Atendi acidentalmente o telemóvel, pois talvez o meu corpo não tenha obedecido a minha tristeza, o que originou a que eu fosse obrigado a ouvir a voz da Teresa e quebrasse um pouco o gelo que se tinha formado sobre o meu coração.
Tinha deixado de acreditar no amor, e tudo agora parecia um pouco sem sentido, mas o sentimento ainda ali estava, por mais abalado que estivesse.
"Diz-me o que queres..." disse eu, frio e sério
"Quero falar contigo, quero que me perdoes, e acredites em mim, por favor..." disse ela, convincente e certa do que estava a afirmar.
"Tudo bem, diz-me de uma vez..." respondi eu ainda frio
"Eu não o beijei, ele beijou-me e eu não quis, mas não consegui impedi-lo, tens de acreditar em mim, ou isso não conta para nada?" disse ela num tom ainda mais convincente
"Conta, mas como é que tu o deixaste chegar sequer perto de ti, não compreendo" retorqui, sem compreender
"Amor, perdoa-me, não o consegui impedir, mas é a ti que eu amo, eu sei que estás triste, mas é a ti que eu quero, nunca quis outra pessoa" disse ela meio a chorar
"Tudo bem...mas vou precisar da tua ajuda para esquecer isto..." disse eu, suspirando, completamente em baixo...
A verdade é que depois daquilo ela acalmou-se um pouco e disse "Por favor não me deixes, eu prometo que vai ser tudo diferente, temos de combinar para conseguirmos estar juntos o mais rápido possível, achas que podes vir viver para cá?"
Aquela pergunta da Teresa parecia de facto apressada, mas tudo o que consegui responder foi "Eu tenho de ver...não te consigo responder assim, de um momento para o outro..."
Infelizmente ela reparou que eu ainda estava bastante afectado e por isso disse "Não estás bem..."
Ao proferir aquelas palavras, eu só vi a única saída de ser sincero e por isso retorqui "Eu só preciso de tempo, mas eu vou tentar, porque eu amo-te, isso nunca esteve em causa."