Capítulo 5 - Parte 5 (Teresa)

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Eu confesso que assim que cheguei ao quarto, olhei pela janela, e percebi...o amor não era para mim e eu estava completamente desfeita. Eu não consegui fazer frente a este argumento da minha mãe e ele, ele jamais iria compreender ou mesmo aceitar algo a distancia. Era quase impossível vivermos, tão jovens, um sentimento, tão distantes.

Confesso que olhei para o telemóvel e o vi a ficar sem bateria, enquanto se desligava, até ficar totalmente inativo.

Não sei se tinha desistido ou se me faltava coragem para lhe pedir que de alguma forma me perdoasse ou me compreendesse, eu iria faltar aquele encontro que tanta coragem agora eu tinha, e vontade de o conhecer melhor.

Porque é que eu não o tinha conhecido melhor quando tive essa oportunidade?

Culpava-me agora ainda mais, mas tentei erguer-me apesar de tudo e fui preparar tudo para a viagem.

Ao fim de uma hora saímos de casa, eu e a minha mãe, o meu pai tinha ficado em casa, sem grande explicação lógica, que esperançava compreender e saber mais tarde.

As horas tinham chegado e eram quatro da tarde quando entrei no aeroporto, tinha o meu coração a mil, mas não saberia se ele me tinha ligado, pois o meu telemóvel estava desligado e talvez tivesse problema de rede no outro país.

Quando o avião descolou, connosco, eu comecei a chorar, a minha mãe ficou aflita, a pensar que eu tivesse com medo de voar, mas sim, eram tudo lágrimas por eu ter recebido esta armadilha por parte do destino. Eu tinha-o perdido, no meio de tudo.

Quando chegámos a Inglaterra, só conseguia pensar que tinha de conseguir entrar em contacto com o Salvador, porque ele merecia uma resposta, por mais tarde que fosse, ele tinha de saber e eu tinha de ter coragem para lhe contar. Por isso fui rapidamente a uma loja pedir informações relativamente aos tarifários e redes, o que felizmente, depois de muitas voltas e mau vocabulário me fez chegar ao sucesso de conseguir com que o meu telemóvel tanto conseguisse carregar, como eu tivesse rede para lhe ligar. Assim que liguei o telemóvel a primeira mensagem que lhe enviei foi "Desculpa", ao qual ele me respondeu "O que se passou? Não gostaste do que eu te fiz? Se eu te desrespeitei, peço desculpa, eu não me consegui controlar, foi mais forte que eu...eu fui um fraco, mas não vou esconder...eu gosto de ti Teresa"

Aquela mensagem foi estonteante, como tal senti necessidade pura de lhe responder "E eu adoro-te". Nisto olhei para a minha mãe e disse "Mãe...eu preciso de fazer uma chamada, dás-me cinco minutos?" A minha mãe compreendeu e foi a um café para que eu pudesse ficar mais a vontade a falar, como tal de seguida liguei-lhe.

"Estou, Salvador?" perguntei eu

"Olá Teresa..." Disse ele meio tristonho

"Desculpa, eu posso explicar..." Tentei demonstrar que iria ser claro, por mais que na minha própria mente não houvesse desculpa para não ter dito nada.

"Foi por causa da página e do que eu te escrevi?" Questionou ele, bastante em baixo

"Não! Eu amei o que tu me fizeste! Nunca ninguém tinha feito isto por mim, muito menos uma declaração tão bonita..." disse eu de coração

"Teresa, eu gosto mesmo de ti, não percebo se tu gostaste, porque me deixaste pendurado?" Questionou ele bastante tristonho

De seguida suspirei fundo e retorqui e respondi "Não sei se vais acreditar, mas eu vim para Inglaterra com a minha mãe..."

Senti naquele momento que houve um silencio, ao qual ele perguntou "E quando voltas?"

Eu não queria responder nunca mais, mas tinha de lhe dizer a verdade "Eu vim viver para aqui, foi uma coisa de ultima hora, não tive escolha...desculpa"

Senti que o mesmo silencio se estava a instalar novamente e disse "Eu não quero que te afastes de mim..."

Assim que eu disse aquilo ele proferiu as palavras seguintes "Teresa, eu não sei se me fiz entender, e eu sei que parece loucura, mas...eu com tudo o que fiz, quis dizer que...estou apaixonado por ti..."

Ele quando disse aquilo, o meu corpo estremeceu e eu disse confiante "Eu sei...eu senti..."

De seguida ele suspirou e questionou "E sou o único ou..."

Rapidamente o interrompi e respondi "Não...não sei como é que isto aconteceu, não és o único..."

Salvador era inteligente, mas propositadamente questionou "Então?"

Eu percebi e apesar de achar uma loucura eu respondi "Eu também estou apaixonada por ti.

Amor MeuDonde viven las historias. Descúbrelo ahora