Illéa, 2016
Se Um Dia Eu Fosse o Maxon.
Este dia, finalmente, chegou!
America Singer, a assistente-chefe, da revista mais famosa de Illea, The Selection, sempre teve que controlar a língua entre os dentes, para não acabar perdendo o empr...
Se não era pela cama bagunçada, poderia ser pelo carpete que parecia que não conhecia um aspirador há anos, ou até mesmo o cheiro nauseante de mofo instalado no quarto.
Claramente havia algo muito errado.
America desligou mais uma ligação que recebia de sua mãe. Ela continuava a ligar, tentando de alguma vã, convencer sua filha mais teimosa a sair do casulo em que insistira em entrar. Não funcionou. Mais uma vez.
Mais uma ligação, dessa vez não era sua mãe. Era Marlee, ela agia como uma babá de um adolescente de treze anos, só para confirmar que ela não fizera nenhuma loucura.
Ela atendeu, mas não abriu os lábios para dizer nada.
— Ames... Você pode ao menos deixar eu ouvir o som da sua respiração, só pra ter certeza que você não foi abduzida deste mundo por aliens? — Marlee implorou do outro lado da ligação.
America sentiu os olhos encherem-se de lágrimas torturadoras, não estava sendo fácil, continuar coexistindo neste mundo com a dor dilacerante que seu coração suportava todos os dias.
Ela suspirou alto para que Marlee se tranquilizasse.
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— Muito obrigada... Ames... Muito obrigada. - ela agradecia com os olhos marejados, os lábios trêmulos. O medo de perder sua única e melhor amiga era sufocante.
Cada dia parecia ser uma tortura agonizante para as duas.
Para os quatros, na verdade.
Aspen rodopiava nos dedos a caneta de ouro, que ganhara certa vez de America, era uma forma de tranquilizá-lo, expulsar os demônios que enlouqueciam-o.
A assistente comentava algo sobre o novo portfólio em que a empresa estaria investindo nos próximos dias. Ele tentava ouvir com atenção, mas sua mente divagava, pensativo num ser de cachos ruivos, e frustrantemente teimosa como uma mula.
Foi quando o medo bateu com forças contra seu peito, sufocando, trazendo uma sensação nada agradável. Havia algo errado, ele sabia que havia. Fazia três dia que ela o ignorava, e evitava a todo custo em entrar contato com ele. Isso não era comum dela. Ela não era do tipo que fugia. Ao menos que houvesse algo. E ali naquele angu havia um enorme caroço.
