o psicológico delas!" hasaoidjaidja
gostaram?
Como será agora?
Se você acha que a merda vai feder, certamente vai.
beijus da vossa Rainha Que Joga a merda no ventilador e vai dormir. ajsdaijdioajdaio
Com amor, Natt.
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