27 - Isso não é um espelho

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America, riu baixo piscando freneticamente, não acreditando no que seus olhos viam a sua frente.

Isso não é um espelho...

Isso não é um espelho...

Oh meu Deus...

QUE LOUCURA É ESSA?

Estou vendo a mim mesma!!!

Ela passou as mãos nas bochechas que estavam com a barba por fazer, pinicando, deixando ainda mais irritada.

- Maxon... No meu corpo... - ela resmungava baixo, como uma mantra.

Enquanto Maxon caminhava de um lado ao outro no quarto, explodindo nervosismo, passava as mãos nos cabelos repetidas vezes, esquecendo-se completo que os cabelos dele agora eram enormes, e ruivos demais para serem dele.

- Você está descabelando meu cabelo... - falou, America, irritada, por vê-lo arrancando seus cabelos.

Sim, meus cabelos. O corpo é meu, e eu quero ele de volta!

Eu preciso me acalmar, e achar uma solução cabível... Tem que haver uma solução. Tem que haver...

Ela suspirou cansada, aceitando a situação em que se encontrava.

- Maxon senta aqui. - apontou para a cama, falou despreocupada - Vou te ajudar a prende-lo.

Maxon esbugalhou os olhos, exalando preocupação com a reação natural dela.

- America... - começou, pensativo - Você vai... Surtar...?

- Acredite... Não tenho intenção de deixar você destruir meu cabelo. Então, senta aqui agora. Irei prende-lo. - ordenou, com o timbre de voz que normalmente Maxon usava com ela quando falava sério.

- É assustador demais encarar meu rosto. E ouvir minha voz... - revelou Maxon, frustrado.

- Acredite você não é único que pensa assim... - sussurrou.

America mordeu o lábio como sempre fazia, sentiu a barba que estava já dando sinais, e suspirou longamente.

Maxon sentou-se, balançando os pés, ansiosamente.

- Me dê o braço. - ela pediu. Ele o ofereceu. Pegou o elástico que estava no pulso. - Obrigada.

- Na verdade, é obrigadO. - a corrigiu.

- Eu sou America Singer, uma mulher, então é obrigadA. - prolongou o "a", irritada.

- America se você continuar vivendo no meu corpo... As pessoas não poderão saber do que aconteceu... - ele começou a arquitetar planos.

America prendeu o cabelo, com um puxão forte, Maxon reclamou de dor.

- Você tá louca? - ele retrucou, passando a mão na cabeça.

- Isso mesmo, eu estou loucA. - enfatizou novamente, - E não! Não vamos viver nossas vidas assim, temos que achar uma solução para isso, então cale a boca. E só abra-a quando achar uma resposta plausível para tudo isso que aconteceu.

- America, veja a forma que você fala comigo. Não é porque você está no meu corpo que você tem o direito de falar comigo assim. - ele exaltou-se, provocando.

America encarou-o da cabeça aos pés, e riu baixo, com a verdade que estava estampada agora.

Isso será o meu fim.

Eu estou morta.

Arruinada se eu não achar uma solução.

- Você tem razão, Maxon. - sorriu, falsa - Vou me lembrar disso daqui por diante toda vez que me olhar no espelho.

Se Um Dia Eu Fosse O MaxonDove le storie prendono vita. Scoprilo ora