Capítulo 8 - Parte 3 (Salvador)

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A Teresa pouco depois teve de sair para ir apanhar o autocarro, no entanto eu ainda fiquei em casa, no computador, até que repentinamente, recebi uma mensagem da Caty, sobre o tal império de bloggers.

"Olá Salvador não sei se já falaste com a Teresa sobre o tal império, mas continuamos a recrutar pessoas e tenho-te a dizer que aquilo que tenho assistido nos vossos espaços é que são muito ativos, e é também um dos motivos pelo qual eu também vos queria. Gostaria, se fosse possível, se combinássemos depois de algum tempo, um encontro de grupo, o que me dizes? Sei que é muito repentino, mas como não existe nada igual, achei que talvez fosse uma boa ideia."

Ao ver aquela mensagem senti que podia arranjar uma espécie de mundo diferente para nós, mas a verdade é que talvez, no futuro, quem sabe, aquilo não seria completamente aquilo que eu esperava, por isso respondi "Olá Caty, achei uma ideia ótima, com um único contra, é que a Teresa não é de cá, de Portugal, por isso a dificuldade de estarmos todos juntos será acrescida, no entanto gostei da ideia."

Rapidamente ela respondeu com outra mensagem, a dizer "Então como vocês fazem para estar juntos?"

A verdade é que ia dar sempre aquela resposta e não havia nada que eu ou ela pudéssemos fazer, tínhamos de aceitar que esta era a nossa realidade e tentar viver como ela era, por isso respondi com toda a sinceridade "Caty, confesso que é difícil, confesso que todos os dias eu morro e ressuscito, mas eu e ela amamo-nos, o que podemos fazer? Um dia eu estarei com ela, nem que para isso tenha de ir até ao fim do mundo."

Subitamente recebi outra resposta, talvez pela história diferente, ela estivesse interessada, por isso respondeu "Salvador vou ser o mais sincera possível, eu conheci uma rapariga, que se chama Ana, cujo blog era algo como pensamentos soltos, conheceu um rapaz na internet e no fim das contas, ela acabou com ele porque não havia forma de algum dia estarem juntos, e o mais ridículo, é que a distancia entre eles, não era como do Algarve a Lisboa, ou de Lisboa ao Porto, era de Almada a Évora, ou seja, somente cerca de 100 Quilómetros, e foi triste vê-los a despedaçarem-se, principalmente quando ela o começou a ignorar. Hoje em dia mal se lembra dele, e não estou a dizer-te isto para que tu desistas, eu estou-te a dizer isto com a melhor das intenções para vocês não se magoarem. Infelizmente ela não quis fazer parte do nosso grupo, apesar de gostar da ideia."

Nisto, após eu ler aquela história e opinião toda, eu respondi "Eu percebo o que tu me estás a dizer, mas tu não conheces a Teresa, tu não me conheces a mim, eu e ela temos algo que nunca teremos com mais ninguém e eu iria ter com ela fosse daqui ao Porto ou daqui a Inglaterra, não interessa, eu sei que eu irei e que se depender de nós, vamos lutar o máximo que pudermos e o que não pudermos. Eu vou conseguir, custe o que custar."

Nisto a Caty retorque e diz "Tudo bem, eu acredito, mas já olhaste para ela? Ela é uma rapariga linda que pela vida toda não lhe vão faltar opções, será que...ela vai mesmo aguentar? Desculpa estar a dizer estas coisas, mas eu quero que tenhamos uma amizade sincera, é para isso que eu estou a criar este grupo."

Eu percebia a duvida da Caty, mas a verdade é que eu não via isto dessa forma, eu conseguia-me ver mesmo a chegar até ela e a abraça-la, a ama-la, a estar com ela, por mais difícil que fosse, um dia eu iria-me rir disto tudo e olhar para trás com orgulho de ter conseguido a mulher da minha vida, a minha musa inspiradora.

Por isso respondi "Ela tem inúmeras opções e continuará a ter, eu não a abriguei a estar comigo e a qualquer momento ela pode-me deixar e começar uma vida diferente, mas ela não é assim, ela sabe o que quer e quem quer."

Nisto o meu telemóvel começa a tocar e era ela, a Teresa, quando atendo ela diz "Amor, já estou a chegar e lembrei-me de te perguntar algo que vi no teu perfil! Andava há muito tempo para falar contigo sobre isto!"

Deduzi que fosse sobre o grupo e por isso disse "É sobre o grupo da Caty?"

Rapidamente ela retorquiu "Não! Sim! Não e sim! Eu queria-te perguntar, tu gostas de jogos de consola não é?"

Achei estranho aquela pergunta e respondi "Sim, gosto, porquê?"

Ouvi um sorriso do outro lado e, entretanto, ela disse "Porque vi que ambos gostamos do jogo Final Fantasy, não é incrível?"

A primeira vista, para qualquer pessoa que convivesse com outra diariamente este pormenor, era somente isso, um pormenor sem interesse ou importância, mas quando visto do nosso ponto de vista, que pouco tínhamos um do outro, tudo era importante, mais não fosse para falarmos e falarmos.

Amor MeuOn viuen les histories. Descobreix ara