(OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: A MÚSICA ACIMA, DIZ MUITO SOBRE A HISTORIA. REFLITA!)
Se você não quer errar no amor, demita seu CORAÇÃO. Não deixe que ele tome as iniciativas que só o seu CÉREBRO pode ter.
Ou você o demite. Ou ele te demitirá em algum momento, cedo ou tarde.
Ele nunca será confiável.
MAXON SCHREAVE
Meus pensamentos não se conectavam como deveriam. Sabia bem o que tinha ouvido, mas parecia uma língua distante desconhecida aos meus ouvidos. Não era real. Não estava acontecendo.
O que estava acontecendo comigo? Nem eu mesmo conseguia compreender.
Meu pai me fazia mais uma pergunta, e eu não compreendia suas palavras. Apenas balançava a cabeça concordando, me sentia desconecto do meu eixo.
— Maxon... você deveria ao menos cogitar a idéia... – ele continuava a falar sem parar.
— Tudo bem, pai... Entendi. – respondi desinteressado.
— Ok! Então estamos combinados! Mandarei seu advogado entrar novamente com a solicitação de anulação de seu casamento.
Fechei os olhos tão firmes, que não pude evitar soluçar o choro preso na garganta.
Meu pai esbugalhou os olhos, devidamente chocado, não disse nada. Apenas me encarou, como se tentasse entender o enigma a sua frente.
Meus olhos cuspiam lágrimas, meu soluço se intensificou de uma forma que nunca desejei. Ele apertou meu ombro, num gesto de afeto. Que me fez soluçar espalhafatosamente, coloquei as duas mãos no rosto, escondendo-me de alguma forma.
— Você tem todo o direito de chorar, Maxon... – meu pai falou, afagando o meu cabelo — Eu nem sei o que devo dizer, mas fico feliz em ver você se livrando desta bomba...
— Pai... – choraminguei, secando os olhos — Você poderia me deixar sozinho?
Ele concordou, e se retirou do meu quarto do hotel. Segurava nas mãos, o bilhete que America havia me deixado naquela manhã que estávamos com os corpos trocados, ainda doía em mim, ler suas palavras para minha resposta.
Por que você não se importa?
Eu tenho tantas perguntas a você.
E você me deixou plantado naquela cena
Com a maior cara de interrogação
Por quê?
Fazia vinte e oito horas que meu coração se martelava contra meu estomago, parecia que ele tinha descido direto como uma pedra ardente pelo meu corpo, eu não conseguia esquecer a expressão que ela tinha no rosto, e de como os olhos ardiam em lagrimas.
Esmaguei o papel.
Solucei ainda mais, a sensação de estar a morrer com um órgão fragilizado – chamado inutilmente de coração que nem para bombar sangue como deveria, fazia — me deixava louco. Por isso não medi meus atos, quando quebrei a mesinha de cabeceira com chutes.
Desejei que o mundo parasse de respirar. Na verdade, só desejei ser o único que não estivesse sofrendo. Esperava que ela chorasse muito, se arrependendo de cada palavrinha.
Desforrei a cama, joguei os lençóis no chão. Fui no banheiro, liguei a torneira da banheira, e deixei ela transbordar, porque era isso que a raiva fazia em mim, me transbordava.
Coração parecia apanhar ainda mais.
Lembrei-me de todas as vezes que America insistia em correr para pensar, e foi isso que fiz. Coloquei um moletom, coloquei um boné para esconder meu rosto. Meus fones de ouvido transmitiam uma música dolorosa demais.
Havia muitos repórteres no saguão principal, nem sei o porquê – piada, é claro que eu sabia! Tinha sido a capa de jornais e revistas de fofocas por dois dias seguidos, obviamente eles queriam saber o que estava acontecendo com meus "surtos animalescos" – como eles mesmo definiram.
America já havia ido embora junto com Aspen de volta a Illea, há dezoito horas vinte e sete minutos, e talvez quarenta e dois segundos, errei, quarenta e quatro segundos.
Quando saímos da cadeia, ela nem sequer olhara uma vez para mim, apenas deixou sua carta de demissão em minhas mãos, e deu as mãos a Aspen, e foi embora.
Apenas isso.
Ela não me deu uma misera desculpa, nem encarar-me tête-à-tête ela teve coragem. Apenas fingiu que era mais um na multidão de oito bilhões de pessoas do mundo.
Não estou exagerando. Talvez esteja. Mas neste momento, não quero pensar nela. Quero pensar em mim.
No que meu casamento se tornou.
Em que tipo de homem em menos de um mês minha vida se transformou.
E em como posso curar a dor insuportável que estou sentindo no lugar onde deveria existir um coração.
Fechei meus olhos, sentindo pontadas fortes nas vistas. Respirei fundo, e tentei não voltar a chorar.
Caminhei até o jardim de roseiras, pelo que me lembro America adorava correr por aqui de manhã. Sorri, como um idiota que sou.
Foi então que puxei meu celular, e liguei para a única pessoa que pudesse me ajudar neste momento.
Ele atendeu no quinto toque.
— O que você quer? – Carter respondeu assim que atendeu.
Eu ri, baixo.
— Conversar. – respondi, inquieto.
— Como amigos, ou como paciente-médico? – ele falou sério.
Engoli a saliva, e fechei os olhos de novo, não queria chorar. Deus como eu não queria.
— Co-co-mo a-mi...-amigos... – gaguejei entre soluços baixos.
Ouvi a cadeira ao fundo arrastar, ele devia estar se sentando.
— Comece. – ele fez profissionalmente. E coloquei para fora tudo que eu guardava.
— Ela é a noiva de Aspen Leger. – solucei.
Ele arfou não acreditando. Demorou a dizer algo.
— Eu não sei o que posso dizer. – Carter foi sincero.
Nem eu mesmo sabia o que eu deveria dizer a mim mesmo.
— Diga que ela é mentirosa, vagabunda, ordinária. Pilantra. - enumerei, expurgando minha raiva.
— Estamos falando de Celeste, Maxon? – o cretino do meu único amigo, me gastou do outro lado do mundo. Filho da puta.
— Você sabe que não estamos. – ri, achando graça. E ele riu junto.
— Pelo menos te fiz rir um pouco. – ele pontuou — Mas você já não tinha desistido de America? Foi por causa do sonho?
— Sonho? – repeti. O sonho do beijo na chuva. Os lábios.
— Você a beijou...?
Engoli a saliva, envergonhado.
— O quê? Não! Não! – afirmei, me entregando.
Ele riu do outro lado da linha.
— Bem que achei muito estranho você estar quieto demais nestes dias... E como foi? Foi melhor do que você imaginou? Foi como nos sonhos? – ele me jogou diversas perguntas.
— Foi... legal.
— "Legal" eu uso quando minha mãe insiste em comprar cuecas que combinem com meias, e com certeza isso não é nada "legal". Então seja mais sincero, afinal você pagará está ligação internacional.
— Eu não sei o que dizer. – revelei, tímido.
— Ah fala sério, Maxon! – eu conseguia visualizá-lo revirando os olhos. — Escala de um a dez.
— Tá... Mas qual dos beijos?
— WOOOOOOOW! Teve mais de um beijo? – ele se divertia — Isso está melhor do que imaginava. O primeiro, e o ultimo beijo.
— O primeiro beijo... – parei para refletir.
Foi quando me lembrei que nosso primeiro beijo, eu estava no corpo dela, e ela dentro do meu, e me lembrei da sensação de tocar nas asas de um anjo, de dançar na chuva sem parar para refletir em suas conseqüências do dia seguinte.
Era realmente assustador o formigamento, e todo arrepio que passou no meu corpo, no momento que me lembrei do meu nosso primeiro beijo. Ela havia me respondido com tanta intensidade, que eu tinha certeza que nosso coração batia juntos num só tom.
Mas eu estava enganado.
— UAU! Estou vendo que estou muito desatualizado! – ria o idiota — Você gostou tanto que está até perdido nas memórias, não é safadão. – o pilantra me gastou.
Ele não valia o dinheiro que eu gastava.
— Acho que vou desligar. – ameacei-o.
— Ah não faz isso! Agora que estava interessante.
— Amanhã.
— Você está voltando? – ele perguntou.
— Ela me deixou aqui. Com a sensação de estar em um navio naufragando, e eu ser o ultimo, a saber, que sou o único no navio.
— UAU! Como você é dramático! Ela só não tinha como te contar, já parou pra pensar nisso?
— Eu poderia ter confiado a minha alma à ela, e ela me levar ao inferno. Era obvio que eu gostaria de ouvir da boca dela que era demônio em pessoa.
— Você sempre foi dramático assim? Ou virou ator depois que foi para a terra dos pasteis de flango?
— Desligando. – nem esperei sua resposta.
Se eu precisava ouvir a voz de Carter para voltar ao meu normal, pronto eu havia conseguido. Porque não havia ninguém melhor que ele para me tirar a paciência e me colocar de volta aos eixos.
Afinal eu pago metade do meu salário a ele.
Dei meia volta, e retornei ao quarto que estava inundado de água. Senti-me um completo idiota por ter feito uma coisa tão infantil. Liguei para a recepção, e pedi que avaliassem o estrago que eu havia feito no quarto, e cobrassem.
Peguei minhas malas, e coloquei todas as minhas roupas no mesmo instante.
Meu pai entrou no meu quarto, com uma cara de poucos amigos. Ele se sentou na cama, e não disse nada. Fiquei preocupado por algum tempo.
— O que você pretende fazer? – ele foi na ferida.
Ele sabia o que estava acontecendo? America havia contado a ele?
Eu estava totalmente absorto. Sem saber o que fazer. Muito menos dizer.
— Eu vou voltar a Illea. – falei como quem não quer nada.
— Vai agarrar America no pulso, e impedi-la de se casar? – ele riu, com um sorriso ameno.
— Se preciso for. Farei. – já havia me decidido, e não voltaria atrás.
— Você acha que eu não sabia quem era ela? Você acha que deixaria uma garota como ela ficar a seu lado sem nem procurar saber de onde ela vem? – meu pai riu da minha inocência.
Ele parecia esconder algo atrás das palavras.
— Você sabia que ela vai casar com Aspen?! – eu falei descrente, quase não acreditando que realmente o mundo inteiro sabia, e era o único paspalhão da historia toda.
— Eu sei mais do que você pode imaginar... – o velho riu da minha cara. — Você acha que trouxe Aspen comigo a essa viagem por quê?
— Foi você! Foi você! O culpado de tudo isso foi você! – repeti sem parar.
— Maxon, você precisava saber... e pelo andar da carruagem America nunca teria coragem de contar. Eu precisei dar um empurrão.
— Eu não consigo acreditar, pai! Você tem noção da dor sufocante que sinto aqui? – apontei para meu lado esquerdo, onde morava um órgão debilitado.
— Não há dor que seja mais sufocante do que ver seu filho jogar três anos de sua vida ao lado de uma mulher que lhe tirou toda a paz, o amor próprio, e o pior a vontade de viver.
— Pai, não diga isso... Por favor...
— Maxon pare de agir assim... Desde o acidente de oito anos atrás você age assim. Você se culpa, se martiriza. Finge que não dói. Quando tudo dói. Sorri para provar que está tudo bem, mas isso é um mascara defeituosa que você ainda insiste em usar.
— Você sabe que eu não me lembro do acidente.
— Eu sou seu pai, Maxon. Tente enganar outro. Tenho tentado ser um pai complacente, e esperado uma atitude vinda de você... Mas você ainda insiste em acreditar que aquele dia não existiu. E isso me parte o coração, porque você notoriamente não superou. E nem quer superar.
***
[N.A.CANSADA.ESGOTADA.ESTRESSADA.
MIGA SUA LOKA! SAUDADES DE MIM????????
KAKAKA FALEI QUE IA POSTAR E SUMI, NÉ
KAKAKA juro que vou postar os capítulos que faltam destes dois dias que não postei
E tenho uma péssima noticia em breve. Preparem o coração.
Contarei quando for o quinto dia que postar.
Beijos da futura Senhora Lemos.
SPOILER DE MUITO EM BREVE:
(eu tinha um gif muito maneiro, pra colocar, mas o fdp do wattpad diz que é muito grande arquivo. vou ali chorar de tristeza. crente crente que voces morreriam do coracao com o maravilhoso gif :(
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